Lula: Dilma vencerá mesmo sem democracia na mídia

“Eu gostaria que a imprensa informasse quando o PT erra, mas acho que ela deveria fazer igual com todos. A agressividade da mídia contra Dilma foi muito maior do que foi comigo de 2003 a 2010. De qualquer forma ela vai ganhar as eleições”, afirmou; “Eu gostaria que no Brasil fosse como outros países: no New York Times, por exemplo, eles publicam no editorial que candidatos vão apoiar, mas a informação é neutra. O povo tem que saber o que aconteceu e não o que as pessoas querem que aconteça”

04/10/2014- São Bernardo do Campo- SP, Brasil- O ex -presidente participa de caminhada em São Bernardo do Campo junto com o candidato ao Governo do Estado Alexandre Padilha. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
04/10/2014- São Bernardo do Campo- SP, Brasil- O ex -presidente participa de caminhada em São Bernardo do Campo junto com o candidato ao Governo do Estado Alexandre Padilha. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula (Foto: Leonardo Attuch)


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Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual

São Bernardo do Campo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem (4) a “agressividade” da mídia contra a presidenta e candidata Dilma Rousseff (PT) e avaliou que, mesmo com a oposição da imprensa tradicional, ela está em uma posição confortável e ganhará as eleições, que ocorrem hoje (5), em primeiro turno, em todo o país.

Lula participou de caminhada com a militância do PT em São Bernardo do Campo para o encerramento da campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. “Se você analisar no Manchetômetro (site do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública que acompanha cobertura midiática das eleições de 2014) e ver a quantidade de matérias negativas contra Dilma neste ano e a quantidade de notícias que favorecem outros candidatos, você terá a impressão de que a ausência de democracia na imprensa é total”, disse. “Predomina o viés ideológico do dono do jornal, e não o viés da responsabilidade social da informação.”

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Na conversa com jornalistas, Lula avaliou que seu partido sofre com esse processo intensamente desde 2005, com a denúncia do mensalão. “Eu gostaria que a imprensa informasse quando o PT erra, mas acho que ela deveria fazer igual com todos. A agressividade da mídia contra Dilma foi muito maior do que foi comigo de 2003 a 2010. De qualquer forma ela vai ganhar as eleições”, continuou. “Eu gostaria que no Brasil fosse como outros países: no New York Times, por exemplo, eles publicam no editorial que candidatos vão apoiar, mas a informação é neutra. O povo tem que saber o que aconteceu e não o que as pessoas querem que aconteça.”

Lula disse estar “muito otimista” em relação às eleições e afirmou que assim que elas terminarem o PT iniciará uma campanha pela reforma política. “Estou convencido que sem ela não faremos mais nenhuma reforma nesse país. O Congresso Nacional não pode continuar funcionando com centenas de partidos políticos, que mais parecem grupos de pessoas que não têm compromisso ideológico nem programático. O resultado da eleição será muito dignificante para a construção da democracia no país”, disse.

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Sobre a candidatura de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, Lula disse que “ainda acredita” que ele pode disputar o segundo turno e que o candidato deve “andar o dia inteiro” em busca de votos. “É por isso que nós viemos para a rua hoje, para mostrar para o povo que eleição e mineração a gente só conhece o resultado depois que a gente fizer todo o trabalho. É só depois da apuração”, disse, no último de uma série de atos realizados esta semana ao lado do candidato do PT por toda a Grande São Paulo.

Ontem, os dois e Dilma estiveram juntos no centro de São Paulo, em uma caminhada. O ex-presidente também disse estar tranquilo em relação a um embate no segundo turno, seja com a candidata Marina Silva (PSB) ou com o candidato Aécio Neves (PSDB), e que não tem preferência de opositores para Dilma. “Vai depender do povo brasileiro. Se o povo achar que pode dar a vitória para Dilma no primeiro turno dará. Se achar que é necessário ouvir um pouco mais de debate e conhecer mais as propostas, com apenas dois candidatos os debates ficarão mais claros”, disse. “O povo é quem vai decidir e nós trabalhamos para ganhar. A gente tem que respeitar todos os candidatos. E a Dilma estará preparada para enfrentar qualquer um deles”, disse.

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“Se tiver segundo turno será extraordinário porque será mais uma oportunidade de debate. Vocês estão lembrados em 2006, quando eu fui para o segundo turno com o Geraldo Alckmin (PSDB) e algumas pessoas achavam que ele ia me passar? Nós aumentamos 12 milhões de votos e ele perdeu 3 milhões, porque a coisa fica mais clara, dá pra fazer um debate ideológico mais claro.”

Lula atenuou o fato de Dilma não ter apresentado um plano de governo, um antigo diferencial de candidaturas do PT. A presidenta considera que o fato de estar em um mandato já representa os compromissos que terá com os eleitores caso conquiste um novo mandato, visão que coincide com a do ex-presidente. “Quem está no governo tem como grande programa o seu legado. Quem é oposição vai para o debate dizendo ‘eu acho’, ‘eu acredito’, ‘eu penso’. Quem está no governo já fez.”

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