Será a covardia uma espécie de herança moral dos direitistas?

Querem que os militares façam para eles o serviço sujo. Como faziam os capatazes, os feitores, os senhores de escravos e seus capitães do mato em tempos idos



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São inúmeros os exemplos de covardia da classe dominante, ou seja, dos conservadores ao longo da história: contra os inconfidentes, contra os sem-teto, os sem terra, os indígenas; contra os negros, os judeus, as mulheres, os homossexuais; contra o ímpeto mudancista da juventude e dos estudantes em tantas ditaduras, aqui e mundo afora etc. 

Mas vamos a alguns episódios emblemáticos, mais recentes e “ordinários”, cotidianos, desprezíveis, mas reveladores, ocorridos nos dias que correm, aqui mesmo na nossa pátria mãe gentil. 

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Primeiro, tivemos o caso do artista Lobão que “amarelou”, para utilizar uma linguagem mais palatável aos mais jovens, quando Mano Brown, ícone do rap brasileiro, chamou-lhe às falas. Lobão foi, digamos assim, “prudente” ao se acovardar. Pois, sabemos, o ex-roqueiro e atual candidato a líder dos reacionários é o eterno garotão irreverente egresso da Zona Sul carioca, criado a pão de ló e muito, muito leite condensado. Já Brown é, como sugere a alcunha, “mano”. Foi criado – talvez fosse mais honesto dizer, sobreviveu – nas quebradas da periferia de São Paulo. Um criado e educado na opulência; outro, na mais absoluta precariedade e insegurança. Essa distinção, por si só, já diz muito, quase tudo. Porém, é forçoso dizer, não faltou coragem nem argumentos a Brown para encarar o embate, digo, o debate.

Recentemente, Diogo Mainardi, ex-enfant terrible da revista “Veja”, dirigiu-se aos nordestinos utilizando-se dos impropérios usuais que povoam o imaginário e o vocabulário das elites conservadoras de fato, e dos incautos que se supõem (ou se pretendem) integrantes dessa mesma elite. Teria chamado os meus conterrâneos nordestinos de “bovinos”, “retrógrados” e “gente pouco instruída”, ou algo nessa linha, utilizando-se sem pejo de qualificativos ou expressões reveladores de abjeto preconceito de classe e outras mazelas do pensamento e do caráter. 

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Ato contínuo, levou uma reprimenda de um célebre paraibano, o incrível Hulk – não o personagem da Marvel Comics, claro, mas o jogador de futebol que defendeu a seleção brasileira. Mainardi, que não bate assim nenhum bolão e nunca se destacou em nenhuma seleção, foi também prudente, diga-se, ao pedir desculpas na TV, ao vivo e em cores. Afinal, Hulk faz jus ao apelido e é incrivelmente forte, corpulento, intimidador. E o arauto do conservadorismo, diretamente de Veneza, falou uma sandice inacreditável e não é assim, digamos, um forte. Por mais esta sandice, irá responder a processo no Ministério Público. Pois, avise-se ou se relembre aos navegantes, vivemos dias em que não se pode, impunemente, injuriar ou ofender as pessoas, ainda mais com essas inacreditáveis diatribes que evidenciam cacoetes de racismo, xenofobia e outros preconceitos improváveis.

No período eleitoral um cadeirante, o blogueiro Enio Barros Filho, foi agredido porque usava na camisa um broche no formato da estrelinha do PT. Veja como são “valentões” esses conservadores!

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Agora, também recentemente, um milheiro de reacionários (alguns contestam, dizem que foram dois milheiros e meio) desfilou seu corso infame pela Avenida Paulista, em SP, pedindo intervenção militar no Brasil. E por que clamam pela intervenção dos militares no Brasil? Por que não intervêm eles mesmos, mas no plano institucional? Por exemplo, elegendo um candidato que represente as suas ideias (ou a falta destas) para o País, ou mesmo se engajando em algum partido que represente ou dê guarida a suas supostas “reivindicações”. Por quê?

Porque são covardes. Simples assim.

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Procuram, sem rumo, um atalho, o caminho mais fácil, o descaminho.

Querem que os militares façam para eles o serviço sujo. Como faziam os capatazes, os feitores, os senhores de escravos e seus capitães do mato em tempos idos. Como faziam os milicos nos tempos da ditadura: prender, torturar, silenciar e/ou matar quem ousasse divergir e pensar diferente.

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Aos direitistas lhes apraz a covardia. 

Talvez sintam falta dos tempos em que testemunharam calados a tortura de jovens (e até de senhores já grisalhos!) nos porões da ditadura. Os covardes e os sádicos provavelmente gostariam de ver novamente, silentes e cúmplices, mulheres, algumas grávidas, serem seviciadas e torturadas, das maneiras mais bárbaras e aterradoras – não entro em detalhes em respeito à memória das que morreram na tortura e das que sobreviveram à dor, à humilhação, ao escárnio e ao vilipêndio. Algumas hoje são ministras de Estado e, veja bem, uma até conseguiu chegar à Presidência da República. Agora reeleita.

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Mas é exatamente esta que os reacionários pretendem derrubar em sua sanha maldita, infame, covarde. Os covardes já clamam pelo impeachment da presidente.

Covardes!

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Covardes!!! – reitero.

Os militares, em consonância com os tempos modernos, sabem de cor e salteado a lição que aprenderam com a nova ordem mundial, com as novas gerações (de militares, inclusive) e com os novos tempos: o respeito aos direitos humanos é pedra fundamental para se edificar qualquer sociedade que se pretenda civilizada.

Os militares de hoje, é preciso que se reconheça e louve, compreendem o seu importante papel na sociedade: trabalham em obras do PAC, em campanhas de vacinação, nos programas sociais do governo, em missões de assistência humanitária, dentro e fora do país. O exército está plenamente integrado à cidadania e à democracia. E dá o exemplo. Faz a sua parte.

Mas... 

O querem esses reacionários? O que desejam? O que pretendem?

Qual o papel desses indivíduos numa sociedade moderna? Um “papelão”? 

Que exemplos pretendem dar? Quais as suas demandas?

São “ativistas de hospício”; loucos militantes abnegados da falta de razão e senso? Necessitam de auxílio psiquiátrico?

Porque aos que loucos não são...

Já não lhes basta morar nas melhores casas, apartamentos ou bairros? 

Já não lhes é suficiente comer as melhores comidas, almoçar ou jantar nos melhores restaurantes?

Já não lhes basta que seus filhos estudem nas melhores escolas e universidades?

Já não lhes é o bastante, aos brancos bem nascidos, serem detentores de algo em torno de 80% da renda; não lhes basta receberem os melhores salários e empregos?

O que querem mais os reacionários? 

Querem impedir os avanços da sociedade – no âmbito da economia, da justiça social, mas também da moral e da cultura?

Não querem que fiquemos nem com suas migalhas? Pois são contra a “esmola” (segundo a sua retórica contaminada pelo ódio e pela intolerância) do Bolsa Família.

São covardes e caretas os reacionários! 

É uma gente infeliz.

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