MPF pede a condenação da irmã do bispo Edir Macedo, da Record

Segundo a operação Sanguessuga, os ex-deputados Edna Macedo e Marcos Roberto Abramo, então integrante da bancada evangélica, se beneficiaram do esquema criminoso de compra de ambulâncias

MPF pede a condenação da irmã do bispo Edir Macedo, da Record
MPF pede a condenação da irmã do bispo Edir Macedo, da Record (Foto: Folhapress)


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Fernando Porfírio_247 - O Ministério Público Federal em São Paulo pediu a inclusão, como ré, na ação do caso conhecido como “Máfia das Sanguessugas”, da irmã do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus e manda chuva da Rede Record. O MPF também pediu a condenação, por improbidade administrativa, de outro ex-deputado federal que integrou a bancada evangélica.

A Operação Sanguessuga foi desencadeada pela Polícia Federal em Mato Grosso e apurou um gigantesco esquema de fraudes a licitações no Ministério da Saúde, com desvio de recursos públicos para pagamentos a parlamentares que propusessem emendas orçamentárias para a compra de ambulâncias para prefeituras ou organizações sociais.

A ex-deputada Edna Bezerra Sampaio Fernandes, conhecida como Edna Macedo, e o ex-deputado Marcos Roberto Abramo, então integrante da bancada evangélica, apresentaram emendas individuais ao orçamento federal de 2004 e beneficiaram o esquema criminoso de compra de ambulâncias.

“Ao descrever os autores dos atos de improbidade administrativa, a AGU deixou de tratar dos políticos responsáveis pelas emendas orçamentárias”, afirmou o procurador da República Roberto Antonio Dassié Diana, autor dos pedidos. “A inclusão das emendas no orçamento foi ato imprescindível para a liberação dos valores”.

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Edna Macedo apresentou emenda no valor de R$ 60 mil em benefício do município de Pirapora de Bom Jesus. A ação de improbidade administrativa trata de atos praticados na concessão e execução de dois convênios firmados entre este município e o Ministério da Saúde e Fundo Nacional de Saúde, para a compra de ambulâncias.

O ex-deputado federal Marcos Roberto Abramo apresentou emenda no valor de R$ 160 mil em benefício da Associação Beneficente Cristã (ABC). A ação proposta pela AGU analisa atos de improbidade administrativa praticados na concessão e execução de quatro convênios pela ABC.

Na ação, a Advocacia Geral da União (AGU) revela que a “Máfia das Sanguessugas” atuava através de uma “complexa rede de informações e articulações”. As licitações para as compras dos veículos eram todas acertadas com empresas ligadas ao esquema e as propostas de convênio feitas em conluio entre os principais responsáveis pela empresa Planam e a prefeitura ou entidade social beneficiada.

Segundo o MPF, na maioria dos casos, as ambulâncias não vinham com os equipamentos médicos ou odontológicos necessários e o dinheiro que seria destinado aos equipamentos não adquiridos era rateado entre os participantes de cada esquema.

O ex-deputado Marcos Roberto Abramo também é um dos 10 denunciados pelo MPF em 2010 na ação criminal que apura fraudes na compra de ambulâncias, envolvendo a Associação Beneficente Cristã – ABC. Ele foi denunciado por estelionato e corrupção passiva.

Para obter os recursos, a ABC contou com a atuação de quatro ex-deputados, todos da bancada evangélica e ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, que apresentaram emendas que previam recursos para a compra dos veículos. Fundada em 1994, a ABC era apresentada no site da Igreja como entidade sem fins lucrativos tendo como parceira a Iurd. Os responsáveis pela entidade muitas vezes eram pastores e bispos da igreja.

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O Ministério da Saúde e a Controladoria Geral da União apuraram por meio de uma auditoria que a ABC não era cadastrada no sistema nacional de saúde e não deu o uso adequado às ambulâncias adquiridas, as quais, inclusive, não tinham os equipamentos que justificariam grande parte dos recursos federais obtidos.

A denúncia não foi apreciada pela 7ª Vara Federal Criminal, que entende que a eventual ação penal deve tramitar para Brasília. O MPF recorreu e o caso está sob análise do TRF-3.

Na esfera penal, Edna Macedo foi denunciada com mais quatro ex-deputados federais pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso. Segundo a denúncia, os cinco ex-deputados e uma ex-assessora foram acusados por diversos crimes, entre os quais formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

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