Creio na lisura e decência de João Vaccari Neto
Ele é de tradição trabalhadora do meio sindical. Sempre lutou pelos direitos dos trabalhadores e amadureceu seu pensamento na militância contra a ditadura, contra o neoliberalismo e a favor dos avanços e conquistas sociais
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Caro amigo João,
Agradeço pelo saudável provocação do amigo que solicita que eu escreva como vejo a perseguição que o ex tesoureiro do PT sofre em forma de prisão e constrangimentos impostos pelo “seu” Sérgio Mora, o juiz do Paraná que substitui o “seu” Joaquim Barbosa nos shows encomendados pela mídia, particularmente pela família Marinho do complexo empresarial Globo.
Pena que o amigo não escreveu o seu nome completo, mas percebo honestidade e sinceridade do comentário que fez neste blog.
O problema das confusões e malquerenças no aproveitamento da corrupção para fins golpistas, na tentativa de tomar o Estado para gerir os interesses da minoria privilegiada e dominante, levanta várias questões.
Uma é a honestidade necessária dos que trabalham no Estado à frente da coisa pública. A honestidade na aplicação dos recursos públicos e a transparência são valores inegociáveis dos quais o povo não deve abrir mão.
Não há como tolerar corrupção e impunidade. O despojamento dos servidores do povo é algo que tem acontecer sob a vigilância da Nação e de todo o judiciário. Quem rouba, corrompe e desvia o dinheiro público tem que ser investigado, punido e devolver o que não pertence a indivíduos, sejam elas pessoas de esquerda ou de direita.
Há que aperfeiçoarmos os instrumentos de vigilância e cuidado para que se evite a corrupção, antes que ela aconteça. Isso que se descobre hoje em termos de avalanche de denúncias não aconteceria se houve mecanismos que a impedissem.
É por isso que creio na inocência de João Vaccari Neto. Ele é de tradição trabalhadora do meio sindical. Sempre lutou pelos direitos dos trabalhadores e amadureceu seu pensamento na militância contra a ditadura, contra o neoliberalismo e a favor dos avanços e conquistas sociais. Aí formou sua moralidade rígida em defesa da classe operária e seus interesses.
Além disso, creio na inocência dele porque o seu partido, atualmente no poder federal, não endossa sua prisão e defende sua inocência presumida. O tratamento dado a ele por seu partido é bem diferente do que recebeu o ex deputado André Vargas, que o PT logo percebeu envolvido com esquemas nada recomendáveis a lideres do povo. Por isso o expulsou.
Nenhum partido no poder arrisca defender militante seu que tenha incorrido em erros graves contra o bem público. Não foi o caso do líder João Vaccari Neto. O seu partido meteu a cara a tapa ao defendê-lo através de nota e não o abandonou pelo caminho.
Outra questão que essa situação levanta é o da conjuntura. Não há dúvidas de que a Polícia Federal não é isenta e muito menos o juiz Sérgio Mora, que trabalhou como advogado tucano e sua mulher trabalha até hoje, comprometido até às raízes com a oposição golpista.
Muitos fatos se alinham na direção de que corrupção mesmo há é na montagem do quadro de interpretação para que se perceba a luz do dia a intenção suja e golpista dessa campanha, usando João Vaccari Neto.
Durante a campanha eleitoral, a mais rasteira e suja da república, mostrou muitos delegados da polícia federal em campanha a favor de Aécio Neves, este sim indefensável moral e eticamente.
Continua essa ligação subterrânea com o submundo político com organizações nacionais e internacionais no sentido de provocar crises de governabilidade.
É nesse bojo que surgem blogueiros pagos com dinheiro público dos governos de São Paulo e do Paraná para induzir a opinião pública ao golpe e à baixaria eivada de ódio.
A Globo premiou o “seu” Sérgio Mora também homenageado pelo “seu” Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.
Na CPI da Petrobrás o líder João Vaccari Neto foi desrespeitado quando um tucano soltou ratos durante o seu depoimento e o fascista deputado Carlos Sampaio, rosnando que nem cachorro louco, disse que ele tinha tudo para ser preso e seu partido para ser extinto.
É esse o clima conjuntural que propicia prisão, falsas investigações, fofocas, calúnias, injúrias e perseguições a pessoas como João Vaccari Neto, tudo sublinhado por fortes intenções de jogar partidos e pessoas na clandestinidade, como fizeram com o PCB durante o governo Getúlio Vargas e a ditadura terrorista de 1964.
É estranho, amigo João, que as forças sociais e democráticas não enfrentem essa fúria de ódio, que toma conta de todo o tecido social.
Não é fugindo nem se acovardando que se avança e que se dobra o fascismo.
Os trabalhadores deram grandiosa demonstração ao se oporem à terceirização, levando os deputados golpistas dos direitos trabalhistas à derrota, fugindo com medo.
Os trabalhadores fizeram o que é justo e correto fazer: foram às ruas e deram o recado ao mostrar que podem parar o Brasil em defesa dos direitos contra os sujos que se elegeram para defender o povo quando o traem no parlamento.
João Vaccarri Neto, portanto, é inocente e perseguido pelo espetáculo dos que sempre quiseram o sangue do povo.
Temos que defendê-lo e com ele sermos solidários, juntando-nos à sua família, que sofre com a humilhação de um judiciário que se arrasta sujamente a serviço do golpe e da destruição do Brasil.
- Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
- Dom Orvandil: editor deste blog, idealizador e presidente da Ibrapaz, ativista da Anistia Internacional, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário.
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