Reajuste dos professores ficou para depois
A greve dos professores da rede pública estadual (que durou 115 dias e foi noticia nacional por várias vezes) acabou, mas a insatisfação da categoria com o governador Jaques Wagner (PT) está longe do fim; projeto de lei que reajusta o salário dos docentes não consta da pauta de votação da Assembleia Legislativa porque, simplesmente, o Executivo não o enviou ao parlamento
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Bahia 247
Inicialmente, o presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), previa que a urgência da matéria fosse votada no último dia 14 de agosto e a proposta uma semana depois. A votação, no entanto, deve ficar mesmo para depois das eleições. Pelo menos é o que dá a entender o líder do governo na Assembleia e candidato a prefeito de Feira de Santana (Zé Neto).
"Você mandaria o projeto agora?", indagou o petista ao ser questionado pelo site Bahia Notícias se a proposta seria apreciada somente após o dia 7 de outubro. "Eu mesmo defendo que se evite discutir isso agora. Mas não vamos recuar, os professores podem ficar tranquilos", diz Zé Neto.
A reportagem do site insistiu sobre a possibilidade de a votação da matéria ficar mesmo para depois das eleições e o líder da bancada governista admitiu. "A tendência é essa".
Antes de a suposta manobra ficar evidente, os deputados da minoria já diziam que o governo não se arriscaria a votar a matéria antes do pleito que definirá o próximo prefeito de Salvador. "Como o governador sabe que haverá desgaste, só vai mandar depois das eleições. O projeto não interessa aos professores", afirmou o deputado Paulo Azi (DEM), líder da oposição.
Sobre a última proposta apresentada pelo governador petista de antecipar para novembro deste ano e abril de 2013 um ganho de salário, na forma de promoção, entre 22% e 26%, Azi afirmou que a proposta não é um ganho real. "É progressão. Esse projeto vai anular um que aprovamos aqui no ano passado, que concedeu ganho real de 3% em 2013 e 4% em 2014", alertou o democrata.
Vale lembrar, a greve dos professores da rede estadual deste ano foi a maior da história da Bahia e rendeu a Jaques Wagner o fortalecimento da era de vaias que ele tem recebido pelas cidades do interior (e na capital também) por onde tem passado.
Um pouco mais atrás, e também vale lembrar, estava a greve da Polícia Militar, cujo saldo de 12 dias de paralisação foram mais de 100 homicídios em Salvador e região metropolitana.
Wagner não sabia o que era vaia e rejeição popular até então.
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