Livro 'O Mundo do Trabalho no Cinema' chega às livrarias

Livro da jornalista Carolina Maria Ruy, O Mundo do Trabalho no Cinema é formado por resenhas de 149 filmes feitos a partir do marco inaugural O Encouraçado Potemkin (Serguei Eisenstein, 1925) e visa estabelecer as relações entre capital e trabalho, inserção e exclusão, riqueza e exploração nas películas analisadas; obra também engloba filmes que aparentemente não estão ligados ao tema como a animação Ratatouille e filmes de ação como Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, fazendo com que os textos se tornem uma importante fonte de consulta sobre o tema 

Livro da jornalista Carolina Maria Ruy, O Mundo do Trabalho no Cinema é formado por resenhas de 149 filmes feitos a partir do marco inaugural O Encouraçado Potemkin (Serguei Eisenstein, 1925) e visa estabelecer as relações entre capital e trabalho, inserção e exclusão, riqueza e exploração nas películas analisadas; obra também engloba filmes que aparentemente não estão ligados ao tema como a animação Ratatouille e filmes de ação como Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, fazendo com que os textos se tornem uma importante fonte de consulta sobre o tema 
Livro da jornalista Carolina Maria Ruy, O Mundo do Trabalho no Cinema é formado por resenhas de 149 filmes feitos a partir do marco inaugural O Encouraçado Potemkin (Serguei Eisenstein, 1925) e visa estabelecer as relações entre capital e trabalho, inserção e exclusão, riqueza e exploração nas películas analisadas; obra também engloba filmes que aparentemente não estão ligados ao tema como a animação Ratatouille e filmes de ação como Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, fazendo com que os textos se tornem uma importante fonte de consulta sobre o tema  (Foto: Paulo Emílio)


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247 - Para usar uma expressão ao gosto do jornalista Elio Gaspari, é certo que acaba de sair um grande livro. O Mundo do Trabalho no Cinema (Organização de Carolina Maria Ruy, 400 páginas, edição Força Sindical/Centro de Memória Sindical) é formado por resenhas de 149 filmes feitos a partir do marco inaugural O Encouraçado Potemkin (Serguei Eisenstein, 1925).

Em textos rápidos que não pecam pela falta de profundidade, ao contrário, têm na reflexão abaixo da superfície visível um grande mérito, a autora conduz o leitor por lembranças de filmes vistos, outros perdidos e muitos somente agora apresentados. O traço de unidade se verifica na seleção e destaque, a cada resenha, da abordagem sobre as relações entre capital e trabalho, inserção e exclusão, riqueza e exploração nas películas analisadas.

Os clássicos estão todos lá – Tempos Modernos (Charles Chaplin, 1930), As Vinhas da Ira (John Ford, 1940), Ladrões de Bicicleta (Vittorio de Sica, 1948) e A Classe Operária Vai ao Paraíso (Elio Petri, 1971), entre outros -, mas o trabalho de fôlego de Carolina Maria Ruy inclui títulos que, à primeira vista, pouco ou nada têm a ver com o tema proposto. À medida da leitura, porém, logo a autora nos mostra o acerto de suas definições.

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Escolhas como as comédias M.A.S.H. (Robert Altman, 1970), A Vida de Brian (Terry Jones, 1979) e Sex and the City (Michael Patrick King, 2008) mescladas com os dramas O Poderoso Chefão 2 (Francis Ford Coppola, 1972), Taxi Driver (Martin Scorcese, 1976), Mississippi em Chamas (Alan Parker, 1988) e as presenças dos nacionais São Paulo Sociedade Anônima (Luís Sérgio Person, 1965), Eles não Usam Black-Tie (Leon Hirszman, 1981) e O Homem que Virou Suco (João Batista de Andrade, 1981) dão valor documental e, ao mesmo tempo, amplitude à obra.

Compromissada com a abertura de horizontes, em relação às compilações tradicionais de filmes sobre trabalho e trabalhadores, a autora resenha a animação aparentemente pueril Ratatouille (Brad Bird, 2007), extraindo do exercício uma pensata em tudo atual.

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"Merece atenção as dificuldades enfrentadas na travessia dos ratos e a consequente busca de sobrevivência", escreve Carolina Maria Ruy à página 291. "A situação é análoga ao despejo e a migração", assinala, para completar: "Em contrapartida, a trajetória do rato protagonista Remy mostra a ousadia e o ímpeto da juventude em buscar novos caminhos e tornar possível o impossível".

O mesmo tipo de olhar cortante sobre as aparências se faz perceber na resenha de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (Christopher Nolan, 2012).

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"A Bolsa de Valores aparece como um dos principais alvos dos bandidos", conta a organizadora à altura da página 384 de O Mundo do Trabalho no Cinema. "O crime é manipular os dados, extraviar os ativos, tomar o poder e criar um tribunal, que eles chamam de 'popular'. É uma forma de anarquismo, o outro lado da moeda do liberalismo", extrai. "Em Batman, o mundo é representado por uma combinação sofisticada de modernidade e obscuro medievalismo (...). Gotham City é a metáfora das metrópoles caóticas e contraditórias. Ao sair do cinema, entende-se que os símbolos estão todos aí".

Com apresentação dos sindicalistas Miguel Torres, João Carlos Gonçalves (Juruna), e Milton Baptista de Souza (Cavalo), respectivamente presidente e secretário-geral da Força Sindical e presidente do Centro de Memória Sindical, o livro conta com abertura do professor Giovanni Alves, da Unesp.

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"A disseminação das novas mídias permite que possamos nos reapropriar delas (as obras cinematográficas retratadas no livro) para promover exercícios de reflexão crítica sobre o drama humano da proletariedade exposto no cinema", registra ele. "Trabalho e cinema é um tema fundante (e fundamental) do cinema como experiência crítica capaz de nos redimir da barbárie social que aflige, hoje, a civilização do capital nos marcos do capitalismo global".

Vale o grifo altamente positivo, ainda, para a garimpagem bem sucedida sobre documentários feitos por cineastas brasileiros em torno da saga dos trabalhadores e personagens referenciais da história nacional. É nesse contexto que se incluem em destaque Braços Cruzados, Máquinas Paradas (Roberto Gervitz e Sérgio Toledo, 1978), João Saldanha, Uma Vida em Jogo (André Iki Siqueira e Beto Macedo, 2008) e Dossiê Jango (Paulo Henrique Fontenelle, 2013), que fecha o livro.

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Jornalista que atualmente coordena o Centro de Memória Sindical, Carolina Maria Ruy apresenta em O Mundo do Trabalho no Cinema uma edição atraente e em tudo ilustrada, repleta de pontos de entrada e mergulho para a leitura. Um trabalho para ter, consultar e pensar.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

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