Wagner e ACM não põem fim à maldição do metrô
Um dos principais motivos de vergonha para os baianos, o metrô de Salvador continua sem previsão de funcionamento após 14 anos do início de sua construção; já foram mais de R$ 1 bilhão em seis quilômetros do sistema; conforme previu o Bahia 247, governador e prefeito se encontraram ontem em mais uma reunião em que nada ficou definido; do encontro, apenas uma certeza: um novo na próxima semana, em data a ser divulgada
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Romulo Faro - Bahia 247
Conforme o Bahia 247 previu ontem, a reunião entre o governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) não foi produtiva e não pôs fim à maldição que acomete o metrô de Salvador há 14 anos.
Os comandantes do Executivo do Estado e de Salvador conversaram a portas fechadas por mais de duas horas na Governadoria, mas a fumaça que saiu da chaminé foi preta. Tal qual a daquelas votações dos cardeais no Vaticano quando eles não conseguem escolher um novo papa. Foi assim com Wagner e ACM Neto.
A fumaça branca que indicará (pelo menos se espera) o funcionamento do metrô 'calça-curta', de seis quilômetros, mais uma vez ficou para depois.
O sistema de transporte de massa de Salvador é construído há 14 anos, já consumiu mais de R$ 1 bilhão do povo e deverá esperar pelo menos mais dois para funcionar.
O primeiro trecho da chamada Linha 1, percurso de seis quilômetros ligando a Estação da Lapa ao Acesso Norte (Rótula do Abacaxi), já está 'pronto', mas o governador Jaques Wagner decidiu que ele só entrará em operação com os 12 quilômetros totais (até Pirajá) e em união com o chamado metrô da Paralela, aquele que foi anunciado pelo Estado para ligar Salvador a Lauro de Freitas e que sequer foi licitado dois anos após seu anúncio.
Um dos pontos de discórdia é o controle das linhas de ônibus que irão alimentar o sistema de metrô. O secretário de Urbanismo e Transporte de Salvador, José Carlos Aleluia, disse que o processo não foi concluído por problemas técnicos. Contudo, sem entrar em detalhes, Aleluia classificou o encontro de ontem como produtivo.
"O governador e o prefeito se aprofundaram no problema e mostraram disposição em resolvê-lo. Apenas não conseguimos fechar os números. Vamos trabalhar com afinco e determinação para solucionar isso", disse o secretário em matéria publicada na Tribuna da Bahia.
Sobre possíveis desentendimentos em relação ao controle das linhas de ônibus que passarão nas estações de transbordo, o secretário Aleluia minimizou, mas admitiu que as tarifas estariam em jogo.
"Não é desentendimento. Nós não vamos concorrer. Não haverá concorrência entre ônibus e metrô, mas é possível acertar as tarifas de cada um. Vamos buscar uma solução módica. Dessa forma haverá alteração integrada".
Também presente ao encontro o chefe da Casa Civil e candidato a governador Rui Costa, no entanto, deixou claro que há desentendimento entre as duas esferas do Poder Executivo.
"Nós queremos linhas próprias que servirão a população próxima às estações de metrô e que seja paga uma única tarifa para essas linhas e o metrô, mas a prefeitura não aceita. Eles querem que as linhas convencionais sirvam ao sistema. Vamos sentar para conversar novamente. Se a prefeitura concordar com a nossa proposta a questão é finalizada".
Enfim, haverá reunião na próxima semana, em data ainda não divulgada, para, assim como das outras vezes, pôr fim à maldição e botar o metrô para andar.
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