A natureza do mercado financeiro

Como em 2002, quando Lula era considerado uma ameaça e, a cada ponto que subia, o dólar subia junto, o mercado financeiro reedita seu contumaz terrorismo. É de sua natureza



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No momento, o debate econômico domina nossa imprensa. É onde se dá a batalha para as próximas eleições.

Os casos do banco Santander e da consultoria de investimentos Empiricus colocaram o mercado financeiro na pauta principal.

A mídia empresarial, que nunca foi imparcial, sabe que a economia é o território a ser explorado, pois é onde o governo se mostra fragilizado.

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O caso Santander, onde um informe enviado aos clientes de alta renda alertava para o risco de deterioração da economia brasileira em caso de reeleição da presidente Dilma, é a mais recente arma eleitoral.

De um lado, o governo acusando o banco de terrorismo econômico; de outro, a mídia defendendo a crítica.

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O problema está na desproporção das forças. Nesse nosso "Israel x Hamas midiático", os "foguetinhos" dos "blogueiros sujos" têm pouco alcance.

Já os famosos colunistas, com seu pesado armamento, bombardeiam "a censura e o 'bolivarianismo' do governo por querer calar a opinião da empresa".

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Para eles, a ligação entre a reeleição da presidente Dilma e o caos na economia é mais do que óbvia - como se não houvesse opiniões contrárias -, e que "o mercado é essencialmente um instrumento da democracia".

Mais uma vez o mercado alçado à condição do Todo-Poderoso. Será que eles esquecem que já trilhamos esse caminho que só reforçou nossa ultrajante desigualdade social? É claro que não. A briga é ideológica, sobretudo na defesa de interesses e privilégios.

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Concomitante à análise do Santander tivemos a campanha da consultoria Empiricus, que num relatório intitulado "O Fim do Brasil" projetou "a mais importante crise para o Brasil desde 94". Mais uma amnésia intencional. Nenhuma menção às três vezes que tivemos que recorrer ao FMI para sanar as contas do país durante o governo FHC.

O autor que se gaba em ser um visionário, decretou, no melhor estilo Mãe Dinah, que "teremos disparada da inflação, aumento destacado do desemprego, interrupção do crédito, maior endividamento da população e grande salto do dólar".

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É engraçado ver a convicção do analista quanto à hecatombe de um segundo mandato Dilma. Prognósticos não parecem ser seu forte. Sua tão recomendada OGX - balizada pelo ex-ministro Pedro Malan, e por 10 entre 10 corretoras -, esfarelou, arruinando milhares de pessoas. A ação que chegou a ser cotada a 23,27 reais, hoje vale cerca de 20 centavos.

Em julho do ano passado, quando a ação já tinha virado pó, o consultor, na maior cara de pau, dá sua opinião: "o passado não se muda. Se o investidor já fez a BESTEIRA de comprar essa ação que caiu, ele não deve ficar apegado ao passado, ele deve olhar as perspectivas futuras. Se ele acha que a ação vai subir, ele deve ficar com ela, mas se acha que não, ele deve vender".

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Simples assim.

Como em 2002, quando o Lula era considerado uma ameaça e, a cada ponto que subia, o dólar subia junto, o mercado financeiro reedita seu contumaz terrorismo. É de sua natureza.

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