Líderes da Resistência Palestina visitam o Irã

247 - Líderes da Resistência Palestina visitaram o Irã na última terça-feira (26) e se encontraram com autoridades da República Islâmica, informa o canal iraniano Hispan TV,

Os líderes do Hamas e da Jihad Islâmica se reuniram com autoridades do país persa. 

Ismael Haniye, líder político do Hamas, durante sua reunião com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Amir Abdolahian, afirmou que a última resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, exigindo um cessar-fogo incondicional em Gaza, demonstrou "o isolamento sem precedentes de Israel desde o início da ocupação". Além disso, Haniye afirmou que "Israel falhou em alcançar todos os seus objetivos estratégicos, além de estar perdendo o apoio internacional".

É importante lembrar que nas últimas semanas fontes da inteligência sionista reconheceram o que era evidente: alcançar uma vitória decisiva sobre o Hamas é um objetivo inalcançável. As próprias autoridades coloniais confirmaram que cerca de 80% do sistema de túneis do Hamas  permanece intacto apesar de meses de ataques aéreos e operações terrestres.

Haniye também se reuniu com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi. Na ocasião, Raisi destacou que "a questão da Palestina transcendeu o âmbito islâmico para se tornar uma causa humanitária global. As pessoas ao redor do mundo sentem um profundo repúdio pelo regime sionista, considerado criminoso, e seu principal patrocinador, os Estados Unidos, ao mesmo tempo que mostram solidariedade e apoio ao povo oprimido de Gaza".

O presidente iraniano também enfatizou como a Operação do Hamas em 7 de outubro "foi um evento sem precedentes cujas consequências para o regime sionista são impossíveis de ignorar". Além disso, ele acrescentou: "o que testemunhamos naquele dia foi a legitimidade da causa palestina e a posição firme de seus aliados, incluindo a República Islâmica. Isso também evidencia que o regime sionista, uma entidade fictícia e criminosa, é a fonte de toda a instabilidade regional".

Em outro momento de sua declaração pública após a reunião com Ismail Haniye, Raisi destacou os esforços da República Islâmica do Irã para promover a solidariedade entre os países islâmicos em apoio ao povo oprimido de Gaza. Ao mesmo tempo, o presidente iraniano criticou a inação e a passividade de certos líderes políticos da região diante dos crimes do regime sionista.

Raisi concluiu sua intervenção lembrando que a vitória "estará do lado palestino, e a derrota será o destino do regime sionista e seus apoiadores". Ele acrescentou: "A República Islâmica do Irã permanece firme na defesa dos direitos do povo palestino e estará sempre ao lado do povo palestino".

Por sua vez, o líder político do Hamas expressou sua gratidão ao governo e ao povo do Irã, bem como seu apreço pelos esforços da República Islâmica do Irã em apoio ao povo palestino oprimido. Haniye destacou que esse apoio à causa palestina é um dos pilares fundamentais sobre os quais a República Islâmica do Irã se sustenta.

A importância da Palestina nos círculos islâmicos iranianos remonta à própria fundação da República Islâmica em 1979. Quinze anos antes da Revolução Islâmica, o aiatolá Khomeini já havia colocado a Palestina no centro de suas preocupações políticas. Desde seus primeiros momentos como figura pública e política, Khomeini conseguiu institucionalizar o discurso sobre a Palestina dentro do movimento islâmico iraniano, criticando o regime do antigo monarca, o Xá Pahlavi, que era aliado de Israel e dos Estados Unidos. Essa aliança foi uma das principais razões pelas quais Khomeini se opôs firmemente ao Xá e sua política econômica, argumentando que isso havia transformado o Irã em um mercado cheio de importações israelenses, ao mesmo tempo que Israel se tornou o principal importador de petróleo iraniano.

Os líderes da Resistência Palestina foram recebidos também pelo Líder Supremo dp Irã, Aiatolá Ali Khamenei. Durante a reunião, Khamenei destacou a centralidade da Palestina na visão política da República Islâmica, declarando que "a Palestina é a questão principal do mundo e que a República Islâmica não hesitará em apoiar a causa palestina".