Arruda lança site e se diz vítima de “golpe” do PT

“Eu, José Roberto Arruda, sofri um golpe. Em fevereiro de 2010, fui tirado do cargo de governador do Distrito Federal por força de uma mentira. Esta mentira foi inventada por um corrupto confesso que teve seus crimes perdoados graças a ela. E prosperou graças a uma associação do PT com figuras desonestas do Ministério Público”, diz o texto publicado pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, em site criado para apoiar sua candidatura deste ano; no mesmo depoimento, ele diz ter sido assediado pelo ministro Gilberto Carvalho antes do chamado “mensalão do DEM”; “Arruda, você tem que vir para o nosso lado. Venha para o PMDB. Sua vida vai ser bem melhor, você tem muito mais futuro com a gente”, teria dito Gilberto

DF - CONVEN«√O/PR - ESPORTES - O ex-governador JosÈ Roberto Arruda durante convenÁ„o do PR (Partido da Rep˙blica) realizada neste domingo em   BrasÌlia, para lanÁ·-lo como candidato ao governo do Distrito Federal nas prÛximas eleiÁıes.   29/06/2014 - Foto
DF - CONVEN«√O/PR - ESPORTES - O ex-governador JosÈ Roberto Arruda durante convenÁ„o do PR (Partido da Rep˙blica) realizada neste domingo em BrasÌlia, para lanÁ·-lo como candidato ao governo do Distrito Federal nas prÛximas eleiÁıes. 29/06/2014 - Foto (Foto: Leonardo Attuch)


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Brasília 247 – Alvo da Operação Caixa de Pandora, que o tirou do cargo de governador do Distrito Federal e o fez parar na prisão, o ex-governador José Roberto Arruda lançou o site “O golpe de 2009”, no qual conta sua versão sobre os fatos. Ele diz ter sido assediado pelo ministro Gilberto Carvalho, que sugeria sua troca para um partido da base aliada. No site, ele também gravou um vídeo e publicou vários textos e documentos.

Assista o vídeo e confira um dos textos de Arruda:

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Eu, José Roberto Arruda, sofri um golpe. Em fevereiro de 2010, fui tirado do cargo de governador do Distrito Federal por força de uma mentira. Esta mentira foi inventada por um corrupto confesso que teve seus crimes perdoados graças a ela. E prosperou graças a uma associação do PT com figuras desonestas do Ministério Público.

Aqui neste blog, vou contar a história inteira. Mas não só isso. Vou apresentar os documentos que revelam e comprovam a farsa. Farsa que entregou a gestão pública do DF nas mãos de gente incompetente e despreparada. Farsa que criou o governo mais repudiado pela população em toda a história de Brasília. Farsa que interrompeu o governo de maior aprovação da história de Brasília.
Vou começar a contar esta história pelo dia 14 de agosto de 2009.

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Eu era governador e havia recebido um pedido de audiência do então chefe da gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Encontramo-nos na residência oficial de Águas Claras, para um almoço. Ele chegou acompanhado de seu assessor especial, Swenenberger Barbosa, hoje secretário da Casa Civil do GDF. Já à mesa, trocamos algumas amenidades ligeiras antes de ele chegar ao ponto:

— Arruda, você tem que vir para o nosso lado. Venha para o PMDB. Sua vida vai ser bem melhor, você tem muito mais futuro com a gente.

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À época, eu era o governador mais bem avaliado do Brasil. Minha gestão executava mais de duas mil obras públicas. Havia soluções para a maioria dos problemas de mobilidade urbana. O Estado respondia com presteza e qualidade às demandas da sociedade. Por isso, meu nome era dado como certo na vaga de candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra, do PSDB — eu gostava da idéia, mas planejava mesmo era me candidatar à reeleição.

— Não, Gilberto, muito obrigado, mas não posso. Não posso de jeito nenhum.

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Apertamos as mãos, trocamos sorrisos e nos despedimos de forma cortês.

Não era a primeira vez que me faziam aquele convite. Já o tinha ouvido numa das várias audiências que tive naquele ano com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Lembro que numa delas, Dilma se fazia acompanhar de sua secretária-executiva, Erenice Guerra. Tratamos de assuntos que ligavam o GDF e o governo federal. Dilma não é uma boa política, daí provavelmente sua falta de jeito em me sugerir —Por que você não vem para o PMDB? Sorri e agradeci, mas respondi que não poderia fazer parte do governo por que eu sou liberal, não tenho afinidade ideológica com a esquerda. Rimos e ela se foi.

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Três meses e quinze dias depois do convite de Gilberto, precisamente em 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal realiza uma imensa operação chamada Caixa de Pandora. Agentes cumprem mandados de busca em vários locais de Brasília. Desta operação, vaza um vídeo, publicado em primeira mão pelo portal iG, em que eu apareço sentado num sofá na sala do então presidente da Codeplan, Durval Barbosa, que me entrega um maço de dinheiro. Em seguida, vazam vários outros vídeos em que aparecem deputados distritais recebendo dinheiro do mesmo personagem. Há até o vídeo em que dois deputados fazem uma oração abraçados a este personagem.

Os meios de comunicação disseminam a notícia de que eu, governador do DF, era chefe de uma máfia que roubava dinheiro dos cofres públicos superfaturando contratos com empresas de informática. E que este dinheiro pago a mais era devolvido na forma de propina, entregue a mim e aos deputados para me apoiarem. Batizam o escândalo de Mensalão do DEM.

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O Mensalão do PT acontecera bem antes, em 2005. Mas, graças ao Mensalão do DEM, o PT não recebeu nenhum ataque sobre o seu próprio mensalão na eleição presidencial de 2010.

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