"Presidente não enfia goela abaixo", aconselha Mello
Ministro Marco Aurélio Mello, que, nesta semana, desmonstrou incômodo mais uma vez diante da postura intransigente adotada pelo relator da Ação Penal 470, deu uma dica a Joaquim Barbosa, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal no próxima dia 22: "Perceba a importância da cadeira ocupada pelo presidente da corte"
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247 - O pulso firme do ministro Joaquim Barbosa na condução da Ação Penal 470 reverbera no tribunal após mais uma semana de atritos nas sessões do chamada julgamento do mensalão. Nesta sexta-feira, o ministro Marco Aurélio Mello, que bateu de frente com Barbosa nesta semana, disse esperar que o relator do processo "perceba a importância da cadeira ocupada pelo presidente da corte" ao assumir o cargo.
Barbosa assume a presidência do STF no próximo dia 22, após a aposentadoria do atual presidente, Carlos Ayres Britto. "O presidente coordena e não enfia goela abaixo o que quer que seja", destaca Marco Aurélio. "Nós somos iguais. Nos completamos mutuamente", completou, fazendo lembrar os desentendimentos que a postura por vezes debochada de Barbosa ao conduzir as sessões de dosimetria do processo do 'mensalão'.
"A dissidência é própria ao regime democrático", defendeu nesta sexta Marco Aurélio, ao ser questionado sobre o atrito com Barbosa. "Continuo preocupado com a ótica exteriorizada, que seria uma ótica de voz única", disse o ministro, que compareceu a evento da Escola da Advocacia Geral da União (EAGU) em São Paulo.
Assim como outros colegas que se pronunciaram sobre o assunto nesta sexta-feira, Marco Aurélio disse que é "um homem otimista", mas que acredita que o "veredicto final só virá em 2013". Ele aproveitou para criticar a decisnao de não desmembrar o processo.
Sobre uma possível investigação do alegado envolvimento do ex-presidente Lula no esquema julgado, Marco Aurélio disse desconhecer o depoimento prestado pelo publicitário Marcos Valério ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que mencionaria a participação de Lula, e que, de qualquer forma, o caso caberia à primeira instância agora.
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