Geraldo “dor e sofrimento” Alckmin e a “procissão do crack”

O programa Braços Abertos, lançado recentemente pelo prefeito Fernando Haddad, buscou uma estratégia diferente, mais inteligente e que já começava a produzir resultados



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A recente ação do Denarc na “cracolândia” paulistana resume à perfeição o que está em jogo em São Paulo neste ano eleitoral de 2014, quando os paulistas terão chance de se livrar da burrice, da truculência e do preconceito dessa direita que, em 2012, já aplicara a psicótica “estratégia” no deprimente quadrilátero incrustado no centro velho da capital paulista.

Ano retrasado, também em janeiro, o então prefeito, Gilberto Kassab, e o governador Geraldo Alckmin tiveram a “brilhante” ideia de esvaziar a “cracolândia” através de um “Plano de Ação Integrada Centro Legal”. Esse “plano” previa a “estratégia” de as polícias usarem “dor e sofrimento” contra os usuários de crack. A PM, então, passou a aplicar a “operação sufoco”.

Há exatos dois anos, o jornal O Estado de São Paulo anunciou a “nova estratégia” do governo do Estado e da prefeitura. Veja, abaixo, trecho da matéria Governo quer acabar com cracolândia pela estratégia de ‘dor e sofrimento’.

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“(…) A estratégia está dividida em três etapas. A primeira consiste na ocupação policial, cujo objetivo é “quebrar a estrutura logística” de traficantes que atuam na área. Além de barrar a chegada da droga, policiais foram orientados a não tolerar mais consumo público de crack. Usuários serão abordados e, se quiserem, [serão] encaminhados à rede municipal de saúde e assistência social. Em uma segunda etapa, a ação ostensiva da PM, na visão de Prefeitura e Estado, vai incentivar consumidores da droga a procurar ajuda. Na terceira fase, a meta será manter os bons resultados (…)”

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Não tardou uma semana para a “estratégia” do então prefeito Kassab e do governador Alckmin se mostrar um fiasco. Surgiu, em São Paulo, uma bizarra “procissão do crack”. Confira, abaixo, matéria do mesmo jornal O Estado de São Paulo intitulada PM escolta ‘procissão do crack’ no 1º fim de semana de ocupação do centro.

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“(…) A estratégia de impor “dor e sofrimento” aos dependentes criou uma situação inusitada no primeiro sábado após a ocupação da cracolândia, no centro de São Paulo. Com o tráfico a todo vapor e sem conseguir cortar a rota de fornecimento da droga, restou à PM escoltar pelas ruas centrais da cidade grupos gigantescos, de até cem pessoas, em uma estranha “procissão do crack”, iluminada pelos Giroflex das viaturas noite adentro.

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A perseguição aos usuários criou uma “cracolândia itinerante” no quadrilátero entre as Avenidas Duque de Caxias, São João e Ipiranga e Estação da Luz. Em alguns momentos de “folga” na caminhada forçada imposta pela polícia, os grupos paravam para acender os cachimbos e descansar. Depois de alguns minutos, voltavam a andar. Sem destino.

Em uma dessas pausas, uma moradora da Avenida Duque de Caxias, perto da Praça Júlio Prestes, atravessou a rua em meio a dezenas de dependentes e cobrou dos policiais que estavam na outra calçada que fizessem alguma coisa para tirar o “rebanho” da frente de seu prédio. “Nem vocês (PMs) estão dando conta. Antes, eles ficavam escondidos. Agora, ninguém tem sossego. Tem de achar algum lugar para levá-los”, bradava a mulher, irritada. (…)”

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A “estratégia de dor e sofrimento” e a “procissão do crack” foram obras perpetradas a quatro mãos por Alckmin e Kassab e estão entre as causas da surra eleitoral que o criador do ex-prefeito, José Serra, levou de Fernando Haddad naquele mesmo ano.

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O rotundo fracasso da “estratégia” dessa direita psicótica – da qual Alckmin é mera flatulência – de impor “dor e sofrimento” a pessoas mentalmente doentes achando que ao serem torturadas acabariam fazendo o que fosse melhor para si – buscar tratamento – é produto da profunda ignorância de uma ideologia tão nefasta quanto o próprio crack.

O programa Braços Abertos, lançado recentemente pelo prefeito Fernando Haddad, buscou uma estratégia diferente, mais inteligente e que já começava a produzir resultados. Usuários de crack vestiram uniformes de garis (recebendo R$ 15 por dia pelo trabalho), foram instalados em hotéis baratos e já começavam a se deixar seduzir pelo tratamento.

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O que Alckmin e Kassab não conseguiram pela força e pela burrice, Haddad estava conseguindo com humanidade e inteligência.

Politicamente, pois, o programa Braços Abertos se tornou uma ameaça à reeleição de um incompetente, truculento e estúpido como Alckmin, de forma que ele precisava sabotar o êxito desse programa, que já se desenhava. Mandou sua tropa de energúmenos impor “dor e sofrimento” (de novo) a pessoas com problemas mentais. E São Paulo que se dane.

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