Emprego torna vital para Dilma decisão sobre juros

Em sete regiões do País a taxa de desemprego cresceu; elevação de 11% para 11,3%, de acordo com a Fundação Seade e o Dieese, representa 52 mil postos de trabalho a menos entre março e abril; regime de pleno emprego é trunfo que diferencia o governo da presidente Dilma Rousseff da crise internacional; se joia da coroa perder o brilho, quadro político ganhará novos contornos; no Copom, hoje, Alexandre Tombini vai levar o alerta do emprego em consideração na decisão sobre aumento de juros?

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247 – Numa quarta-feira de divulgação de indicadores ruins para a economia, mais um número chama atenção. Sobre a joia da coroa do governo Dilma, o pleno emprego, medição da Fundação Seade e do Dieese apurou uma elevação no desemprego em sete regiões pesquisadas. A taxa de 11,3% em abril, sobre 11% de março, aponta um contingente de 52 mil empregos a menos no País entre esses dois meses.

O indicador tem tudo para ter peso na reunião do Copom, em curso, que decide hoje se haverá alteração na taxa básica de juros. Com a Selic em 7,5%, os diretores do Banco Central se reuniram sob expectativas do mercado que apontam para uma elevação de até 0,5 ponto na taxa, Essa possibilidade, no entanto, parece afastada em razão da divulgação pela manhã, pelo IBGE, do crescimento do PIB: apenas 0,6% no primeiro trimestre deste ano sobre o último trimestre do ano passado. 

O resultado do PIB parece indicar que a decisão de aumentar a Selic em 0,25 ponto, na última reunião do Copom, não foi acertada. No momento em que a economia começava a responder aos estímulos lançados pelo governo ao consumo e à indústria, a decisão do Banco Central agradou ao mercado financeiro, mas não transmitiu uma mensagem positiva para muitos setores produtivos do País.

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Com previsões declinantes de crescimento do PIB em 2013 – o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apontou hoje para 2,2% --, a presidente Dilma Rousseff, que tem se mantido ausente do debate sobre os juros, deve estar torcendo para que Copom não mexa na Selic ou, numa possibilidade difícil, promova um recuo. Um desses gestos seria a demonstração, pelo BC, de dar fôlego à política econômica para que colha os frutos de seus atos. Em coletiva, Mantega sublinhou que o investimento da indústria foi "disseminado", o que seria uma resposta positiva aos estímulos "que estão colocados na mesa", na expressão do ministro.

Para chegar bem a 2014, como candidata capaz de resolver a sua reeleição em primeiro turno, Dilma precisa da manutenção do regime de pleno emprego. É o que tem diferenciado o Brasil no cenário global. A compreensão do Copom do Banco Central sobre essa situação vai definir, hoje, muito do que virá pelo futuro na economia e na política.

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Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre os dados da Fundação Seade e do Dieese sobre desemprego:

Taxa de desemprego sofre elevação em sete regiões do país

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

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São Paulo – A taxa de desemprego passou de 11% em março para 11,3% em abril, nas sete regiões analisadas pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), o total de desempregados nessas regiões foi estimado em 2,491 milhões de pessoas, 52 mil a mais do que no mês anterior.

O nível de ocupação nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador, São Paulo e do Distrito Federal registrou retração de 0,4% devido à eliminação de 80 mil postos de trabalho, número maior do que o de pessoas que se retiraram do mercado (29 mil). O nível de ocupados nessas sete regiões foi calculado em 19,557 milhões e a população economicamente ativa em 22,047 milhões.

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Por setores o nível de ocupação caiu na indústria de transformação (-98 mil postos de trabalho o que equivale a -3,4%), e no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-47 mil empregos ou -1,2%). A quantidade de ocupados manteve-se estável em Serviços (34 mil ou 0,3%) e na Construção (4 mil ou 0,3%).

De acordo com a PED, o número de assalariados registrou retração de 0,5%. A quantidade de empregados com carteira assinada caiu 0,7% e sem registro em carteira caiu 1,3%. Houve redução também de empregados domésticos (-1,4%) e aumento o número de autônomos (0,6%).

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O rendimento médio dos ocupados registrou decréscimo de 0,4% em março e o dos assalariados teve queda de 0,3%, chegando aos valores de R$ 1.583 e R$ 1.622, respectivamente.

De acordo com a técnica do Dieese, Ana Maria Belavenuto, apesar de a taxa de ocupação ser negativa é promissora, pois é mais elevada do que a registrada em março (-1,1%). Ela ressaltou o desempenho da indústria, que foi um dos responsáveis pela queda no número de empregos.

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