Geddel ao 247: Aécio está pronto para ser presidente

Secretário do PMDB, Geddel Vieira Lima, explica em entrevista ao 247 os motivos pelos quais fez aliança com DEM e PSDB na Bahia para sua candidatura ao Senado e diz também porque acredita que Aécio Neves "está preparado" para ser presidente da República; "A candidatura de Aécio representa alternância de poder. No processo democrático existem ciclos e o ciclo do PT acabou"; líder peemedebista volta a afirmar falta de traquejo da presidente Dilma Rousseff para lidar com os aliados e diz que, "não fosse pela amizade de muitos", o vice-presidente Michel Temer não teria aprovação da legenda para selar nova aliança com o PT

Secretário do PMDB, Geddel Vieira Lima, explica em entrevista ao 247 os motivos pelos quais fez aliança com DEM e PSDB na Bahia para sua candidatura ao Senado e diz também porque acredita que Aécio Neves "está preparado" para ser presidente da República; "A candidatura de Aécio representa alternância de poder. No processo democrático existem ciclos e o ciclo do PT acabou"; líder peemedebista volta a afirmar falta de traquejo da presidente Dilma Rousseff para lidar com os aliados e diz que, "não fosse pela amizade de muitos", o vice-presidente Michel Temer não teria aprovação da legenda para selar nova aliança com o PT
Secretário do PMDB, Geddel Vieira Lima, explica em entrevista ao 247 os motivos pelos quais fez aliança com DEM e PSDB na Bahia para sua candidatura ao Senado e diz também porque acredita que Aécio Neves "está preparado" para ser presidente da República; "A candidatura de Aécio representa alternância de poder. No processo democrático existem ciclos e o ciclo do PT acabou"; líder peemedebista volta a afirmar falta de traquejo da presidente Dilma Rousseff para lidar com os aliados e diz que, "não fosse pela amizade de muitos", o vice-presidente Michel Temer não teria aprovação da legenda para selar nova aliança com o PT (Foto: Romulo Faro)


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Romulo Faro, do Bahia 247 - Dono de discurso digno de líder de oposição contra o governo, o secretário nacional do PMDB, Geddel Vieira Lima, explica em entrevista ao 247 os motivos pelos quais fez aliança com DEM e PSDB na Bahia para sua candidatura a senador e diz também porque acredita que o senador tucano Aécio Neves "está preparado" para ser presidente da República.

"A candidatura de Aécio representa alternância de poder, o que é muito salutar para uma democracia. Novas motivações, pessoas novas, novas ideias, novas perspectivas e, sobretudo, novas esperanças de que a vida das pessoas possa melhorar. No processo democrático existem ciclos e o ciclo do PT acabou".

Líder peemedebista volta a afirmar falta de traquejo da presidente Dilma Rousseff para lidar com os aliados e diz que, "não fosse pela amizade de muitos", o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, não teria aprovação da maioria da legenda para selar nova aliança com o PT para as eleições deste ano. Geddel afirma sem meias palavras que "o PMDB hoje é um partido extremamente rachado" e que "muito pouca gente vai trabalhar, de fato, pela reeleição de Dilma e Temer".

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Você prega há muito tempo rompimento com a presidente Dilma Rousseff. Se houvesse essa ruptura, o PMDB já teria uma alternativa agora? Há para 2018?

Não teria uma alternativa pronta agora. Meu partido precisa se convencer de que na política existe governo e oposição. Enquanto você ficar se escondendo nesse manto da governabilidade, que é uma coisa que avilta, que arrebenta o PMDB, o PMDB sempre será caudatário, pegará carona no projeto dos outros. Acho que um partido político tem que disputar eleições sabendo que se vencer, governará, e se perder, irá para a oposição, fará oposição, combaterá os erros de quem venceu. Um partido político trabalha com alternativas e se credencia perante a população como uma nova esperança. Eu realmente não vejo o PMDB como uma alternativa agora. Será capaz de se tornar alternativa em 2018? É muito cedo para se dizer isso.

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Se já tivesse rompido agora em 2014, seria possível o PMDB apoiar Aécio Neves (PSDB) em nível nacional, como está fazendo na Bahia?

Essa história do 'se' tem uma coisa interessante. Doutor Ulysses Guimarães dizia que com um 'se' a gente bota Paris dentro de uma garrafa. Acho que a alternativa não era apoiar o Aécio Neves. A alternativa do PMDB era ter ficado livre de aliança nacional, de maneira que não haveria constrangimento nos estados. Mas isso é uma página virada. Não adianta tomar o que já tem decisão tomada e com a campanha em jogo. Agora é olhar para frente e isso é um compromisso meu para quando chegar ao Senado, se eleito for. Vamos trabalhar por uma política profunda, pelo fim de tantos partidos, por instrumentos que devolvam seriedade, pela fidelidade partidária, por tudo aquilo que está equivocado, e que por ser permitido, todo mundo termina, equivocadamente, eu, inclusive, exercitando. A gente precisa mudar esse quadro político do país. Acho que esse modelo que está aí se exauriu, acabou.

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Aécio será um bom presidente da República se for eleito?

