Bahia pode perder 100 mil hectares de território

Governador Jaques Wagner (PT) e dirigentes do agronegócio do oeste do estado participam nesta terça-feira, à noite, de audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF); de olho nas terras da Bahia estão Goiás, Piauí e Tocantins;  áreas que estão em litígio não são contíguas e estão espalhadas em fragmentos ao longo da divisa com os estados vizinhos

Bahia pode perder 100 mil hectares de território
Bahia pode perder 100 mil hectares de território (Foto: Divulgação)


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Se o Supremo Tribunal Federal (STF) for favorável à ação proposta por Goiás, Piauí e Tocantins, a Bahia perderá cerca de 100 mil hectares de terra. O governador Jaques Wagner e dirigentes do agronegócio vão ao STF para uma audiência de conciliação na noite desta terça-feira (13), conforme matéria do jornal A Tarde.

No centro da discussão sobre esta mudança de demarcação territorial proposta por dirigentes daqueles estados está a forma de medição, que tem hoje como referência histórica as escarpas da Serra Geral (com as terras baianas no alto e as dos outros estados na planície).

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Se o STF decidir que o limite passe a ser o chamado divisor de águas (já demarcado pelo Exército, por solicitação do STF), em alguns pontos serão formadas "ilhas" isoladas sob a administração dos estados postulantes.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, e o advogado Felizberto Córdova, em caso de vitória dos outros estados no STF os novos administradores só terão acesso a estas "ilhas" passando por território baiano, por questões geográficas.

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A proposta de mudança de demarcação também contempla ganho de terras para o oeste baiano, porém em quantidade muito inferior aos cerca de 100 hectares baianos que estão em jogo.

Insegurança jurídica – A proposta de nova delimitação de divisas entre os estados é tema da Ação Cível Originária (ACO) 347, da qual o ministro Luiz Fux é relator. Na convocação para a audiência, às 19h30 desta terça, Fux destacou que o tema tem potencial de gerar profunda insegurança jurídica na região em disputa, com consequências de ordem não só jurídica como também política e social, exigindo uma solução célere por parte do Judiciário.

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"Sob uma ótica moderna do processo judicial, a fase conciliatória é de notória importância", sustentou o ministro, ressaltando que "a possibilidade de se inaugurar um processo capaz de levar a um desfecho conciliatório é proveitosa para o interesse público e nacional".

Foram convocados a comparecer à audiência de hoje governador, secretário estadual da Segurança, procurador-geral e procurador-chefe (da representação em Brasília) de cada Estado envolvido na disputa.

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Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo, "o governador, com sua força política, deve apelar para o bom senso" e fazer entender que o estabelecimento de limites a partir do divisor de águas deve ser aplicado apenas onde não há marcas naturais, "o que não é o caso daqui, onde as escarpas fazem esta separação natural".

Economia – As áreas que estão em litígio não são contíguas e estão espalhadas em fragmentos ao longo da divisa da Bahia com os estados vizinhos. Estas terras estão localizadas entre os limites baseados nas escarpas da Serra Geral e a aqueles estabelecidos conforme a medição feita pelo Exército brasileiro.

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Para mensurar as perdas para a Bahia caso a vitória seja dos estados postulantes, técnicos da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) fazem dois cálculos básicos: se for plantada soja nos cerca de 100 mil hectares, a produção média esperada seria de mais de 298 milhões de toneladas.

Tudo isto poderia ser revertido em algo em torno de R$ 258 milhões, com geração de 391 empregos diretos, cujos salários médios seriam de R$ 834. Se a mesma área fosse plantada com algodão, a produção estimada seria de 9,73 milhões de arrobas de pluma.

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A preços atuais, a renda auferida com sua comercialização alcançaria cerca de R$ 486 milhões. Isto implicaria na média de um emprego para cada 70 hectares de algodão numa área com potencial para gerar 1.163 empregos com salários médios de R$ 911.

Logicamente, são projeções estimadas para uma área que lamentavelmente sofre um "esquecimento" histórico por parte de sucessivos governos estaduais. Informações do jornal A Tarde.

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