Oposicionista critica ‘repressão’ de Maduro no Senado

Deputada venezuelana Maria Corina Machado disse que presidente de seu país “cruzou a linha vermelha” ao prender líderes oposicionistas, de maneira arbitrária; ela defendeu os protestos realizados em diferentes regiões que, na sua opinião, foram motivados pela crise econômica vivida pela Venezuela; disse ainda que espera empatia e solidariedade do Brasil e acrescentou que se pudesse falar com a presidenta Dilma Rousseff, não falaria como política, mas “de mãe para mãe, de perseguida para perseguida”

Deputada da Assembleia Nacional da Venezuela, Maria Corina Machado debate sobre o agravamento da crise econômica, social e política de seu país
Deputada da Assembleia Nacional da Venezuela, Maria Corina Machado debate sobre o agravamento da crise econômica, social e política de seu país (Foto: Roberta Namour)


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Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
A deputada da oposição venezuelana Maria Corina Machado disse ontem (2) que o presidente de seu país, Nicolás Maduro, “cruzou a linha vermelha” ao prender líderes oposicionistas, de maneira arbitrária.

De acordo com a deputada, que apresentou nesta quarta-feira, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, seu posicionamento a respeito da crise política na Venezuela, desde o início de uma série de protestos da oposição, as liberdades democráticas em seu país foram tolhidas, e o governo tem fechado os canais de diálogo.

Corina defendeu os protestos realizados em diferentes regiões do país que, na sua opinião, foram motivados pela crise econômica vivida pela Venezuela. “A situação de escassez de alimentos, a falta de empregos fizeram com que as pessoas saíssem às ruas” disse.

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A deputada disse ainda que espera empatia e solidariedade do Brasil a respeito da crise na Venezuela, e acrescentou que se pudesse falar com a presidenta Dilma Rousseff, não falaria como política, mas “de mãe para mãe, de perseguida para perseguida”.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) se solidarizou com a deputada venezuelana e disse que espera que o país encontre o seu caminho, sem intervenções. “Queremos que a Venezuela encontre a sua própria solução, sem que nenhum país intervenha”, disse.

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O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou documento no qual mostra que a deputada apoiou a tentativa de golpe contra o então presidente Hugo Chavez, em 2002, e questionou a deputada venezuelana sobre a possibilidade de a oposição pretender derrubar o presidente Nicolás Maduro. “Eu não acredito em nenhuma alternativa fora do Estado Democrático de Direito. Há 50 anos o Brasil viveu a quebra do regime constitucional, e isso trouxe consequências até hoje para a nossa sociedade”, disse Rodrigues, que criticou as manifestações que pedem a saída do presidente Nicolás Maduro.

Corina negou que a oposição tenha pretensão de dar um golpe de Estado, e disse que a oposição só irá se abrir ao diálogo quando o governo de Caracas der provas de que vai respeitar os diferentes atores políticos. “Temos que avançar e deter a violência, a opressão, soltar os presos políticos e liberar os meios de comunicação. Tem que haver um enorme esforço político de respeito às instituições”, frisou.
Deputada mais votada para a Assembleia Nacional, com quase 250 mil votos, Corina teve seu mandato cassado pelo Parlamento. A decisão foi confirmada pelo Tribunal Supremo de Justiça, sob o entendimento de que ela descumpriu um artigo da Constituição venezuelana, que proíbe funcionários públicos de aceitar cargos de governos. Corina aceitou a representação alternativa do Panamá em uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA), no dia 21 de março.
O tribunal julgou que a função diplomática "não só é prejudicial para a função legislativa, para a qual foi previamente eleita, mas também é uma clara contradição com seus deveres como venezuelana e como deputada da Assembleia Nacional".
Na próxima semana, a Comissão de Relações Exteriores do Senado deve ouvir a vice-presidente do Parlamento venezuelano, deputada Blanca Eekhou. Apoiadora do presidente Nicolás Maduro, Blanca vai falar aos senadores sobre a visão do governo a respeito da crise.
Desde a eleição do presidente Nicolás Maduro, a Venezuela vive em estado de tensão. A crise se agravou em janeiro deste ano quando a oposição começou a fazer protestos pedindo a saída do presidente. Ontem (1º) a Anistia Internacional divulgou relatório no qual alerta para o risco de a Venezuela cair em uma “espiral de violência”, caso governo e oposição não se comprometam a respeitar plenamente os direitos humanos. Além disso, a organização também pede investigações imparciais e independentes sobre cada denúncia de violação dos direitos humanos. Em quase dois meses foram registradas 39 mortes e mais de 560 feridos nos protestos de rua, em várias cidades.

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