Chefe do BC na era FHC, Franco prevê grandes turbulências

"Daqui até as eleições o período será de crescente volatilidade", disse o economista Gustavo Franco, que foi presidente do Banco Central num período em que o Brasil se notabilizou por juros na lua para defender uma taxa de câmbio artificial

Ex-president do Banco Central do Brasil, Gustavo Franco, é visto durante uma entrevista concedida à Reuters em 2012 em São Paulo. A volatilidade cambial deve ser crescente até as eleições presidenciais do ano que vem, não apenas pela incerteza do mercado
Ex-president do Banco Central do Brasil, Gustavo Franco, é visto durante uma entrevista concedida à Reuters em 2012 em São Paulo. A volatilidade cambial deve ser crescente até as eleições presidenciais do ano que vem, não apenas pela incerteza do mercado (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Natalia Gomez

CAMPOS DO JORDÃO, São Paulo, 31 Ago (Reuters) - A volatilidade cambial deve ser crescente até as eleições presidenciais do ano que vem, não apenas pela incerteza do mercado em relação a política do Banco Central, mas também devido ao ambiente político e social mais tenso no país, avalia o economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e presidente do conselho da Rio Bravo Investimentos.

"Daqui até as eleições o período será de crescente volatilidade nas duas direções", disse durante o 6o Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão (SP).

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Em sua visão, a insegurança sobre os fundamentos macroeconômicos no Brasil está estabelecida e torna os mercados financeiros mais sensíveis a qualquer fato novo. "Volatilidade é isso, uma hipersensibilidade ao noticiário."

Segundo ele, o mercado não sabe quais são as prioridades do Banco Central e quais políticas serão usadas para atingí-las, e apenas uma clareza sobre estes assuntos poderia reduzir a volatilidade. Neste contexto, os fundos de investimento multimercado tendem a aumentar suas posições especulativas, enquanto as multinacionais aumentam as operações de hedge, afirmou.

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Alem da política do BC, o cenário de incerteza é agravado pela proximidade com as eleições, que gera maior ansiedade, e pela tensão social que deve ocorrer no período da Copa do Mundo, a exemplo do que ocorreu em junho em meio à Copa das Confederações, quando uma onda de manifestações populares se alastrou pelo país, avalia o economista.

O ex-presidente do BC questionou o fato de a autoridade monetária ainda não ter usado recursos das reservas internacionais para atuar no mercado, já que este é um "instrumento mais forte" para conter a desvalorização do real.

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Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, anunciado na sexta-feira, Franco fez uma avaliação positiva.

"O numero é bem-vindo e surpreendente diante dos indicadores que aconteceram antes", disse. Por isso, ele acredita que o crescimento anual do PIB poderá ficar acima de 2 por cento, quando antes sua previsão era de que ficasse abaixo deste patamar.

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Mesmo assim, o economista afirmou que o PIB trimestral ainda esta "magrinho" e não indica nenhuma transformação, mas apenas uma boa notícia.

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