Dilma se expõe a risco de derrota em Salvador
"Temos a obrigação de ganhar esta eleição, para o time ficar completo. Esse conjunto de forças pode fazer um bom governo em Salvador", discursou a presidente Dilma Rousseff no palanque petista em Cajazeiras, ao lado do candidato Nelson Pelegrino; o argumento é forte, mas pode não ser o bastante para reverter a vantagem de oito pontos que a pesquisa Ibope apontou para ACM Neto (DEM) nesta sexta-feira
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Bahia 247 - A presidente Dilma Rousseff chegou a Salvador na noite desta sexta-feira 19 para o comício do candidato Nelson Pelegrino (PT), mas acabou se deparando com a primeira e nada animadora pesquisa de intenção de voto no segundo turno da disputa pela prefeitura da capital baiana. O levatamento apontou o candidato do DEM, ACM Neto, com vantagem de oito pontos percentuais sobre seu correligionário Nelson Pelegrino, com 47% da preferência do eleitorado.
A missão da presidente em Salvador, portanto, foi a de reverter um cenário aparentemente consolidado -- a considerar pelo resultado do primeiro turno. Ciente da missão, a presidente partiu para um verdadeiro tudo ou nada em favor de seu candidato e contra o deputado federal democrata. O problema, para ela, é que se os dados da pesquisa Ibope se confirmarem, sua viagem a Salvador terá dado em nada.
Uma possível nova derrota de Pelegrino, que disputa o Executivo de Salvador pela quarta vez, pode ter reflexo também na força do governo federal ou no prestígio de Dilma? Dificilmente. Mas a possível eleição de ACM Neto não apenas dá sobrevida ao DEM, como marca mais uma derrota pessoal da presidente nestas eleições municipais. Dilma também fez campanha para o ex-ministro Patrus Ananias em Belo Horizonte, que perdeu a eleição para o prefeito Marcio Lacerda (PSB).
E, se, como planejado, Dilma for mesmo a Manaus, onde Arthur Virgílio (PSDB) lidera as intenções de voto por 32 pontos, a presidente pode contar até três derrotas em capitais. O prejuízo a sua imagem é questionável, mas as derrotas representam um desgaste de que a presidente poderia ter se poupado. Na comparação com essas capitais, São Paulo, por exemplo, onde Fernando Haddad (PT) lidera por pelo menos 16 pontos, parece um palanque bem mais convidativo.
Apelo
"Temos a obrigação de ganhar esta eleição, para o time ficar completo", disse a presidente durante o comício. "Esse conjunto de forças (governo do estado e governo federal) pode fazer um bom governo em Salvador. Queremos ter uma prefeitura que honre a importância do Estado da Bahia. Aqui não pode ter um governinho, um governo pequenininho. Temos de ter um grande governo, integrado por gente de fé e gente de responsabilidade", disse a chefe da nação.
Depois de dizer, com outras palavras, que Pelegrino seria melhor para Salvador por causa da tese petista do alinhamento político, a chefe da nação partiu para o lado emocional e disse que estava mesmo fazendo um apelo. "Por isso, eu faço um pedido para vocês. Eu, nesta eleição – como eu sou presidente da República – eu não saí por aí pedindo apoio para esses ou aqueles, e quero aqui pedir para vocês encarecidamente: considerem o nosso querido Pelegrino. Olhem para o Pelegrino. Vocês terão nele um grande prefeito, um homem comprometido com as mulheres, com nós mulheres, porque tem uma vice. E com as mulheres negras. Considerem Pelegrino como opção para ajudar Cajazeiras, os homens, as mulheres e as crianças".
No encerramento, Dilma destacou o programa "Minha Casa, Minha Vida". E, para completar o discurso do 'alinhamento', a presidente mandou um recado a ACM Neto, dizendo que ele não faz parte da "família". "Jamais perseguimos ou descriminamos ninguém. Mas isso não significa que não sei quem faz parte do meu time. E aqui é Pelegrino quem faz", disse.
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