Barbosa prevê vitória dos réus sobre embargos

Presidente do STF já conta com o fato de que ao menos cinco ministros pensam diferente dele na questão dos embargos infringentes; ou seja, se metade do plenário decidir que cabe esse tipo de recurso no caso de Delúbio Soares - o primeiro a recorrer -, o placar de empate é favorável aos réus; sem contar que ainda seriam escolhidos novos relator e revisor, praticamente um novo julgamento, com grandes chances de vitória aos acusados

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247 – No grupo que defende a tese de que os embargos infringentes não podem ser apresentados ao Supremo Tribunal Federal, o presidente da corte, Joaquim Barbosa, conta com a possibilidade de vitória dos réus no julgamento da Ação Penal 470. Ele já negou o primeiro, apresentado por Delúbio Soares à frente dos outros 24 condenados, mas o caso deve ir ao plenário, uma vez que a defesa pretende recorrer da decisão.

Estando nas mãos de todos os ministros, o caso pode terminar de forma favorável aos réus. Isso porque, na especulação de Barbosa, é possível que ao menos cinco ministros não pensem como ele. Ou seja, avaliam que esse tipo de recurso – usado quando o réu tem ao menos quatro votos em favor de sua absolvição – é válido. Caso o placar termine em empate, o ponto tem de ser em favor dos condenados.

A polêmica em torno desse tipo de recurso se dá pelo fato de que ele consta do Regimento Interno do STF, mas de acordo com Barbosa, não é mais previsto pela legislação. Na avaliação do presidente do Supremo, pensar que os embargos infringentes são válidos "seria o mesmo que aceitar a ideia de que o STF pudesse criar ou ressuscitar vias recursais não previstas no ordenamento jurídico brasileiro, o que seria inadmissível".

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Como lembram em análise publicada no Valor Econômico os jornalistas Raymundo Costa e Claudia Safatle, a demora no processo faz com que a hipótese da impunidade seja real. Explica-se: se for decidido que cabem os embargos infringentes, serão sorteados um novo relator e um novo revisor para o processo. Barbosa, que relatou o caso do 'mensalão', levou sete anos para estudar as mais de 50 mil páginas dos autos. Outro tempo desse para um novo ministro pode levar à prescrição das penas aplicadas no julgamento em 2012.

Leia abaixo alguns trechos da análise do Valor Econômico a respeito do isolamento do presidente do STF, intitulado "Joaquim Barbosa busca apoio contra isolamento", que cita até uma suposta ameaça em torno da casa do ministro:

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Barbosa sente-se numa luta solitária e até mesmo ameaçado com o que parecem tentativas de intimidação, como um carro preto, sempre com quatro ou cinco passageiros homens, que fica dando voltas em torno de sua residência.

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Barbosa se considera isolado. Em poucos meses à frente do Supremo já bateu de frente com as três associações de magistrados. Questiona privilégios da magistratura e o financiamento dessas associações para a realização de seminários em resorts caros ou no exterior. Precavido, permitiu a entrada da imprensa para registrar um encontro que teve com os presidentes da associação de magistrados. Só não contava que eles levariam seus vices para a reunião. Um deles elevou o tom de voz, iniciando um bate-boca que terminou com Barbosa pedindo respeito ao presidente de um dos três Poderes. Já era tarde, caíra na armadilha dos magistrados. Barbosa também teve um bate-boca com um jornalista, reconheceu o erro e pediu desculpas em nota oficial.

Barbosa é um juiz de comportamento republicano. Recentemente recebeu um pedido de audiência do advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no governo Lula e defensor dos dirigentes do Banco Rural no caso do mensalão. Barbosa decidiu conceder a audiência, marcada para segunda-feira, mas notificou a outra parte na ação contra o mensalão: o procurador da República.

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O atual presidente do Supremo, é fato, personaliza o combate à impunidade. À imagem de um magistrado de pavio curto, Barbosa identifica apoio da opinião pública. Por onde passa é cumprimentado ou recebe pedidos para posar para fotografias. Até no exterior, como aconteceu recentemente nos Estados Unidos com brasileiros residentes em Nova York.

Apesar desse apoio, Joaquim Barbosa rejeita a ideia de se candidatar a presidente da República. A auxiliares já disse, em mais de uma ocasião, não ter "estômago" para a política. Aos 58 anos, ele ainda tem 12 anos no Supremo, até atingir a idade para a aposentadoria compulsória.

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