Estaleiro pagou US$ 14 mi em propina a Barusco, diz MPF

Segundo o MPF, Zwi Zcorniky, representante do estaleiro Keppel Fels e da Floatec, pagou propina ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco entre 2003 a 2013 depositada na conta do Banco Delta, na Suíça; segundo ele, dos US$ 14 milhões, US$ 12 milhões foram repassados ao ex-diretor de Serviços Renato Duque

Segundo o MPF, Zwi Zcorniky, representante do estaleiro Keppel Fels e da Floatec, pagou propina ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco entre 2003 a 2013 depositada na conta do Banco Delta, na Suíça; segundo ele, dos US$ 14 milhões, US$ 12 milhões foram repassados ao ex-diretor de Serviços Renato Duque
Segundo o MPF, Zwi Zcorniky, representante do estaleiro Keppel Fels e da Floatec, pagou propina ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco entre 2003 a 2013 depositada na conta do Banco Delta, na Suíça; segundo ele, dos US$ 14 milhões, US$ 12 milhões foram repassados ao ex-diretor de Serviços Renato Duque (Foto: Gisele Federicce)


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André Richter - Enviado Especial da Agência Brasil/EBC

O Ministério Público Federal (MPF) detalhou, nos pedidos que embasaram a nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem (5), a atuação de novos operadores do esquema de cobrança de propina na Petrobras. Entre os novos investigados estão representantes de empresas e um funcionário aposentado da Petrobras. Todos foram alvo de mandados de busca e apreensão. A nova etapa da investigação teve início a partir do acordo de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

Segundo o MPF, Zwi Zcorniky, representante do estaleiro Keppel Fels e da Floatec, pagou propina a Barusco entre 2003 a 2013 depositada na conta do Banco Delta, na Suíça. De acordo com as investigações, o representante do estaleiro transferiu valores ao PT por meio do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. No depoimento de delação, Barusco disse que a Keppel Fels pagou US$ 14 milhões em propina, dos quais US$ 12 milhões foram repassados ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque.

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No depoimento de delação premiada, Barusco afirmou que havia um "encontro de contas" entre ele e os representantes das empresas. Ele cita encontros com o investigado Mário Frederico Mendonça Goes, que está foragido, nos quais eram entregues "mochilas com grandes valores de propina, em espécie", que variavam entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. No local, era feita a conferência de cada contrato, contabilizando as propinas pagas e as pendentes.

De acordo com a investigação, César Roberto Santos Oliveira, dono da GDK, pagou US$ 200 mil a Barusco, depositados no Banco Lombard Odier. Atan de Azevedo Barbosa, empregado aposentado da Petrobras , é acusado de favorecer a IESA Óleo e Gas. Entre 2008 e 2013, Barusco recebeu pagamentos de propinas mensais de US$ 29 mil pelos contratos assinados entre a IESA e Petrobras.

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Nos depoimentos, também aparecem os nomes de Guilherme Esteves de Jesus (acusado de ser operador do Estaleiro Jurong); Milton Pascovich (Engevix), Shinko Nakandakari (Galvão Engenharia); Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva (Alusa, Rolls Roycee SBM,) e Augusto Amorim Costa (Queiroz Galvão).

Ontem (5), cerca de 200 agentes federais e servidores da Receita Federal cumpriram 62 mandados judiciais em São Paulo, Santa Catarina, no Rio de Janeiro e na Bahia. Ao todo, foram 18 mandados de condução coercitiva, um de prisão preventiva, três de prisão temporária e 40 de busca e apreensão.

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Em nota divulgada no site do PT, Vaccari Neto disse que todos os questionamentos dos delegados foram respondidos. Ele foi levado pela PF para prestar depoimento aos investigadores, em São Paulo. "Todas as perguntas feitas pelo delegado foram esclarecidas. Respondi a tudo com transparência, lisura e total tranquilidade", declarou.

Sobre o depoimento de Barusco, a assessoria de imprensa do PT divulgou nota oficial em que reitera que o partido recebe apenas doações legais declaradas à Justiça Eleitoral. "As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras seguem a mesma linha de outras feitas em processos de delação premiada, que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT", diz a nota.

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A Agência Brasil não conseguiu contato com os demais acusados.

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