Barbosa ataca partidos sonhando com voo mais alto

Presidente do STF tem gostado da repercussão de suas críticas e, por isso, pretende continuar, de acordo com o colunista Claudio Humberto; na opinião de Leandro Fortes, da Carta Capital, ele vem preparando o cenário eleitoral para 2014 que, carente de candidatos, destacará "o juiz implacável e irascível" que, "perigosamente, diz o que lhe vem à telha"

Barbosa ataca partidos sonhando com voo mais alto
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247 - Apesar de negar que é candidato à presidência, as críticas frequentes - contra tudo e contra a todos - de Joaquim Barbosa não são disparadas à toa. De acordo com o colunista Claudio Humberto, a repercussão do que diz tem agradado o presidente do STF, e é por isso que ele disse, a aliados, que pretende continuar os ataques.

Na avaliação de Leandro Fortes, da Carta Capital, a última provocação - de que o Congresso serve ao Executivo e que os partidos são de mentirinha - foi "calculada" para desagradar o governo e o PT, alfinetar a OAB e deixá-lo disponível no mercado eleitoral já em 2014.

Em artigo publicado em seu blog (leia abaixo), o jornalista conclui: sem grandes opções de candidatos, "resta Barbosa, o homem que, perigosamente, diz o que lhe vem à telha. E qualquer um que já tenha vivido uma eleição presidencial sabe exatamente o desastre anunciado que isso representa".

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Leia abaixo as notas de Claudio Humberto: 

JOAQUIM CONTINUARÁ OS ATAQUES À CLASSE POLÍTICA

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, avisou a auxiliares próximos que está decidido a seguir com suas declarações alfinetando a classe política e as relações do Congresso com o Palácio do Planalto. Ele está encantado com a repercussão de suas críticas, lendo cada um das mensagens de elogio que recebe de todo o país, mas nega a intenção de disputar a Presidência da República, em 2014.

ESTRATÉGIA

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Enquanto ataca os políticos, bem ao gosto do povão, Joaquim Barbosa deixa de responder às críticas ao Poder Judiciário, que ele chefia.


E o artigo de Leandro Fortes:

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Salvador da pátria - por Leandro Fortes — publicado 21/05/2013 10:34

Ninguém pode negar ao ministro Joaquim Barbosa o direito à crítica. Nem o direito de estar certo - o que, aliás, acontece até com um relógio quebrado, duas vezes ao dia.

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O Brasil tem, sim, partidos de mentirinha montados sobre interesses muito distantes das urgências coletivas e moldados apenas para projetos de poder de curto prazo. E é fato, também, que a dinâmica da engenharia política do Congresso Nacional é quase que exclusivamente bolada para atender as demandas do Poder Executivo.

Barbosa está certíssimo.

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Agora, ninguém pode ser ingênuo de imaginar que o presidente do STF falaria isso para uma plateia de estudantes, durante um evento gravado, sem saber da imediata repercussão que se seguiria. Foi um risco bem calculado para desagradar o governo e o PT, como desagradou, alfinetar a OAB e deixá-lo disponível no mercado eleitoral de 2014.

Barbosa aposta, justamente, na despolitização do debate e coloca-se na manjada posição do homem do povo contra os políticos profissionais, do herói de toga do mensalão pronto a libertar Sodoma de seus vícios sociais abomináveis, aquele que virá nos redimir. Assim, nada presta: nem os advogados, nem os juízes, nem o Congresso Nacional, nem o governo, nem, em última análise, o País. Talvez seja por isso que ele prefira ir à praia em Miami.

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Barbosa, o juiz implacável e irascível, é um Frankenstein criado pela mídia que, apesar dos esforços, ainda não está totalmente controlado. Cometeu, recentemente, o erro de agredir verbalmente um repórter de O Estado de S.Paulo e, em seguida, pagar a viagem de um repórter de O Globo para fazê-lo ouvir, em Costa Rica, que a imprensa brasileira é de direita - com direito a matéria no Jornal Nacional e tudo.

Normalmente, as Organizações Globo não perdoam esse tipo de deslize. Mas as opções para 2014 estão cada vez mais escassas. José Serra, de alternativa, virou um estorvo. Aécio Neves é uma dessas falsas incógnitas. Apesar da pele morena e dos dentes ultrabrancos, ainda é somente uma máquina de clichês antipetistas carente, urgentemente, de um upgrade. Para elegê-lo, será preciso um esforço logístico e financeiro 100 vezes maior do que o utilizado nas eleições de Fernando Collor, em 1989, e Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998.

Resta Barbosa, o homem que, perigosamente, diz o que lhe vem à telha. E qualquer um que já tenha vivido uma eleição presidencial sabe exatamente o desastre anunciado que isso representa.

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