O despertar da massa crítica brasileira

O mês de junho de 2013 não será mais lembrado na História como o mês em que o Brasil sediou um torneiro internacional de futebol preparatório para a Copa do Mundo



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O mês de junho de 2013 não será mais lembrado na História como o mês em que o Brasil sediou um torneiro internacional de futebol preparatório para a Copa do Mundo. Dois importantes movimentos construídos espontaneamente por pessoas aparentemente comuns (estudantes, professores, donas de casa e outros trabalhadores) levaram milhares de pessoas às ruas em São Paulo e em Fortaleza. O motivo inicial mobilizador de ambas as ações foi a violência, que tem muitas faces. As mais visíveis são os assassinatos, os assaltos,  o tráfico de drogas, a corrupção e a agressão à natureza. Mas também a incompetência dos governos para lidar com questões tão simples e básicas  como o transporte urbano, os congestionamentos , a burocracia e a deficiência crônica da educação e da saúde. Ou então a morosidade e a parcialidade do sistema jurídico brasileiro que é sempre leniente e omisso quando o criminoso tem poder econômico ou político. Enfim, razões não faltam para o cidadão que trabalha e paga muitos impostos, indignar-se com o nível lamentavelmente baixo dos exemplos vindos daqueles que numa democracia exercem o poder para cuidarem bem daquilo que é público.

Quem estuda a História da Humanidade descobre que grandes movimentos transformadores que aceleraram mudanças importantes sempre tiveram como protagonistas uma parcela muito pequena da sociedade que chamo de MASSA CRÍTICA e que nunca passou de 5 % da população. Foi assim na queda da Bastilha em 1789 ou na queda do Muro de Berlim em 1989. Foi também  apenas 5 % da população do Egito que se mobilizou e resistiu pacificamente durante 20 dias na praça Tharir, derrubando sem violência uma ditadura truculenta e corrupta que permanecia no poder por mais de 30 anos.

Mesmo partindo do mesmo ponto de origem e tendo  a mesma forma de mobilização através da Internet e suas redes sociais há uma enorme e  profunda diferença na forma de condução dos movimentos de São Paulo e de Fortaleza. Enquanto que em São Paulo as ações foram violentas, com agressões e  depredações, em Fortaleza 15 mil pessoas caminharam por quatro horas a partir do Palácio da Abolição, sede do governo cearense, demonstrando toda sua indignação mas de forma pacífica.

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O Mundo todo vive uma grande crise de valores. Nos últimos 100 anos enquanto a população aumentou de 2 para 7 bilhões , cerca de três vezes e meia, a produção de riquezas aumentou 56 vezes. Nunca houve tanta riqueza na Terra, mas também nunca houve tanta violência, o maior dos paradoxos. Mas diante de tanta notícia ruim, vamos a uma boa nova. Em 2008 surgiu um novo indicador internacional para medir o grau de civilização dos povos. É o GPI (sigla em inglês para ÍNDICE DE PAZ GLOBAL), realizado pelo Instituto para a Economia e a Paz, sediado na Austrália que conta com o apoio de Desmond Tutu, Dalai Lama, dentre outros pacifistas. Em seu último relatório de 2013, dentre 162 países avaliados, o Brasil ficou muito mal posicionado em 81º lugar. Somos um país muito violento que mata todos os anos mais de 40 mil brasileiros apenas por armas de fogo. Mais de 500 mil pessoas estão encarceradas em prisões sub-humanas enquanto que outras 500 mil tem mandado de prisão expedido mas que não são cumpridos por falta de vagas. Triste do país que ao invés de construir escolas que educam no amor, precisam construir prisões que punem na dor.

Junho ficará na História Brasileira como o início de algo transformador. O que esta acontecendo em Fortaleza e São Paulo vai se espalhar por cidades de todo o Brasil, porque chegamos ao fim do poço e muita gente não suporta mais. E neste momento é fundamental aprender com os exemplos recentes de Gandhi, Luther King, Nelson Mandela, dentre outros pacifistas, que descobriram  a superioridade da força da PAZ. Num sistema violento, reagir usando a mesma arma é garantia de derrota porque o sistema é muito mais poderoso e saber usar muito bem a violência. Portanto o caminho é a PAZ, que não é indiferente, não é acomodada, não é omissa. É forte, é corajosa, é perseverante e sabe que a chave para funcionar é a VERDADE, chave inacessível aos violentos que só sabem usar a mentira.

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A massa crítica de ativistas da PAZ do Brasil não vai às ruas para derrotar ninguém, vai porque sabe que é chegada a hora e que pode conquistar mais corações com seu vigoroso exemplo de verdadeira cidadania.

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