Promotor é condenado 76 anos por abusar das filhas

O Promotor de Justiça Carlos Fernando Barbosa de Araújo, acusado de abusar sexualmente de duas filhas e uma enteada, foi condenado a 76 anos de prisão pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas; julgamento também decidiu pela perda definitiva do cargo e prisão imediata

O Promotor de Justiça Carlos Fernando Barbosa de Araújo, acusado de abusar sexualmente de duas filhas e uma enteada, foi condenado a 76 anos de prisão pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas; julgamento também decidiu pela perda definitiva do cargo e prisão imediata
O Promotor de Justiça Carlos Fernando Barbosa de Araújo, acusado de abusar sexualmente de duas filhas e uma enteada, foi condenado a 76 anos de prisão pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas; julgamento também decidiu pela perda definitiva do cargo e prisão imediata (Foto: Voney Malta)


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Alagoas247 - O pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) condenou a 76 anos e cinco meses de prisão o promotor Carlos Fernando Barbosa de Araújo, acusado de abusar de duas filhas e uma enteada durante anos. O julgamento chegou ao final no começo da tarde desta terça-feira (4) e foi marcado por embates entre os desembargadores. A decisão dispõe também a perda definitiva do cargo e a prisão imediata do réu.

De acordo com o procurador de Justiça, Antiógenes Lira, responsável pela acusação, a primeira foi abusada de 1993 até 2003. A primeira vez foi aos 12 anos, enquanto ela dormia. A partir daí, ele passou a abusá-la todas as noites e, durante o banho, inclusive, fotografava a vítima em trajes íntimos e até nua. Aos 21 anos, ela teve conjunção carnal, pois o pai garantiu que pararia com as agressões se eles fossem para um motel.

"A vítima passou a perceber na enteada os mesmos comportamentos que ela tinha quando criança. Descobriu que o promotor molestava da menina desde os sete anos, da mesma forma. Por este motivo, ela resolveu denunciar e fez uma busca no computador dele, no Ministério Público, e acharam várias fotos das duas em trajes íntimos e nuas também. A filha passou anos sendo abusada porque ninguém jamais acreditaria que um bom profissional, um promotor técnico, faria isso. E seria difícil de provar os fatos se não tivéssemos encontrado as fotos", expôs o procurador.

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A acusação ainda argumentou aos desembargadores que outra filha de Carlos Fernando também sofria abusos sexuais da mesma maneira que as irmãs, em 2006, quando tinha quatro anos. A menina foi ouvida pelo órgão ministerial, na presença de psicólogos, e a promotoria incluiu mais um abuso no processo.

À época, fizeram uma avaliação psicológica com ele e o documento apontou que Carlos apresentava lucidez e memória conservadas, e não apresentava delírios. Diante disso, o réu não mostrava doença mental grave nem fetichismo, concluindo que ele poderia ser considerado imputável. Em seu depoimento, o acusado alegou que a denunciante se insinuava para ele.

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A babá da outra filha também foi ouvida e disse que o promotor sempre a mandava comprar algo na rua e ficava sozinho com a filha. Quando ela retornava, a menina sempre estava chorando. "Letícia começou a dizer que sentia saudades do pai e dos banhos com ele. A mãe descobriu que ele abusou de três crianças e com o mesmo modus operandi. É uma história de jovens que perderam a infância e o Ministério Público pede a condenação para que seja feita justiça e elas saibam que ainda existem juízes em Alagoas", acrescentou o procurador.

Defesa

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A defesa, representada pelo advogado Welton Roberto, desqualificou os depoimentos da filha do réu, argumentando que ela foi espontaneamente ao motel com o pai – por três vezes – e já maior de idade. O sexo, segundo o advogado, só aconteceu em 2003. "A dor dela não não foi trabalhada ao tempo certo para o direito e questionou por que ela demorou tanto a denunciar. No depoimento, ela teria dito que, em 2004, apanhou do pai e, em 2009, perdeu um filho devido a isso. Mas ela não apresentava provas da agressão", disse Welton.

O advogado acrescentou que o pai não vivia em casa, trabalhava em uma comarca do interior e quase nunca ficava com as filhas, e que a filha, inclusive, trabalhou no MP em um cargo comissionado indicada pelo pai. "Ela esteve em contato com diversos promotores e por que não falou a nenhum deles sobre o que aconteceu em casa? Por que ela não falou antes? Só decidiu denunciar depois, quando perdeu o emprego devido à Lei do Nepotismo, de 2006".

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Segundo Welton, o laudo da psicóloga solicitado por ele mesmo não buscou mostrar a imputabilidade, mas para explicar o porquê de tantas fotos. E o laudo teria apontado essa parafilia (padrão anormal de comportamento sexual) dele. "Isso fez com que ele tirasse fotos de Luiza dormindo, mas nunca houve qualquer contato", reforçou ao apresentar ao pleno fotos de uma das filhas "convivendo normalmente com o pai".
Com gazetaweb.com

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