Joaquim Barbosa cai no samba em Maceió
Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal aproveitou o agito de uma boate da capital alagoana nesta terça-feira; de boné e camisa polo, fazendo de tudo para não chamar a atenção, Joaquim Barbosa não arriscou passos de samba e se esquivou das selfies e fotos; ex-ministro está hospedado na casa de um amigo procurador federal
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Marcelo Firmino, GazetaWeb - Dia 30 de dezembro de 2014, o relógio marca 23h15. O samba rola leve e solto no Orákulo, em Jaraguá, ao som de Wilma Araújo e banda. Salão lotado e animação na medida certa para jovens e não tão jovens que exibiam seus passos seguindo a máxima do quem não gosta de samba é ruim da cabeça ou é doente do pé.
Foi mais ou menos à essa hora que entrou no salão uma figura que jamais o pobre mortal alagoano iria imaginar que ali estivesse. Pois eis que chegou o ex-ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Discreto, sentou à mesa com um velho amigo alagoano. Boné na cabeça, camisa pólo, na mais pura simplicidade. Não demorou muito para que as pessoas começassem a perceber que o cidadão negro que ali estava era alguém conhecido.
E as vozes começaram a se perguntar: – É o Joaquim Barbosa?
Também fui saber se era. Cheguei perto junto ao amigo dele, velho conhecido das lutas de esquerda no Estado, e perguntei: – É ele? – É sim. – Mas, se estiver pensando em entrevista não rola.
O amigo de Joaquim Barbosa é o Procurador Federal, Alex Miranda. Na casa dele o ex-ministro está hospedado. Os dois se conhecem há muito tempo, trabalharam juntos no Rio de Janeiro e dividiram o mesmo apartamento.
Uma vez descoberto Barbosa começou a ser assediado pela tietagem alagoana. Muita gente tentou fazer selfie, mas o homem não permitiu. Não queria saber de fotos, mas conversou com todos, mesmo que laconicamente.
Quem se emocionou ao vê-lo foi a servidora da Ufal, Maria do Carmo. Na faixa dos 60 anos, ela chegou até ele e não poupou elogios. – Eu disse que era uma honra conhecê-lo e que o Brasil se orgulhava dele. E aí ganhei um abraço.
Foi a única abraçada. O jornalista Sérgio Gusmão, da TV Gazeta, também foi lá cumprimentar o ministro, mas não recebeu a mesma atenção. – O homem não quis saber de apertar a minha mão. – Reclamou.
No meio do samba o delegado de Polícia, Fernando Tenório, não quis acreditar que era o ex-ministro que estava no local, na maior tranquilidade do mundo. – Disseram que era eu fui lá, mas para mim não é. É muito jovem para ser ele (Barbosa tem 58 anos).
Mas, amigos do delegado insistiram que era mesmo o ex-presidente do Supremo, presente na casa de samba. Ele não se conteve, voltou ao ministro e pediu para que se identificasse. Barbosa atendeu prontamente e lhe mostrou sua carteira de identidade. O delegado se emocionou com o feito.
Logo, muito mais gente surgiu para tentar as fotos. Aí o ex-presidente do Supremo reclamou e com razão. Afinal, foi ao Orákulo se divertir e ouvir uma das maiores intérpretes da terra alagoana.
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