ACM Neto deve ficar isolado no segundo turno
Não é necessário ser expert em política para perceber que o peemedebista Mário Kertész, terceiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto até então, pode ser o fiel da balança na disputa pela Prefeitura do Salvador, polarizada entre ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT); e na hora da pesagem, o PMDB deve pender para o lado do PT
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Romulo Faro_Bahia 247
Não é necessário ser expert em política para perceber que o peemedebista Mário Kertész, terceiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto até então, pode ser o fiel da balança na disputa pela Prefeitura do Salvador, polarizada entre ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT). E na hora da pesagem, o PMDB deve pender para o lado do PT.
O PMDB na Bahia, vale lembrar, é hoje, através do ex-ministro da Integração Nacional (hoje vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa) Geddel, e de seu irmão, o deputado federal e líder estadual do partido, uma das principais forças opositoras ao governador Jaques Wagner, o petista considerado mais forte no Nordeste nos últimos seis anos.
Mas a configuração municipal deve ser inversa. Um exemplo prático que dá lastro à tese é o discurso incansável discurso de Pelegrino sobre a "necessidade" de o prefeito ter aproximação político partidária com o governador do estado e com a presidente da República para ter uma gestão exitosa, palavras que vêm sendo reiteradas pelos próprios Jaques Wagner e Dilma Rousseff e pelo ex-presidente Lula.
A novidade, no entanto, é que já no primeiro turno, pelo menos nas últimas três semanas, Mário também utiliza a tese contra ACM Neto, com quem foi ensaiada a tal "união" das oposições, que seria acrescida do PSDB do ex-prefeito Antônio Imbassahy.
Primeiro, no início da semana, por exemplo, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, o candidato do PMDB foi mais sutil, ao omitir (pelo menos não falou de forma explícita) que o prefeito precisa ser aliado do governador e reiterar o raciocínio sobre a presidente Dilma.
Nesta sexta-feira (28), em debate na Rádio Sociedade entre todos os seis candidatos, Mário Kertész foi taxativo. "É mentira quando ACM Neto diz que Salvador pode andar com as próprias pernas. Não tem como comparar Salvador com Curitiba, pois lá a população é bem menor do que a daqui e a arrecadação é maior. O prefeito precisa, sim, do governo do estado e da presidente da República", sentenciou.
Precisa dizer mais alguma coisa para deixar claro de que lado estará no segundo turno?
Além disso, como ficaria Geddel e o PMDB com o vice-presidente da República Michel Temer com seu partido apoiando uma das vozes mais ativas e vorazes da oposição ao governo Dilma Rousseff?
Pelo andar da carruagem, ACM Neto deve mesmo ficar isolado no segundo turno, com apoio apenas do PSDB. Afinal, o quarto colocado nas pesquisas, o candidato Marcio Marinha (deputado federal), do PRB, não esconde de ninguém o apoio a Pelegrino.
Inclusive ele reiterou hoje no debate: "É claro que o prefeito precisa da presidente e do governador. E sou da base aliada dos dois. O PRB é aliado". Para bom entendedor...
Ainda sobre Mário, ele já deixou claro que não estará, pessoalmente, com ACM Neto. Primeiro, o peemedebista cogitou a possibilidade de sair de cena. Depois já disse também que o PMDB pode estar com o PT.
Nos bastidores, apesar de não ser esta sua vontade pessoal, Geddel já admite o risco de, por tabela, ter que apoiar o petista Nelson Pelegrino. Ora, o ex-ministro sabe das consequências que o ato de se aliar a um dos maiores opositores ao governo Dilma pode trazer à sua carreira política, cujos planos são o de governar a Bahia.
Então, ACM Neto, sua candidatura deve permanecer no segundo turno como está agora.
Além de todos os fatores citados acima, um novo ainda surgiu para dar mais coragem ao PMDB para fechar com o PT. A escalada crescente de Pelegrino nas última duas semanas. Em pesquisa Vox Populi divulgada na quarta-feira (26), o petista apareceu com 28% contra 31% de ACM Neto.
E, para pôr fogo de vez no cenário, o Ibope divulgou levantamento na noite desta quinta, o qual traz a virada do PT. Pelegrino aparece com 34% ante os mesmos 31% do democrata.
Será que o PMDB se arriscaria a apoiar o DEM? E se ACM Neto perder?
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