A candidatura de Aécio representa alternância de poder, o que é muito salutar para uma democracia. Novas motivações, pessoas novas, novas ideias, novas perspectivas e, sobretudo, novas esperanças de que a vida das pessoas possa melhorar. No processo democrático existem ciclos e o ciclo do PT acabou. Como acabou em determinado momento o ciclo dele na oposição. Acho que agora o ciclo sinaliza que o PT deve voltar para a oposição para que novas ideias fortaleçam o país. A presidenta Dilma deixou escapar entre seus dedos uma série de conquistas que o presidente Lula deixou. Foram conquistas feitas pelo governo de um homem intuitivo, um homem que tinha noção de que governar um país e, sobretudo, compor contradições, aglutinar pessoas em torno de ideias. Mas foi um homem que também deu muita sorte num momento em que o mundo vivia com um vento soprando a vela para frente. A presidente Dilma, pelo seu estilo pessoal, com sua visão mais centralizadora, com visão de um Estado mais intervencionista, terminou permitindo que o Brasil voltasse a enfrentar problemas superados. A inflação está aí. O crescimento econômico é pífio. O desemprego começa a bater às portas. O Estado brasileiro se desorganizou. As contas públicas estão desorganizadas e isso projeta um momento ruim para o futuro.

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Há ponto fraco específico da presidente que possa favorecer o PSDB nas eleições?

A crítica só tem sentido quando diz respeito àquilo que o povo, o eleitor sente na pele. É evidente que falta uma política nacional de segurança. A segurança pública está um caos. É evidente que nos últimos anos não se avançou tanto na questão da saúde. O Mais Médicos é um programa importante, mas não é a solução definitiva para o problema do país. E volto a dizer que as pessoas sentem a inflação no bolso, o desemprego está aí, o país não se desenvolve tanto. Se você faz essas críticas e aponta caminhos, evidentemente a sociedade abres os ouvidos e ouve e se toca no coração e o povo passa a ser portador de novas esperanças.

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Na Bahia, o PMDB é oposição ao PT. Como seria seu posicionamento no Senado?

Infelizmente a política brasileira, pela sua cultura, é cheia de contradições. Minha posição é clara. Eu defendo a candidatura de Paulo Souto (DEM – para o governo do Estado), que é um homem experimentado, um home que pode olhar para trás e ver equívocos e erros que possa eventualmente ter cometido em governos anteriores para corrigi-los agora e realizar um governo eficiente, um governo eficaz, que enfrente os problemas que estão aí e faça um governo capaz de melhorar a vida das pessoas. Eu acho que vamos ganhar a eleição. Se não vencêssemos a eleição, evidentemente meu caminho seria o de estar na oposição ao governo do Estado e isso se repete em plano federal. É lógico que se o quadro partidário continuar do jeito que está. Se o PMDB vencesse a eleição nesta composição que está (com Dilma), minha posição seria extremamente crítica em relação às questões do governo no qual eu deixei de acreditar.

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E qual seria a falha da presidente? Político-partidária ou administrativa?

Estilo. A presidente Dilma não tem vocação para política. Ela não compreende que o cargo de presidente da República, como o de governador, traz embutido um emblema muito forte da administração, da gestão, mas é acima de tudo um cargo político. E política é você buscar consensos, é administras dissensos com competência, é ter paciência, é ter autoridade sem autoritarismo, é saber ouvir, saber conceder e saber conciliar. A presidente Dilma não tem essas características. Ela não aglutina. E o preço está sendo visto agora. Você veja que o PMDB retomou uma postura de divisão que não tinha nos últimos anos. Com muito esforço, e eu participei disso, nós conseguimos construir uma unidade interna, mas essa unidade se esfacelou agora. Esfacelou na convenção e se tivesse trabalhado fortemente contra o apoio (ao PT), se tivéssemos rompido o constrangimento da amizade com (Michel) Temer, não teríamos visto essa aliança ser aprovada na convenção. Do ponto de vista do PMDB real, nos estados, os candidatos, seus militantes, a divisão ainda é maior. Tem muito pouca gente trabalhando pela reeleição da atual presidente. Então eu acho que, primeiro, o estilo pessoal (de Dilma) e, em segundo lugar, está aí um governo que começa a deixar escapar pelos dedos conquistas de muitos anos e de muitos governos. De Fernando Henrique Cardoso, de Itamar Franco e de Lula, que foram se consolidando e agora, por equívocos gerenciais, a gente vê começar a se perder.

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O que teria causado esse bombardeio da oposição contra o governo por causa da Petrobras? Pasadena apenas?

O sucesso de um governo, como o sucesso na vida, é como um mosaico. Com pedrinhas você vai completando. O fracasso é da mesma forma. A Petrobras, junto com mensalão e outras coisas que aconteceram, são pedras de um mosaico que vai levando a sociedade a uma fadiga de material em relação ao PT. E isso é próprio dos partidos, dos grupamentos que passam, mesmo com os instrumentos democráticos, por estarem muitos anos no poder. A alternância é algo basilar para oxigenar, para renovar a democracia. A sociedade brasileira e a baiana estão caminhando para isso. Para alternância de poder, para trazer novas ideias, para trazer novas motivações na gestão e na política partidária.

 

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