PEC 37 e a seletividade

Se o MP não fosse tão seletivo em suas investigações, talvez esse debate nem estivesse proposto. Geralmente se investiga casos de repercussão midiática



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Doze ações criminais coordenadas pelo Ministério Público aconteceram no dia 09 de abril. Todas sem relação entre si, mas com uma coisa em comum: estavam engavetadas até a Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) 37 de 2011 entrar em vias de votação. Logo a mídia, que tem o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como um de seus queridinhos, espetacularizou em seus telejornais as dúzia de ações.

No texto da PEC, consta que a competência para investigações criminais é das polícias civis, militares e Federal. Nada diferente do que acontece na prática. Ou o Ministério Público possui agentes para ir às ruas investigar qualquer coisa? O MP tem efetivo policial? Ou o MP usa o efetivo das polícias determinando investigações?

Ao contrário do que pregam os defensores que o MP investigue criminalmente, a PEC não impossibilita que ações investigativas propostas pelo MP aconteçam. Na prática, só se regulamentará o que já acontece: o MP solicita que a polícia investigue determinada pessoa ou empresa. Será que algum chefe de polícia, seja militar ou civil, vai se negar a pôr em prática uma solicitação do Ministério Público?

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Pior é gente afirmando por aí que essa PEC é coisa do PT. Sua autoria é do deputado Lourival Mendes do PTdoB do Maranhão e sua relatoria do deputado Arnaldo Faria de Sá do PTB de São Paulo. Alessandro Molon do PT votou contra a PEC na CCJ.

Agora se o MP não fosse tão seletivo em suas investigações, talvez esse debate nem estivesse proposto. O melhor exemplo foi o que aconteceu no dia 09/04. Estava tudo engavetado até a PEC 37 ser encaminhada ao plenário. Até as amebas sabem como o Ministério Público é seletivo. Geralmente se investiga casos de repercussão midiática.

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Nacionalmente nada se investiga contra banqueiros, "grande imprensa" ou o PSDB. E isso é fato! Daniel Dantas está aí para provar isso. A relação Policarpo Júnior de Veja e o bicheiro Carlinhos Cachoeira também. Sem falar na compra de votos para se aprovar a emenda da reeleição.

O então Ronivon Santiago, ex-PFL, hoje DEM, do Acre assumiu ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da Emenda Constitucional para aprovar a reeleição de Fernando Henrique Cardoso (FHC). E onde está o Ministério Público defensor da eliminação da criminalidade no Brasil?

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Sem falar na privataria de FHC e Serra.

Nem oito, nem oitenta. O texto da PEC, e é claro que receberá alterações, tanto na CCJ, tanto no plenário ou mesmo quando chegar ao Senado, não afirma que o MP não poderá solicitar ou acompanhar investigações. Há uma boa dose de "super poder" no Ministério Público e na esfera judiciária em geral que não se pode perder de vista. A democracia agradece.

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