Diplomata que ajudou boliviano em fuga faz ameaça

Eduardo Saboia, afastado por tempo indeterminado por ter conduzido a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina, avisa: “Se quiserem me crucificar, vai ser uma burrice”. “Tenho os e-mails das pessoas, dizendo olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando a saída do senador da embaixada e a gente finge que acredita”, afirmou em ameaças à chancelaria brasileira. Episódio resultou na queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota

Eduardo Saboia, afastado por tempo indeterminado por ter conduzido a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina, avisa: “Se quiserem me crucificar, vai ser uma burrice”. “Tenho os e-mails das pessoas, dizendo olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando a saída do senador da embaixada e a gente finge que acredita”, afirmou em ameaças à chancelaria brasileira. Episódio resultou na queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota
Eduardo Saboia, afastado por tempo indeterminado por ter conduzido a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina, avisa: “Se quiserem me crucificar, vai ser uma burrice”. “Tenho os e-mails das pessoas, dizendo olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando a saída do senador da embaixada e a gente finge que acredita”, afirmou em ameaças à chancelaria brasileira. Episódio resultou na queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota (Foto: Roberta Namour)


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247 – O diplomata Eduardo Saboia, afastado por tempo indeterminado por ter conduzido a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina, fez uma ameaça à chancelaria brasileira.

"Se vierem para cima de mim, tenho elementos de sobra para me defender e para acusar", afirmou em entrevista à Folha. "Tenho os e-mails das pessoas, dizendo olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando [a saída do senador da embaixada] e a gente finge que acredita.'

O episódio resultou na queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

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Leia trechos da entrevista:

A decisão

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Eu vinha avisando [o Itamaraty] que a situação estava em franca deterioração, e a gente tinha que pensar em contingências, como levá-lo para a residência [oficial da embaixada], para uma clínica na Bolívia, para o Brasil. Não sou médico nem psiquiatra, mas, diante de uma situação limite, tomei essa decisão. O médico boliviano atestou dias antes que ele estava num estágio perigoso de depressão. Ele [o senador] estava com um papo de suicídio. Não me arrependo e aceito as consequências. Ouvi a voz de Deus. Estou amparado pela Constituição e pelos tratados internacionais assinados pelo Brasil. Fiz uma opção por um perseguido político, como a presidente Dilma fez em sua história.

'Faz de conta'

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Eu perguntava da comissão [bilateral, para resolver a questão do senador], e as pessoas me diziam: "Olha, aqui [no Brasil] é empurrar com a barriga." Ninguém me disse isso por telegrama, porque não são bobos. Mas tenho os e-mails das pessoas, dizendo "olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando e a gente finge que acredita". A comissão não tinha prazo para terminar, era um faz de conta.

Ameaça

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O Itamaraty quer saber o que aconteceu. Vou prestar os esclarecimentos, e espero que haja sensatez. Se vierem para cima, tenho elementos de sobra para me defender e para acusar: a questão da omissão... Se a gente entrar numa questão legal, vai ser uma lavação de roupa suja que todo mundo vai sair prejudicado. Se quiserem me crucificar, vai ser uma burrice. Não sou da oposição, votei na Dilma. Mas não podia me omitir.

Na embaixada

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Você imagina ir todo dia para o seu trabalho e ter uma pessoa trancada num quartinho do lado, que não sai? Aí vem o advogado e diz que, se ele se matar, você será o responsável. Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi [centro de repressão do Exército durante a ditadura].

Viagem

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Não teve pirotecnia, carteirada' ou suborno. Cruzamos a fronteira às claras. Fomos parados várias vezes, porque a Bolívia tem controles de pedágio e antinarcóticos. Teve uma hora que eles olharam dentro do carro com lanterna e tudo, mas nem pediram documento dele. Foram 22 horas, 1.600 quilômetros. Pegamos névoa, gelo, frio. O senador passou mal, vomitou. Na reta final, fomos ficando sem gasolina e aí começamos a, literalmente, rezar. Eu, católico, e o senador, evangélico. Peguei a Bíblia, abri nos Salmos e li. Foi o milagre da multiplicação da gasolina.

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