Mudanças de comportamento

Já está provado, conforme atestam as pesquisas de intenção de votos, que a mídia tradicional já não tem o mesmo poder de influência de 20 anos atrás

Já está provado, conforme atestam as pesquisas de intenção de votos, que a mídia tradicional já não tem o mesmo poder de influência de 20 anos atrás
Já está provado, conforme atestam as pesquisas de intenção de votos, que a mídia tradicional já não tem o mesmo poder de influência de 20 anos atrás (Foto: Ribamar Fonseca)


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A tendência de queda da candidata do PSB, Marina Silva, registrada pelas mais recentes pesquisas de intenção de votos sobre as eleições presidenciais de outubro próximo, provocou uma mudança de comportamento da chamada Grande Imprensa que, já aceitando a inevitável derrota do seu candidato Aécio Neves, passou a vitimizar a ex-senadora acreana, na esperança de, explorando o lado emocional da população, evitar que ela prossiga caindo. A revista "Veja", talvez o mais feroz veículo de oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff, publica neste final de semana matéria de capa com o título "A fúria contra Marina", onde acusa o PT de baixarias contra a candidata pessebista.

A "Folha de São Paulo", por sua vez, também publicou matéria com o título de "Marina chora ao falar de Lula e se diz injustiçada". A matéria relata um suposto desabafo dela dentro de um táxi, durante trajeto para o hotel onde estava hospedada em São Paulo. Segundo o jornalão paulista, Marina lamentou as críticas de Lula e os ataques do PT, partido que a lançou na vida pública e onde militou por mais de 20 anos. Na verdade, ninguém pode garantir que tal desabafo dentro do taxi tenha acontecido mesmo ou se foi criado para tocar o sentimento do eleitor, já que não foi registrado por nenhuma câmera. Verdade ou não, o fato é que a ex-senadora não pode reclamar, considerando que foi ela mesma quem iniciou as agressões ao seu ex-partido e, por via de consequência, ao seu líder maior, Lula.

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Em recente sabatina no jornal "O Globo" ela afirmou que o PT não é confiável, pois colocou Roberto Costa na Petrobrás para assaltar os seus cofres. Ela disse textualmente o seguinte: "Não consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras". Depois de uma acusação de tamanha gravidade de uma ex-militante do PT ela queria o quê? Que os petistas ficassem calados? A grande mídia, no entanto, já assustada ante o crescimento de Dilma e disposta a tudo para impedir a sua reeleição vai adotar agora uma nova estratégia: investir em Marina e transformá-la em pobre vítima do governo e do PT, de modo a sensibilizar o emotivo povo brasileiro.

Já está provado, no entanto, conforme atestam as pesquisas de intenção de votos, que a mídia tradicional já não tem o mesmo poder de influência de 20 anos atrás, graças às redes sociais, que ofereceram ao povo novos canais de informação menos sujeitos a interesses políticos e econômicos. E significativa parcela da população com acesso à Internet, especialmente os jovens, já se habituou a compartilhar as informações que circulam nas redes sociais, desligando-se da velha imprensa que, por suas posições nitidamente passionais, vêm gradativamente perdendo credibilidade. Certamente por isso alguns candidatos mantêm verdadeiros batalhões de internautas a seu serviço, enquanto outros tentam impedir a sua livre manifestação do pensamento. Os blogs, no entanto, vão a cada dia conquistando mais espaço.

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O novo quadro eleitoral que se desenha a partir das mais recentes pesquisas, com a presidenta Dilma retomando a sua posição de liderança na corrida sucessória, também já provoca mudanças no comportamento dos candidatos, especialmente Marina Silva e Aécio Neves. A candidata do PSB, que antes atacava, agora se posicionou na defensiva, porém mais agressiva, conforme se pode observar pela suas declarações sobre o episódio envolvendo o ex-diretor da Petrobrás Roberto Costa. Ela tem o cuidado agora, no entanto, de poupar o candidato tucano, naturalmente na esperança de ter o seu apoio num eventual segundo turno. Aécio, por seu lado, também procura evitar atingir Marina com a sua língua afiada, pois embora afirmando que será oposição num eventual governo dela, obviamente não pretende fechar as portas para a possibilidade de acordos futuros.

O duelo, portanto, considerando que Aécio está praticamente fora da disputa, deverá a partir de agora ser travado apenas entre Dilma e Marina que, ao que tudo indica, irão para o segundo turno. Resta saber como ficará o tom da campanha, que se elevou na última semana em razão das declarações do ex-diretor da Petrobrás, que colocaram a maior empresa estatal brasileira no centro das discussões. O candidato tucano, por sua vez, sem a menor chance sequer de chegar ao segundo turno – e por isso tem sido poupado pelas duas candidatas por não representar nenhum perigo para elas – deverá ampliar o fogo contra a candidata do PT, dessa forma buscando maior aproximação com a ex-senadora acreana, a quem recentemente chamou de "metamorfose ambulante". Ele agora, porém, candidamente afirma que sempre foi contra ataques pessoais. Não custa conferir.

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