Dirceu busca apoio na velha guarda do PT

Mais do que simplesmente descansar, ex-ministro da Casa Civil se encontrou com antigos companheiros na Bahia, como o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli; como havia prometido, Dirceu continua fazendo política e em novo artigo ataca o que considera lobby das empresas de energia "em dobradinha com a mídia" contra o plano do governo Dilma para reduzir as tarifas de energia

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Bahia 247

O ex-ministro da Casa Civil da presidência da República, José Dirceu, encerrou nesta segunda-feira (19) sua estadia na Bahia depois da condenação na Ação Penal 470, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mais do que descansar, ele foi pedir ajuda a amigos como o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli (atual secretário do Planejamento do Estado).

Depois de ser visto pela equipe do Estadão no sábado numa casa de praia emprestada pelo empresário do setor imobiliário Manuel Martinez (dono da R2 Construtora), localizada na orla de Camaçari, Dirceu estava almoçando ontem (19) com a velha guarda do PT baiano num almoço num restaurante no bairro da Pituba, área nobre de Salvador, segundo informações do jornal A Tarde.

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Segundo o anfitrião, o deputado federal e amigo Josias Gomes, o ex-ministro estava bem humorado e gostou muito do bode servido na refeição. "Preparei uma paella em homenagem à presidente Dilma Rousseff, que está na Espanha. Mas o Zé gostou mesmo foi do bode assado. Até pediu que mandássemos a carne para ele em Brasília", disse Gomes, que é amigo de Dirceu desde a fundação do PT.

No encontro estavam outros amigos além de Gabrielli e Josias, tais como o chefe da Casa Civil do Estado, Rui Costa; os deputados federais Zezéu Ribeiro e Valmir Assunção, os estaduais Luiza Maia, Rosemberg Pinto (ex-assessor de comunicação da Petrobras na Bahia) e Fátima Nunes, além do presidente do PT baiano, Jonas Paulo; e do superintendente do Sebrae Bahia, Edival Passos.

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Embora não haja registro nem confirmação oficial, se especula nos bastidores que José Dirceu também tenha encontrado em algum momento o governador Jaques Wagner (PT). Na semana passada, o chefe do Executivo baiano partiu em defesa do ex-ministro e disse que ele e José Genoino não podem ser chamados de 'bandidos' depois do julgamento no STF.

Depois da condenação e prestes a ser preso, o ex-ministro continua a fazer política, como havia prometido. Em novo texto no seu blog, ele defende o plano da presidente Dilma Rousseff para o corte da conta de luz e ataca a posição das empresas de energia. Abaixo a íntegra do artigo.

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Cresce a pressão das elétricas contra o governo
Publicado em 19-Nov-2012

A cada dia fica mais evidente que as empresas concessionárias de energia elétrica estão mesmo dispostas a mover uma guerra ao governo contra o valor das indenizações das usinas e contra a baixa da tarifa determinada pelo governo Dilma Rousseff, de 16% para consumidores residenciais e de até 28% para industriais.

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Na pressão que desencadeiam, elas alegam que as indenizações estão muito baixas - pelos cálculos delas deveriam ser de no mínimo R$ 31 bi e pelos cálculos do governo, será de 2/3 disso, de R$ 20 bi; e que as contas não podem baixar porque isso as descapitaliza, as faz perder valor de mercado e elas ficam sem condições de fazer os investimentos requeridos pelo setor.

Investimentos, aliás, que não fizeram nestes anos todos que detinham as concessões. Há alguns dias os jornais mostraram que há linha de transmissão no Brasil que não teve uma única reforma - investimento - nos últimos 15 anos.

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Oposição e mídia atuam em dobradinha a favor das elétricas

Nestes pleitos as elétricas contam com inteiro e solidário apoio da imprensa que dá em manchetes que os investimentos no setor estão ameaçados. O Estadão, por exemplo, criticou o governo em seu principal editorial deste sábado: "Escuridão na política energética".

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Agora a Companhia Energética de São Paulo (CESP), a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), três empresas paulistas, decidiram questionar no Ministério de Minas e Energia (MME) as regras de renovação das concessões.

Vão pedir ao MME que revise o valor das indenizações e o critério de cálculo das tarifas de energia. Mas os especialistas na área antecipam que este é só 1º passo para as elétricas entrarem em seguida na Justiça, judicializarem o processo de concessões.

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Aécio Neves veste a carapuça

A baixa da conta de luz no setor foi proposta por Medida Provisória (MP) pela presidenta Dilma.
Na semana passada, muito discretamente como quase sempre é o seu estilo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) admitiu que pode comandar as articulações para que a MP não seja aprovada.

O pretexto seria que a estatal mineira Companhia de Energia de Minas Gerais (CEMIG) poderia ser prejudicada pela ação do governo. Vejam, é a dobradinha oposição-mídia de novo. Fica cada vez mais evidente, então, que os jornais estão articulados principalmente com os governos tucanos de São Paulo e de Minas Gerais nessa pressão.

O senador Aécio agora colocou a carapuça: vai liderar a oposição a MP. Mas a questão é tão simples! Se sabiam que as concessões venciam e a amortização do capital investido terminava, como pretendiam continuar a cobrar uma tarifa que inclui o custo da amortização? Seria uma ilegalidade fragrante!

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