Glória Perez: maior violência não tem a ver com dramaturgia
Série policial Dupla Identidade, que aborda a mente de um serial killer, marca o retorno da autora ao gênero; segundo ela, tema não é abordado na TV aberta; em entrevista ao blog Propagando, Glória Perez discorda do fato de que o aumento da violência decorre do que se vê na televisão; "Não tem nada a ver com dramaturgia, tem a ver com impunidade"
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Por Ricardo Fonseca, do blog Propagando - Uma das principais apostas da Rede Globo para o segundo semestre deste ano, a série Dupla Identidade marca, depois de "Hilda Furacão" e "Amazônia: De Galvez a Chico Mendes", o retorno da autora Glória Perez ao gênero.
A série conta a história de Edu (vivido por Bruno Gagliasso), um serial killer de uma vida insuspeita. Abordando o universo oculto da vida e da mente de serial killers e psicopatas, Dupla Identidade contará também a história de Ray (Debora Fallabela), uma jovem batalhadora que viverá uma Border (possui um transtorno conhecido como borderline), que se envolverá com Edu.
A atriz Luana Piovani viverá uma policial e psicóloga forense que se dedica a desvendar a mente de serial killers. Com um elenco repleto de estrelas, a nova série de Glória Perez terá o consagrado diretor teatral Aderbal Freire estreando como ator na telinha e, na direção, o renomado Mauro Mendonça Filho, que completa o "big team" dessa grande produção.
Glória Perez falou com exclusividade nesta terça-feira 22 ao blog Propagando, de Ricardo Fonseca, sobre sua mais nova produção (que tem previsão de estreia em setembro na tela da Globo). Confira abaixo os principais trechos:
Propagando: Como surgiu a ideia de fazer uma minissérie policial?
GP: Falta esse gênero na TV aberta: o policial psicológico, de suspense e suas personagens tradicionais, o serial killer e o caçador de mentes.
Propagando: Na minissérie você aborda Ray (Débora Falabella), uma paciente Borderline. Como chegou a esse transtorno?
GP: Alguém com esse transtorno é vítima fácil da exploração de um psicopata, e percebi também que ele nunca tinha sido abordado na nossa dramaturgia.
Propagando: Edu (Bruno Gagliasso) viverá um serial killer. Ele foi inspirado no "maníaco do parque"?
GP: Nem de longe. Nada a ver.
Propagando: Você acha que o aumento da violência no País é em decorrência do que se vê na televisão e no cinema, ou o inverso?
GP: Não tem nada a ver com dramaturgia: tem a ver com impunidade. Nossas leis penais são um verdadeiro incentivo ao crime. Ficou barato matar.
Propagando: O que você acha que poderia ser feito para diminuir a violência no Brasil? Isso será abordado na minissérie?
GP: Não, não vamos discutir o assunto. A série é uma viagem pela mente de um serial killer.
Propagando: Quem você acha que tem Dupla identidade na vida real?
GP: Muita gente!
Propagando: Como toda autora de novelas, você gosta de finais felizes. Será assim também em Dupla identidade?
GP: Estamos falando de um serial killer... final feliz pra quem??
Propagando: Os atores fizeram laboratório em delegacias, presídios ou coisa parecida, para darem realismo aos personagens?
GP: Presídios, não. Tiveram encontros com policiais, fomos à PF de Brasília, conhecer o que há de mais moderno no campo da perícia, fomos ao Instituto de Criminalística de SP, tivemos palestras com especialistas no assunto.
Propagando: Em Dupla identidade você vai abordar questões do sistema penitenciário brasileiro?
GP: Não, não!
Propagando: Você é a favor da pena de morte ou acha que bandido tem de morrer na cadeia, como vem acontecendo em Pedrinhas no Maranhão?
GP: Não sou a favor da pena de morte, mas acho que bandido tem de ficar preso. Numa cadeia humana, sem tortura, mas preso e trabalhando!
Gloria Perez criou um blog para compartilhar sua pesquisa sobre a série.
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