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Comandante da Marinha se revolta contra inclusão de João Cândido no Livro dos Heróis da Pátria

Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen descreveu os marinheiros que participaram da Revolta da Chibata, em 1910, incluindo Cândido, como abjetos

Marcos Sampaio Olsen (Foto: Pedro França/Agência Senado)
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247 - O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, expressou críticas ao projeto de lei que propõe a inclusão de João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata em 1910, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Olsen argumentou que homenagear o militar representaria a celebração de um exemplo de conduta "reprovável" para os brasileiros, informa a Folha de S. Paulo

Ele descreveu os marinheiros que participaram da revolta, incluindo Cândido, como abjetos e afirmou que homenageá-los seria equivalente a exaltar características que não favorecem "o pleno estabelecimento e manutenção do verdadeiro Estado democrático de Direito". Ele classificou o evento como vergonhoso e deplorável.

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"Aponto, por conseguinte, que incluir, no Livro de Heróis da Pátria, João Cândido Felisberto ou qualquer outro participante daquela deplorável página da história nacional [...] seria o mesmo que transmitir à sociedade, em particular, aos militares de hoje, que é lícito recorrer às armas que lhes foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ou de classe". 

ENTENDA - A Revolta da Chibata foi um movimento de insurreição ocorrido em 1910, protagonizado por marinheiros da Marinha do Brasil. O evento teve lugar no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, entre os dias 22 e 26 de novembro. O líder mais conhecido dessa revolta foi João Cândido Felisberto, apelidado de "Almirante Negro".

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Os marinheiros rebelaram-se contra as condições desumanas a que estavam submetidos, especialmente o uso de castigos corporais, como a chibata, que ainda eram práticas comuns e sancionadas pela legislação naval da época. Naquele período, a Marinha brasileira estava passando por um processo de modernização, adquirindo novos navios e equipamentos, porém, as condições de vida e a disciplina nas embarcações mantinham-se arcaicas e severas.

Durante a revolta, os marinheiros tomaram controle de quatro navios de guerra: Minas Geraes, São Paulo, Bahia e Deodoro, e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro se suas demandas por melhores condições de trabalho e a abolição dos castigos físicos não fossem atendidas.

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O governo brasileiro, presidido por Hermes da Fonseca, inicialmente tentou negociar, prometendo anistia e a suspensão dos castigos. Os marinheiros desocuparam os navios após o governo se comprometer com essas reformas. No entanto, embora a revolta tenha resultado na proibição do uso da chibata, muitos dos líderes e participantes sofreram perseguições e represálias nos anos subsequentes. João Cândido, por exemplo, foi preso e internado em um hospital psiquiátrico, sofrendo por muitos anos as consequências de sua liderança na revolta.

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