Serra: "O Lula tem que responder pelo que está aí"

Em Salvador, onde passou o dia com caciques da oposição baiana para avaliar o cenário pré-2014, o ex-governador de São Paulo José Serra fez longa avaliação dos governos petistas e responsabilizou o ex-presidente Lula pela insatisfação popular demonstrada nas ruas e pelo "declínio" do Brasil sob o mandato da presidente Dilma; "Ele foi o criador desse governo atual. Ele terá que responder por esse governo e pelo dele. Ele criou Dilma e se gabou por conta disso"; para Serra, o Bolsa Família não é solução, pois "estaciona" o país; leia entrevista completa do tucano ao ex-prefeito de Salvador e radialista Mário Kertész, do PMDB

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Bahia 247

Com microfones abertos e tempo livre na rádio Metrópole, o ex-ministro da Saúde e ex-governador de São Paulo José Serra disse em entrevista ao ex-prefeito de Salvador e radialista Mário Kertész (PMDB) que as manifestações populares que tomaram o Brasil em junho último deixaram claro "o fim de um ciclo", em referência aos três mandatos do PT (dois de Lula e um de Dilma Rousseff – atual) na presidência da República.

Serra pegou mais pesado com o ex-presidente Lula, o "criador" de Dilma. "O Brasil está mudando. O que está por trás de tudo é um sentimento de insatisfação com a vida política e certo cansaço também da política como marketing. Expectativa é uma coisa que se alimenta psicologicamente, de repente não vai para aquilo. A insatisfação é o denominador comum no Brasil inteiro. Paralelamente tem a questão das políticas públicas: segurança, saúde, transporte. O problema de transporte metropolitano não é brincadeira! A tendência é retratar as coisas no nível do marketing".

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E, como dito acima, o tucano atribui ao ex-presidente petista "o que está aí". "Ele foi o criador desse governo atual. Ele terá que responder por esse governo e pelo dele. Ele criou Dilma e se gabou por conta disso. Naturalmente, isso faz parte da democracia".

O tucano, contudo, não chutou a bola levantada por Kertész sobre a Ação Penal 470, o chamado mensalão. "Eu acho que essa questão do mensalão já foi bastante difundida e acompanhada. É um elemento de natureza política que pesa nas pessoas. E isso tem a ver com a questão das manifestações. Traz prejuízo ao PT, mas, em geral, cria um pé atrás com todos os políticos".

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Principal programa do governo petista, sobretudo no Nordeste, o Bolsa Família, na interpretação de José Serra, "estaciona" o país. "Bolsa Família não é a solução. Ele estaciona. Para a pessoa subir na vida precisa mais do que isso. Não se fez inovação nenhuma".

O ex-governador paulista aproveitou a oportunidade para alfinetar o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que recentemente apresentou dados da área da saúde em palestra que contou com a presença do titular da pasta, ministro Alexandre Padilha.

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"O esquisito é ter o ministro da Educação metido com a saúde. Ele devia estar cuidando da educação. A questão da segurança é critica, tem a ver com a vida. Em São Paulo a população reclama muito por segurança".

Serra comparou os governos Lula e Dilma com o de FHC, no qual ele foi ministro da Saúde, e questionou o desempenho dos petistas no combate ás drogas.

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"A questão da droga... Cadê o programa de combate? Anunciam tantos bilhões e programas, e não acontece nada. A fronteira escancarada pra Bolívia... O tráfico... Quando eu estava no Ministério da Saúde, fizemos campanha contra o cigarro e conseguimos desacelerar o consumo, e isso é importante para saúde da população. Mas do crack não tem e vemos todo dia na televisão a desgraça que a droga causa na vida das pessoas e que acaba as levando também para o crime".

E para fechar a conta, o tucano bateu no governo da presidente Dilma com a questão do número de ministérios. "Eu não teria 39 ministérios de jeito nenhum. O governo tem que começar a fazer coisas que são necessárias e básicas. Tem que colocar gente boa, governar com seriedade, falar menos e fazer mais. Governar é definir prioridades, é dizer o que você não quer também. Quando tudo é prioritário, nada é prioritário também".

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