Levy defende volta da CPMF e cita crise da Grécia

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu neste sábado a volta da cobrança da CPMF e alertou que o Brasil precisa lidar com a piora do quadro fiscal para não enfrentar uma situação parecida com a da Grécia; "Acho que ninguém concorda que o aumento da despesa sem aumento de impostos é um caminho viável", disse ele, durante um congresso em Campos do Jordão (SP); "Se a gente quiser dar uma de Grécia e disser não a todo tipo de imposto, vai ter consequências", alertou; a mensagem implícita é que, sem uma saída para ajustar as contas públicas, o Brasil poderá perder o grau de investimento, com resultados ainda piores para as empresas e para a economia

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu neste sábado a volta da cobrança da CPMF e alertou que o Brasil precisa lidar com a piora do quadro fiscal para não enfrentar uma situação parecida com a da Grécia; "Acho que ninguém concorda que o aumento da despesa sem aumento de impostos é um caminho viável", disse ele, durante um congresso em Campos do Jordão (SP); "Se a gente quiser dar uma de Grécia e disser não a todo tipo de imposto, vai ter consequências", alertou; a mensagem implícita é que, sem uma saída para ajustar as contas públicas, o Brasil poderá perder o grau de investimento, com resultados ainda piores para as empresas e para a economia
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu neste sábado a volta da cobrança da CPMF e alertou que o Brasil precisa lidar com a piora do quadro fiscal para não enfrentar uma situação parecida com a da Grécia; "Acho que ninguém concorda que o aumento da despesa sem aumento de impostos é um caminho viável", disse ele, durante um congresso em Campos do Jordão (SP); "Se a gente quiser dar uma de Grécia e disser não a todo tipo de imposto, vai ter consequências", alertou; a mensagem implícita é que, sem uma saída para ajustar as contas públicas, o Brasil poderá perder o grau de investimento, com resultados ainda piores para as empresas e para a economia (Foto: Leonardo Attuch)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Aluísio Alves e Paula Arend Laier

CAMPOS DO JORDÃO, São Paulo (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu neste sábado a volta da cobrança da CPMF e alertou que o Brasil precisa lidar com a piora do quadro fiscal para não enfrentar uma situação parecida com a da Grécia.

"Acho que ninguém concorda que o aumento da despesa sem aumento de impostos é um caminho viável", disse Levy, durante o 7o Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, promovido pela BM&FBovespa. "Se a gente quiser dar uma de Grécia e disser não a todo tipo de imposto, vai ter consequências", alertou. Em junho, o ministro havia dito que não estava cogitando a volta da CPMF.

continua após o anúncio

Nesta semana, o governo federal começou a discutir a possibilidade de retomada da cobrança da CPMF, um tributo que ficou conhecido como imposto do cheque.

Instituída no ano 2000, a contribuição tinha alíquota de 0,38 por cento sobre movimentação em conta corrente e foi criada com o argumento de que os recursos seriam destinados a financiar gastos com saúde. Em 2007, a renovação da CPMF foi derrubada pelo Congresso Nacional.

continua após o anúncio

Para Levy, o principal motivo das dificuldades da Grécia, que há anos enfrenta uma grave crise fiscal e está alinhavando um novo socorro financeiro com a União Europeia, é a recusa do país em aceitar aumento de impostos. Segundo o ministro, essa é uma situação que deve ser evitada pelo Brasil.

Na sexta-feira o Banco Central anunciou que em 12 meses até julho, o setor público brasileiro registrou déficit primário equivalente a 0,89 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). A meta do governo para 2015 é um superávit de 0,15 por cento do PIB.

continua após o anúncio

"O que a gente tem que fazer é isso, enfrentar nossa realidade fiscal e ainda criar as bases para o crescimento", disse Levy logo após o evento a jornalistas.

Para o ministro, se a CPMF puder ser uma fonte estável pelo menos por alguns anos para a saúde, "pode ser bom". Ele evitou falar em alíquota para o tributo, mas disse que várias alternativas estão sendo avaliadas e que considera possível a aprovação pelo Congresso Nacional.

continua após o anúncio

Porém lideranças do Congresso encaram nesta semana com ceticismo a possibilidade de um retorno da CPMF e a indústria avaliou como "absurda" a proposta em análise pelo governo de recriar o tributo.

PIB

continua após o anúncio

Levy afirmou que recessão da economia brasileira reflete as incertezas dos agentes econômicos e que não decorre principalmente de medidas de ajuste das contas públicas.

"Não é o ajuste fiscal que está acabando com o PIB", afirmou durante palestra no evento.

continua após o anúncio

Em conversa com jornalistas na sequência, ele acrescentou que "se há um ambiente que não gera confiança, as pessoas obviamente vão ser mais cautelosas".

Na sexta-feira, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país contraiu 1,9 por cento entre abril e junho sobre os três meses anteriores, configurando recessão técnica.

continua após o anúncio

O ministro disse não acreditar em recessão por dois anos, citando principalmente o efeito de recomposição de estoques das indústrias, que vinham caindo. "Acho que a gente tem tudo para ir mais rápido...", disse a jornalistas.

Na palestra, Levy também afirmou que as empresas vão começar a produzir de novo, exceto se houver uma grande incerteza.

"Já estamos vendo alguns setores da indústria retomando. Papel e celulose, metais não ferrosos, vidro (...) Até o final do ano, vários setores vão ter uma virada. Se não houver ruptura, uma coisa muito complicada, é isso que vai acontecer", disse.

De acordo com o ministro, o que não pode acontecer é todo mundo ficar parado, "fazendo apostas" de quando o Brasil vai perder o rating grau de investimento, algo que, se acontecer, terá consequências muito duras para toda a população.

"Todo mundo ficar fazendo bingo do investment grade, não pode ser essa a nossa conversa", disse Levy.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247