Faixa de Gaza: Brasil põe o pingo nos is

Diplomacia brasileira diz não à chacina em massa de civis palestinos



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É de um cinismo inaceitável a declaração de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, durante conferência de imprensa no Ministério da Defesa, em Telavive, de que Israel "está realizando uma atividade complexa, profunda e intensa na Faixa de Gaza", com apoio muito forte da comunidade internacional. Pelo menos, de uma coisa posso me orgulhar: o Brasil deixou bem claro que não faz parte desta farsa.

Igualmente vergonhosa e mentirosa é a declaração do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que culpou o Hamas pela continuação do conflito em Gaza, e afirmou que o movimento palestino precisa reconhecer sua responsabilidade uma vez que tem rejeitado todas as tentativas de cessar-fogo.

Não estou sozinho nisso. Horas antes de discursar na Assembléia das Nações Unidas, esta semana, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, classificou o primeiro ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, de mentiroso contumaz, que recorre à trapaça para promover suas intenções. A natureza dele é mentir, acusou o chanceler iraniano: há 22 anos o regime de Israel diz que o Irã terá armas nucleares em seis meses.

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Me orgulho imensamente da decisão política do Brasil de se posicionar oficialmente contra a chacina de palestinos promovida por Israel nos últimos dias. Como Nação democrática temos o direito de condenar esse comportamento criminoso e assassino de despejar bombas em hospitais e prédios civis sob a alegação de que são bases do Hamas. E mesmo que fossem não poderiam ser bombardeados. O Hamas como movimento é parte representativa do povo palestino.

Após convocar , na quarta feira o Embaixador israelense no Brasil para demonstrar seu desagrado com a ação israelense de matar mais de 600 civis, dentre eles mais de uma centena de crianças, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, chamou nesta quinta-feira de volta ao Brasil o embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho.

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Fomos o segundo país, depois do Equador, a adotar a medida. Essa é uma demonstração de que a política externa brasileira tem rumo definido em defesa dos direitos humanos. As medidas têm por objetivo demonstrar o descontentamento do governo brasileiro com o massacre de palestinos civis na Faixa de Gaza.

Em nota o Itamaraty demonstra nossa inconformidade e deixa claro que entendemos exatamente o que está se passando ao afirmar que "condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza". O confronto é desleal: enquanto os mortos israelenses são contados em dezenas, os palestinos são enterrados às centenas.

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Diante da gravidade da situação, o Brasil votou favoravelmente à resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema, que estabelece uma comissão para investigar as ações de Israel.

As críticas à posição da diplomacia brasileira contra a ação de Israel são feitas por quem parece desconhecer o interesse histórico do Brasil por Israel e seu povo.

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A criação do Estado de Israel em 1948 se deu a partir da decisão de partilha da Palestina, em 16 de setembro de 1947, em sessão da Organização das Nações Unidas, presidida pelo embaixador brasileiro, Oswaldo Aranha, então presidente do organismo internacional. Inclusive, em razão de ter dado pátria ao povo judeu, seu nome é considerado uma legenda em Israel.

Israel transformou a mentira em política de Estado. Apoio incondicionalmente a posição brasileira de defesa do fim desse morticínio contra o povo palestino e caso não ocorra um cessar fogo, creio que o Brasil deveria romper relações diplomáticas com Israel.

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