Abílio busca R$ 2 bi com vendas de lojas ao Pão de Açúcar

Imóveis hoje estão alugados; empresário visa fazer capital para aumentar sua participação no Grupo Carrefour e acirrar concorrência contra sua antiga marca; informação veiculada pela agência Reuters não foi confirmada por fontes ligadas a Abílio Diniz

Imóveis hoje estão alugados; empresário visa fazer capital para aumentar sua participação no Grupo Carrefour e acirrar concorrência contra sua antiga marca; informação veiculada pela agência Reuters não foi confirmada por fontes ligadas a Abílio Diniz
Imóveis hoje estão alugados; empresário visa fazer capital para aumentar sua participação no Grupo Carrefour e acirrar concorrência contra sua antiga marca; informação veiculada pela agência Reuters não foi confirmada por fontes ligadas a Abílio Diniz (Foto: Ana Pupulin)


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Por Guillermo Parra-Bernal

SÃO PAULO (Reuters) - O empresário Abilio Diniz poderá vender um grande portfólio de imóveis comerciais por cerca de 2 bilhões de reais, ganhando poder de fogo para elevar seu investimento no Carrefour Brasil, afirmaram duas fontes com conhecimento direto do plano.

A Península Participações, veículo de investimento que gere os investimentos de Abilio, discutiu a venda de 62 lojas de supermercados hoje alugadas ao Grupo Pão de Açúcar com o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), Brookfield Asset Management e BR Properties, disse a primeira fonte, que pediu anonimato pelo fato de as conversas serem privadas.

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Ambas as fontes disseram que o negócio poderá dar a Abilio os recursos necessários para o empresário aumentar sua participação na subsidiária brasileira do grupo francês de varejo Carrefour.

Uma porta-voz da Península disse à Reuters que a empresa de investimento com sede em São Paulo não tem planos de vender as lojas. CPPIB e BR Properties se recusaram a comentar. A Brookfield não respondeu imediatamente aos pedidos por comentários.

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Em dezembro, o bilionário de 78 anos fechou a compra de 10 por cento do Carrefour Brasil por 1,8 bilhão de reais, em negócio que previa opções para elevação dessa fatia a 16 por cento em até cinco anos.

No mês passado, Abilio e sua família simplificaram a estrutura legal de meia dúzia de veículos de investimento que administram as lojas, facilitando sua potencial venda. A duração do contrato de aluguel com o GPA, bem como a "relativa liquidez" das propriedades tornam o portfólio "atraente sob qualquer ponto de vista", disse a segunda fonte.

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Abilio assinou contratos de 40 anos de aluguel das lojas com o GPA cerca de dez anos atrás, época em que ainda era presidente do Conselho de Administração da empresa fundada pelo seu pai. Ele deixou o GPA em setembro de 2013, quando já tinha perdido o controle da companhia para o Casino.

O GPA, maior varejista do Brasil e arquirrival do Carrefour no país, tem o direito de preferência sobre as lojas, mas as fontes não esperam que a companhia ou seu controlador Casino cheguem a exercê-lo. Abilio está pedindo o equivalente a 11 vezes o rendimento de aluguel anual, estimado em cerca de 185 milhões de reais neste ano, disse a primeira fonte.

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A Península conta com mais de 100 funcionários e está trabalhando no negócio com o Lazard e o Santander, disse a primeira fonte.

ALTERNATIVA

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Uma alternativa para a venda seria agregar os ativos imobiliários e vender títulos lastreados na sua receita corrente e futura, observaram as duas fontes. Segundo a primeira fonte, Abilio poderia levantar até 1,2 bilhão de reais com a colocação dos títulos lastreados em imóveis, conhecidos como CRIs.

Tanto a Brookfield quanto o CPPIB, que é um dos maiores fundos de pensão do mundo com mais de 240 bilhões de dólares em ativos, passaram a atuar ativamente no setor de imóveis comerciais no Brasil nesta década. A BR Properties, por sua vez, tem o Grupo BTG Pactual, o maior banco de investimento independente da América Latina, como um de seus principais acionistas.

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A investida de Abilio no Carrefour Brasil há dois meses marcou o retorno do emprésario ao varejo supermercadista. Além do investimento direto na subsidiária brasileira, o empresário adquiriu no ano passado cerca de 2,4 por cento do Carrefour listado em Paris.

O presidente-executivo da companhia francesa, Georges Plassat, já afirmou que a associação com Abilio deve ajudar o Carrefour a reforçar laços locais e acelerar os planos de crescimento da rede. O Brasil é o segundo maior mercado para o Carrefour, com vendas no ano passado de quase 38 bilhões de reais.

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Após sair do GPA, Abilio passou boa parte de seu tempo dedicado à reestruturação da empresa de alimentos BRF, maior produtora de aves do mundo. Abilio também investiu na empresa de varejo aeroportuário Dufry e na companhia de educação brasileira Anima Educação, diversificando as aplicações da Península.

(Reportagem adicional de Marcela Ayres)

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