“La la land”: a prova de que o musical ainda pulsa no cinema

Uma prova que o musical não está morto, filme tem a direção de Damien Chazelle, o mesmo diretor de "Whiplash", e é favorito na corrida pelo Oscar

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LLL d 29 _5194.NEF (Foto: Gisele Federicce)


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Por Houldine Nascimento, para o 247 - É consenso que o musical está cada vez mais raro no cinema, sobretudo quando comparado a outros gêneros. Muito disso talvez se explique pela dificuldade demandada por produções em que a música é o fio condutor de todo enredo. Quando pensamos em musicais, logo vêm à mente filmes hollywoodianos como "A Noviça Rebelde", "Minha Bela Dama" e "Amor, sublime Amor". Numa onda recente, vieram sucessos como "Moulin Rouge" e "Chicago", último musical a vencer o Oscar de melhor filme, em 2003.

Quatorze anos depois, outro musical tem grande chance de arrebatar a estatueta mais cobiçada do cinema: La La Land: Cantando Estações. O filme, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (19), levou todos os prêmios que disputou no Globo de Ouro e se tornou recordista da premiação ao ganhar sete troféus. O título é uma clara referência a Los Angeles, cidade dos sonhos, onde muita gente batalha pelo sucesso. No centro da romântica trama, um pianista apaixonado por jazz e uma aspirante a atriz. Sebastian e Mia são interpretados por Ryan Gosling e Emma Stone. Idas e vindas ocorrem nessa relação, lembrando inicialmente uma comédia maluca. No entanto, a história vai recebendo um contorno dramático.

A produção é bastante certeira ao mostrar que, para chegar ao êxito, há muitos percalços a enfrentar. E o casal central se ajuda nessa missão. Como tudo na vida, nada vem fácil para a dupla, que, em alguns momentos, tem de abdicar dos sonhos. O diretor Damien Chazelle – o mesmo de "Whiplash: Em Busca da Perfeição" – conduz tudo de forma hábil, pontuando a história conforme o desenrolar das estações do ano.

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Os números musicais são bem coreografados e marcantes, como na primeira cena, em que a canção "Another day of sun" é tocada em um grande congestionamento típico das highways de L.A. O carro-chefe da trama é a música "City of Stars", cantada em dueto pelos protagonistas, que encantam. Mas talvez o momento mais comovente seja um solo de Emma Stone, "The Fools who Dream", que representa o tudo ou nada para sua personagem, rejeitada em vários testes.

Cinéfilo que é, assim como um grande fã de jazz, Chazelle traz diversas referências. Tudo é milimetricamente planejado, desde o design de produção e os figurinos coloridos, reverenciando os musicais de Jacques Demy, bem como elementos na trama que remetem a "Cantando na Chuva" e "Nasce uma Estrela". Astros do cinema são diretamente celebrados, em particular Ingrid Bergman e James Dean. A trilha sonora é assinada por Justin Hurwitz, parceiro de Damien em "Whiplash". Já a montagem acelerada com cortes rápidos também ratifica um estilo próprio.

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No fim das contas, La La Land traz uma mensagem otimista, de que a vida continua. E pode até não ser perfeito, como alguns "detratores" têm dito, mas é uma prova que o musical não está morto.

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