Ex-carlista, César vê que agora está do lado certo

Ministro garante que não há mal estar pelo fato de ele ter sido um dos homens fortes de Antônio Carlos Magalhães e hoje fazer parte do governo do PT, a quem o carlismo tanto combateu; "Minha posição sempre foi uma só: defender a Bahia"; ele diz que o carlismo acabou com o falecimento de ACM; "Com o desaparecimento do Antônio Carlos Magalhães, a política teve outra conotação na Bahia"; apesar de não atribuir sua ida para a Esplanada exclusivamente ao ex-adversário Jaques Wagner (PT), César reconhece que o governador deu seu aval quando consultado pela presidente Dilma

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Bahia 247

O Ministro dos Transportes, César Borges, considera natural ser ministro do governo da presidente Dilma Rousseff, cujo partido é o PT a quem o carlismo tanto combateu desde seu surgimento.

Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, César Borges afirma que a era carlista foi enterrada junto com o ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), seu mentor e padrinho político.

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César diz que não nega seu passado (e que não tem motivo para fazê-lo), mas bate palma para Dilma, Wagner, o PT e a esquerda, quando diz que o momento é outro e que sua ideologia política "sempre foi uma só: defender a Bahia, trabalhar pela Bahia e procurar me posicionar na política da maneira mais correta possível".

Traduzindo, César Borges entende hoje que os antigos adversários são o melhor para a Bahia. Abaixo os trechos mais fortes e aqui a entrevista na íntegra do ministro à Tribuna da Bahia.

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Tribuna da Bahia - O senhor foi alçado à condição de importante ministro da presidente Dilma. Como avalia a escolha do seu nome depois de um período afastado da política?

César - Afastado da política eu nunca estive porque eu estava como presidente do PR aqui no estado e acompanhava todas as demandas políticas da Bahia, do Brasil, inclusive, em reuniões do próprio PR lá em Brasília. Também estava exercendo um cargo muito honroso que me acrescentou muito, de vice-presidente de governo do Banco do Brasil, e acho até que foi um dos fatos que levaram ao ministério, foi trabalho que fiz no Banco do Brasil que, de certa forma, me credenciou e me colocou mais próximo da presidenta Dilma. Repito que minha chegada lá tem dois fatores principais: primeiro, a confiança da presidenta Dilma, que eu devo agradecer pelo reconhecimento do meu trabalho como executivo, governador e agora como vice-presidente do estado do Banco do Brasil e, em segundo lugar, do meu partido, porque houve uma demanda política do partido voltar a fazer parte do primeiro escalão do governo, e como tradicionalmente o Ministério dos Transportes era o ministério do partido, e sendo meu nome o de preferência da presidente Dilma, houve a junção desses dois fatores, que me levaram ao ministério. Eu repito que foram esses dois fatores, basicamente, que me fizeram ministro.

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Tribuna - Já foi chamado de ministro de Wagner, houve alguma interferência pela recém-aliança com o governo baiano?

César - Não. Eu acho que o que me levou ao ministério não, necessariamente, foi uma ação política do governo da Bahia nesse sentido, mas com certeza passou também pelo governo da Bahia. Eu tenho certeza que a presidente Dilma não iria fazer um ministro da Bahia sem consultar o seu companheiro de partido e apoiador de muitas lutas, o governador Wagner. Então eu agradeci pessoalmente ao governador Wagner, pois sei que ele referendou meu nome. Ele analisou meu nome à presidente Dilma. Então houve essa interferência positiva por parte do governador Wagner.

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Tribuna - O senhor é um ex-integrante do carlismo e hoje é aliado do PT. Já existiu algum tipo de mal-estar entre os petistas por essa mudança de posicionamento partidário?

César - Então vamos por parte. Primeiro, o carlismo existiu quando Antonio Carlos Magalhães era vivo. Não era um movimento institucionalizado, não era um partido político. Era uma pessoa que tinha uma liderança, teve um papel importante na política e na historia da Bahia e ninguém vai retirar esse papel que Antonio Carlos teve na política. Eu fui aliado do governador, senador e líder político Antonio Carlos Magalhães com muita tranquilidade e não tenho nada para olhar no passado que não me orgulhe pelo que fiz na Bahia como governador, mas o momento é outro. Com o desaparecimento do Antônio Caros Magalhães, a política teve outra conotação na Bahia, até com a própria vitoria do PT aqui na Bahia. Eu não tenho nenhuma dificuldade nem com os meus correligionários atuais e nem com os do passado, porque a minha posição sempre foi uma só: defender a Bahia, trabalhar pela Bahia e procurar me posicionar na política da maneira mais correta possível. Então eu não tenho essas dificuldades, e acho que essas cobranças ficaram muito defasadas no tempo e hoje não se cobra isso. Pelo contrário, me sinto muito reconfortado quando vejo pessoas que no passado você poderia taxar como esquerda e que hoje reconhecem o trabalho que efetuo na Bahia, indiferente se você está trabalhando com o partido A ou partido B, o importante é o interesse público.

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