Um bufão barulhento; um criminoso reincidente

O discurso de Jair Bolsonaro não é feito à toa. Tem como alvo um público sedento de radicalismo de extrema direita. Mas, inegavelmente, faz barulho

O discurso de Jair Bolsonaro não é feito à toa. Tem como alvo um público sedento de radicalismo de extrema direita. Mas, inegavelmente, faz barulho
O discurso de Jair Bolsonaro não é feito à toa. Tem como alvo um público sedento de radicalismo de extrema direita. Mas, inegavelmente, faz barulho (Foto: Gilberto Alvarez)


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Não foi a primeira vez que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) agrediu a colega Maria do Rosário (PT-RS). Em 2003, durante uma entrevista à RedeTV!, o parlamentar fulminou a petista com a mesma ofensa machista. "O senhor promove a violência", disse Maria do Rosário na ocasião. "Eu sou estuprador agora? Jamais iria estuprar você, porque você não merece", rebateu o deputado.

A postura desagradável, desrespeitosa, deselegante e violenta se repetiu esta semana, só que desta vez na tribuna da Câmara dos Deputados e às vésperas da divulgação do relatório da Comissão Nacional da Verdade. Viúvo da ditadura militar, na terça-feira (9) o parlamentar protagonizou mais uma diabrura, bem ao seu estilo truculento e fascista. Ao responder uma fala anterior da ex-ministra dos Direitos Humanos, ele gritou: "Não saia não, Maria do Rosário, fica aí! Fica aí, Maria do Rosário, fica! Há poucos dias, 'tu' me chamou de estuprador no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui para ouvir!", bradou Bolsonaro no plenário.

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Não satisfeito com a violência a Maria do Rosário, Bolsonaro partiu para atacar o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Na visão dele, no Brasil, a data celebra a "vagabundagem" e os direitos humanos só defendem bandidos, estupradores, marginais, sequestradores e corruptos.

Bolsonaro estava com o "capeta". Entusiasmou-se com a plateia e partiu para ofender a presidente Dilma Rousseff. Disse que o primeiro marido da chefe de Estado e do governo brasileiro sequestrou um avião e foi para Cuba, além de ter participado da execução de um major alemão. O segundo marido, disse Bolsonaro, confessou publicamente que roubava bancos, pegava armas em quarteis e assaltava caminhões na Baixada Fluminense.

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O discurso de Jair Bolsonaro não é feito à toa. Tem como alvo um público sedento de radicalismo de extrema direita. Mas, inegavelmente, faz barulho. Bolsonaro atira e sabe que, em segundos, suas diatribes explodirão nas redes sociais. Sua reeleição com mais de 464 mil votos mostra que a estratégia está no prumo.

Bolsonaro é um fascista declarado. Um bufão barulhento e um criminoso reincidente. Os crimes anunciados de viva voz na interpelação do deputado são gritantes e o colocariam no centro de uma ação penal, isso sem falar na perda do mandato por falta de decoro parlamentar. O deputado, em público, anuncia sua disposição para estuprar uma mulher, uma colega de Parlamento.

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Como desabafou uma colega, em um Congresso sério, Jair Bolsonaro já estaria cassado. Em um país escolarizado, ele nem mesmo seria eleito. Em uma sociedade responsável, estaria com a carreira política encerrada. Nada disso aconteceu até agora, e talvez jamais aconteça.

O crime de estupro é tipificado no artigo 213 do Código Penal. Segundo a lei, o delito consiste no fato de o agente constranger alguém, mediante violenta ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

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Os meios de execução o crime são a violência ou a grave ameaça. Sendo esta última é a promessa da prática de um mal, de acordo com a vontade do sujeito. Vale acrescentar que além de defender abertamente o estupro, o deputado costuma declarar defensor do crime de tortura. Já é hora do Congresso Nacional mandar para o lugar devido um defensor de práticas criminosas.

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