Assessora do STF vazou email de Lewandowski?

Tudo indica que sim; a principal suspeita recai sobre Patrícia Landi, atual assessora-chefe de gestão estratégica da presidência do Supremo, que foi diretora do TSE na gestão de Ricardo Lewandowski; analistas técnicos do tribunal ouvidos pelo 247 concluem que a única resposta para o vazamento da mensagem trocada entre ela e o atual ministro do STF é de que um dos dois o tenha feito; mensagem divulgada na imprensa na última semana mostra a posição de Lewandowski sobre as contas da campanha da presidente Dilma Rousseff; se vazamento for comprovado, situação será no mínimo constrangedora para Joaquim Barbosa

Assessora do STF vazou email de Lewandowski?
Assessora do STF vazou email de Lewandowski?


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247 – Uma nota publicada nesta quarta-feira 14 pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, descreve a preocupação da presidente Dilma Rousseff com a arapongagem digital e revela que o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski chegou a bloquear seu email e mudar de endereço depois que uma mensagem sua foi divulgada na imprensa. Leia abaixo:

*LINHA CRUZADA *
Dilma Rousseff fica aflita quando algum visitante entra em seu gabinete com um iPad ligado. Ela foi informada de que o aparelho pode se transformar num grande gravador, possível de ser acionado por algum araponga a quilômetros de distância. Mesmo sem o consentimento do dono. Quando a situação permite, a presidente pede que o tablet seja levado para longe de seu gabinete.
LINHA CRUZADA 2
O ministro do STF Ricardo Lewandowski bloqueou seu e-mail pessoal e mudou de endereço eletrônico. Fez isso depois que sua correspondência com uma servidora foi divulgada até na imprensa.

Na semana passada, um email de Lewandowski, da época em que comandava o Tribunal Superior Eleitoral, encaminhado para a ex-diretora do TSE Patrícia Landi, foi vazado na íntegra e o seu conteúdo foi parar na coluna Painel, da Folha, e nas páginas da revista Veja. O jornal revelou que em email enviado do exterior, o ministro respondeu para a ex-diretora sobre as contas de campanha de Dilma, fazendo a seguinte ressalva: "Se as contas apresentarem problemas sérios, como doações de fontes ilegais ou de lavagem de dinheiro, devemos agir com o máximo rigor possível".

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Conforme apuração do 247, existe um forte indício de que o vazamento da mensagem tenha partido da servidora Patrícia Maria Landi da Silva Bastos, atual assessora-chefe de gestão estratégica da presidência do Supremo, comandada por Joaquim Barbosa.

Um funcionário graduado da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE explicou ao 247 que "as mensagens eletrônicas da Justiça Eleitoral gozam da mais elevada confidencialidade e inviolabilidade não sendo possível a quebra dos códigos e senhas, porque são protegidos pelo sistema de segurança da informação do TSE". O técnico esclareceu ainda que qualquer tentativa de invasão nos servidores de comunicação exchange server do TSE, e também do STF, é imediatamente identificada e bloqueada por eficientes firewalls.

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Com isso, a mensagem trocada entre o ex-presidente do TSE e a ex-diretora do órgão só poderia ter sido divulgada por um dos dois interlocutores. É o que confirma o técnico judiciário Eron Júnior Vieira Pessoa, em depoimento prestado, em novembro passado, à Comissão de Sindicância do TSE. O funcionário põe Patrícia Landi em xeque ao afirmar que o email encaminhado pelo ministro à ex-diretora de fato foi repassado a alguns servidores, inclusive ao próprio.

Se confirmado o episódio, essa será a primeira vez na história do TSE e do STF que um assessor – ocupante de cargo "de confiança" – divulgaria a íntegra de um email reservado e o endereço eletrônico de um ministro da Corte. Dois integrantes do Supremo ouvidos pelo 247, que preferiram não se identificar, disseram que a divulgação de uma correspondência reservada é um fato considerado gravíssimo para qualquer cidadão, com consequências penais. "É inacreditável que tenha ocorrido no âmbito da Suprema Corte", lamentou um ministro.

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Em sua passagem pelo TSE, a ex-diretora atraiu olhares da imprensa por sua truculência e por chamar os servidores do Tribunal de "vagabundos" (relembre aqui). O fato de Patrícia ocupar agora um importante posto na gestão de Joaquim Barbosa no Supremo, seu suposto envolvimento no vazamento do email de Lewandowski deixaria o presidente do STF em uma situação no mínimo constrangedora.

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