Um ano depois, o desafio de Dilma é ainda maior

No ano passado, Dilma Rousseff foi a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral da ONU. Na ocasião, falou sobre a crise econômica internacional e defendeu a criação de um Estado Palestino; de lá pra cá, a crise se acentuou e os Estados Unidos têm um candidato que diz abertamente que os palestinos são inimigos da paz

Um ano depois, o desafio de Dilma é ainda maior
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247 – Se a presidente Dilma Rousseff decidisse simplesmente repetir, amanhã, na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o discurso que fez no ano passado, ele ainda soaria atual. Na ocasião, em que foi a primeira mulher a ocupar a tribuna da ONU para abrir uma Assembleia Geral, papel reservado por tradição ao Brasil, Dilma falou sobre a crise internacional – atacando o tsunami monetário internacional – e defendeu a criação de um Estado Palestino.

De lá pra cá, os bancos centrais dos países ricos ampliaram ainda mais a injeção de recursos em suas economias – o que fez com que o Brasil também mudasse sua política econômica, reduzindo as taxas de juros e atuando com mais força no mercado de câmbio, para manter uma taxa mais competitiva.

Na cena internacional, o quadro também se deteriourou. O candidato republicano Mitt Romney, que tem chances reais de derrotar Barack Obama nas eleições norte-americanas de novembro, declarou que os palestinos são inimigos da paz.

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Dilma falará de novo sobre o tsunami monetário internacional e sobre a necessidade de criação de um Estado Palestino. Mas incluirá temas novos, como a defesa dos princípios de sustentabilidade, discutidos no ano passado na Rio+20.

Leia, abaixo, o noticiário da Agência Brasil:

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Dilma finaliza detalhes do discurso que fará na Assembleia Geral da ONU

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

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Brasília - A presidenta Dilma Rousseff finaliza hoje (24), em Nova York, os últimos detalhes do discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Dilma deve enviar uma série de mensagens, como a defesa da busca pelo fim dos conflitos por meio da paz,  a não intervenção militar como solução para confrontos, a relevância dos esforços em favor do desenvolvimento sustentável e o empenho para o reequilíbrio econômico no cenário internacional.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse ontem (23), em entrevista coletiva, que a presidenta deverá fazer um discurso no qual o multilateralismo predomina. “O impulso político muito importante será dado aqui”, ressaltou. “Não polarizar [é a alternativa], que tem um grande perdedor que é o sistema multilateral, a ONU [Organização das Nações Unidas].”

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A presidenta chegou ontem de manhã e não teve agenda oficial. Ela viajou acompanhada pela filha, Paula, e mais seis ministros. Dilma almoçou com a filha e alguns assessores e depois voltou ao hotel no qual está hospedada.
  
A presidenta abre amanhã (25) a Assembleia Geral, quando vai destacar os avanços obtidos na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho.Antes, ela se reúne com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo assessores, não há audiências organizadas com o presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

No seu discurso, a presidenta deverá reiterar a necessidade de respeitar a soberania interna e a ordem democrática, referências que dizem respeito diretamente à Síria e ao Paraguai. Na Síria, Dilma deverá defender o fim da violência, a busca da paz por meio do diálogo, o respeito aos direitos humanos e a não intervenção militar.

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Dilma deverá, mais uma vez, apoiar o direito de a Palestina ser Estado autônomo. Ela deve mencionar também a necessidade de buscar um acordo de paz dos palestinos e israelenses por meio das negociações.

No âmbito regional, a presidenta deve ressaltar que atualmente na América Latina a integração está diretamente relacionada ao respeito à democracia. É uma referência à necessidade de preservar a ordem democrática, algo que os líderes latino-americanos suspeitam que não ocorreu no Paraguai durante a destituição do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho.

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É possível que a presidenta cite também a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma vez que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que acompanha Dilma, tem uma agenda paralela cujo principal tema é o esforço para a ampliação do órgão.

O conselho é formado por 15 países – cinco ocupam vagas permanentes e dez rotativas. O Brasil defende a ampliação para pelo menos 25 lugares no total. O assunto deve ser discutido durante reunião de Patriota  com representantes do G4 (Alemanha, Brasil, Índia e Japão) e do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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