Yoani mira Granma e quer ser dona de jornal em Cuba
Apoio não deve faltar para a blogueira cubana, cuja viagem pelo mundo foi bancada em parte pela SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa; "Não contem para ninguém, mas quero fundar um meio de comunicação independente para testar todos os limites da liberdade de imprensa", disse Yoani Sánchez, em coletiva concedida nesta manhã em Feira de Santana, na Bahia; veículo concorreria com o diário oficial do governo cubano, o Granma
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247 – A blogueira e dissidente cubana Yoani Sánchez contou nesta terça-feira 19 que pretende fundar um veículo de comunicação independente em Cuba. Ela deu a notícia durante uma entrevista coletiva concedida nesta manhã na Sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Feira de Santana, na Bahia, onde chegou sob escolta da polícia e, desta vez, não enfrentou protestos.
"Não contem para ninguém, é segredo, quero fundar um meio de comunicação independente para testar todos os limites da liberdade de imprensa", disse Yoani. Sua intenção é dar início ao projeto depois da viagem de 80 dias que fará pelo mundo, e que teve início no Brasil nesta segunda-feira.
O meio de comunicação da jornalista seria concorrente do único jornal que circula na ilha, o Granma, diário oficial do governo de Raúl Castro. É bem provável que não falte apoio à sua iniciativa. A ativista de 37 anos tem os custos da viagem financiados parcialmente pela SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa –, por exemplo, e visitará redações de grandes jornais nos Estados Unidos e na Europa, além de conferências no México.
Manifestações não foram surpresa para Yoani
A polícia fez a segurança no hotel onde a blogueira estava hospedada durante toda a noite desta terça. Isso por conta do tumulto que ocorreu durante o evento que exibiria o filme do cineasta Dado Galvão, 'Conexão Cuba Honduras', que acabou não sendo transmitido. Ela contou que já havia sofrido ameaças de sites do governo cubano afirmando que teria uma "resposta" sobre a iniciativa de ter criado um blog e de escrever contra o regime.
Ela disse que não vê conexão entre o trabalho de seu blog e os protestos que aconteceram no Brasil. "Só penso que esse ódio é de pessoas que nunca leram meus textos e foi fomentado por terceiros. No entanto, a sensação final foi de vitória, apesar dos insultos e gritos. No fim do debate, havia argumentos de minha parte, e por parte deles só palavras de ódio".
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