Marta compra primeira briga: direitos autorais

Num contraponto à atuação de Ana de Holanda, que era acusada de ceder às pressões do Ecad, órgão que arrecada e distribui recursos a artistas, ministra da Cultura sinaliza que irá seguir as recomendações da CPI que denunciou a falta de transparência na gestão dessa montanha de dinheiro: mais de R$ 500 milhões/ano

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247 – No ano passado, o Escritório Central de Arrecadação (Ecad) levantou R$ 540 milhões, cobrando recursos de rádios, televisões e promotores de espetáculos, e distribuiu aos artistas apenas R$ 411 milhões. Uma CPI que investigou o tema, finalizada em abril deste ano, definiu o Ecad como uma “caixa-preta” e recomendou ao Congresso que tomasse providências – o assunto, porém, esbarrava sempre na resistência da ministra da Cultura, Ana de Holanda. Agora, na gestão da nova ministra, Marta Suplicy, o tema deverá ser enfrentado. Leia, abaixo, noticiário da Agência Brasil:

Gabriel Palma
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em reunião hoje (30) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, defendeu mais transparência na gestão do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), entidade privada responsável por arrecadar e distribuir direitos autorais.

“É preciso resolver a questão do Ecad”, defendeu Marta. A ministra informou que vai se reunir com os dirigentes da instituição, em data ainda não definida. “Eu já ouvi as críticas. Agora quero ouvir a parte deles”, disse.  

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A ministra argumentou que é necessária “uma proposta para resolver o problema dos direitos autorais, para que as obras sejam utilizadas para fins didáticos e para que os autores recebam o dinheiro”.

Para ilustrar a dificuldade que a legislação impõe ao acesso público de bens culturais, a ministra citou o caso da Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro, com mais de oito milhões de obras, que começou a digitalizar o acervo. “Temos que achar uma solução para que as pessoas e as escolas possam acessar o acervo e beneficiar o criador, para que ele possa viver da sua obra na internet”, disse.

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A ministra disse que, embora a legislação tenha que ser mais clara, a Lei de Direito Autoral não é difícil de seguir. “O problema é que as pessoas a desrespeitam e a fiscalização na internet, assim como na televisão, é atrapalhada”, disse Marta.  

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ecad, que investigou irregularidades na arrecadação e distribuição de recursos de direitos autorais e pediu o indiciamento de 15 gestores do órgão, cobrou da ministra uma posição mais firme em relação à entidade.

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Quando o relatório da CPI foi apresentado, em abril deste ano, o advogado do Ecad, Rodrigo Fragoso, chamou as acusações de “levianas” e disse que as apurações ignoraram  parecer do Ministério Público Federal.

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