"Calcei as botas de soldado alemão"

Em sessão de despedida da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra baiana Eliana Calmon afirmou a sensação de "missão cumprida" e voltou a falar do que encontrou de errado no Judiciário, além de demonstrar orgulho por sua postura corajosa em muitos momentos; "Calcei as botas de soldado alemão, fiz uma inspeção e todos viram o que aconteceu. As coisas começaram a mudar em São Paulo. Fui indiscreta quando corregedora, precisei usar a mídia e fazer a população saber o que se passava no Judiciário"

"Calcei as botas de soldado alemão"
"Calcei as botas de soldado alemão" (Foto: Divulgação)


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Em sua última sessão como corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a ministra Eliana Calmon disse que os dois anos no cargo foram "extremamente incômodos" e que o principal desafio foi fazer inspeção no Tribunal de Justiça de São Paulo, o maior do país.

Emocionada e com a voz embargada, ela disse que sabia que o cargo seria incômodo. "Não tenho limites, uso de toda a minha autoridade, com humildade, mas com todo empenho. Foi o cargo mais maravilhoso que exerci nesses 34 anos de magistratura. Eu tive a oportunidade de conhecer as entranhas do poder Judiciário".

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Eliana Calmon apontou a inspeção no Tribunal de Justiça de São Paulo com o principal caso de seu mandato. A ministra disse que tentou, sem sucesso, colocar desembargadores do tribunal em sua equipe para tentar se aproximar do TJ.

"Calcei as botas de soldado alemão, fiz uma inspeção e todos viram o que aconteceu. As coisas começaram a mudar em São Paulo. Parece que as coisas destravaram. Todos estão de mangas arregaçadas, porque precisa de muita ajuda e está em reconstrução. Eu não fiz aquilo. Mas eu fui uma pedra na reconstrução daquele edifício. Saio com consciência de dever cumprido" disse.

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Nos dois anos no CNJ, Calmon comprou briga com magistrados ao investigar a evolução patrimonial. Ela chegou a falar sobre "bandidos de toga". "Fui indiscreta quando corregedora, precisei usar a mídia e fazer a população saber o que se passava no Judiciário", disse. Calmon recebeu uma placa em homenagem do CNJ, entregue pelo presidente do conselho e do STF, ministro Carlos Ayres Britto, que disse que a ministra tem o "dom da indignação".

O presidente do CNJ disse ainda que o mandato de dois anos de Calmon foi marcado pelo "combate ao patrimonialismo daqueles que não fazem distinção entre o público e o privado".

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