Com reforma, Ibovespa tem maior alta do ano

Semana na Bolsa de Valores de São Paulo também foi a melhor desde março; índice fechou em alta de 3,8%, puxado principalmente pela disparada da Petrobras, que registrou ganhos de mais de 10%; investidores se mostraram animados com a reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma, que trouxe o corte de oito ministérios e a redução de 10% no salário dos ministros, além de outras reduções de gastos

Semana na Bolsa de Valores de São Paulo também foi a melhor desde março; índice fechou em alta de 3,8%, puxado principalmente pela disparada da Petrobras, que registrou ganhos de mais de 10%; investidores se mostraram animados com a reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma, que trouxe o corte de oito ministérios e a redução de 10% no salário dos ministros, além de outras reduções de gastos
Semana na Bolsa de Valores de São Paulo também foi a melhor desde março; índice fechou em alta de 3,8%, puxado principalmente pela disparada da Petrobras, que registrou ganhos de mais de 10%; investidores se mostraram animados com a reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma, que trouxe o corte de oito ministérios e a redução de 10% no salário dos ministros, além de outras reduções de gastos (Foto: Gisele Federicce)


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Por Ricardo Bomfim

SÃO PAULO - O Ibovespa teve sua maior alta diária do ano nesta sexta-feira (2) com investidores animados por conta da reforma ministerial anunciada hoje, que trouxe o corte de 8 ministérios e a redução de 10% no salário dos ministros. Com isso, o índice já faz uma disparada de 7% desde segunda-feira, quando o benchmark bateu 44.131 pontos, no menor patamar de fechamento em 77 meses (desde 7 de abril de 2009). Desde então, a Bolsa foi só alegria para os comprados, com quatro altas importantes consecutivas e, com isso, teve sua melhor semana desde março, quando subiu 6,25% a partir do dia 30.

Hoje, o índice fechou em alta de 3,80% a 46.960 pontos. Na última vez que subiu tanto, a Bolsa registrou ganhos de 5,02% no dia 21 de novembro de 2014, quando o Joaquim Levy tornou-se o principal cotado para o cargo de ministro da Fazenda. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 5,439 bilhões. Já o dólar comercial caiu 1,42% a R$ 3,9457 na venda, enquanto o dólar futuro para novembro tem baixa de 1,87%, a R$ 3,972. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tem queda de 32 pontos-base, a 15,44%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 cai 43 pbs a 15,21%.

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Além da questão dos ministérios, também foram divulgados os quatro importantes indicadores que constituem o relatório de emprego dos Estados Unidos. Os nonfarm payrolls (pesquisa realizada em cerca de 375 mil empresas que produz um índice que mostra o número de empregos gerados na economia, excetuando-se agricultura e pecuária) mostraram a criação de 142 mil novas vagas em setembro, ante 201 mil esperadas e 173 mil que foram geradas em agosto. O desemprego se manteve em 5,1%. Por fim, o ganho por horas trabalhadas ficou estável ante projeções de alta de 0,2%. 

A principal alta do pregão, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,15, +9,32%; PETR4, R$ 7,77, +10,68%) dispararam fortemente. O barril do WTI (West Texas Intermediate) teve alta de 2,82% a US$ 45,73, enquanto o barril do Brent para dezembro registra ganhos de 1,22% a US$ 48,97. Depois de provocar a queda das bolsas internacionais no último pregão, o petróleo sobe hoje em meio a bombardeios russos contra o grupo terrorista Estado Islâmico na Síria, o que eleva a tensão no Oriente Médio. O investidor Jim Rogers, co-fundador do Quantum Fund, disse que o fato de petróleo vir resistindo a cair abaixo de US$ 45, mesmo com notícias econômicas ruins, é sinal de que uma alta dos preços está perto.

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Reforma ministerial

A presidente Dilma Rousseff anunciou a reforma ministerial nesta manhã, com o corte de oito ministérios e a criação da comissão permanente da reforma do Estado. Foi extinguido o Ministério dos Assuntos Estratégicos eforam criados o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

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Ela ainda disse que 30 secretarias serão extintas em vários ministérios e haverá a redução de 20% nos gastos de custeio e a definição de metas de eficiência. Dilma diz que haverá um corte de 10% na remuneração de ministros. Ela anuncia a revisão de contratos de prestação de serviço, buscando tornar o governo mais eficientes.

Dilma começou o seu anúncio afirmando que "todos os países que atingiram o desenvolvimento construíram estados modernos: ágeis, eficientes, baseados no profissionalismo e na meritocracia." "Nós também temos de ter esse objetivo. O Estado brasileiro deve assumir uma dupla função: parceria com a iniciativa privada; e assegurar os direitos de todos os cidadãos e cidadãs", destacou. A ação do Estado, afirmou, não pode ser empecilho ao investimento, mas suporte para a atuação do setor privado e também para o cidadão. A    presidente Dilma disse que é absolutamente necessário que o Estado seja democrático, aberto e transparente à sociedade.

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Para Lucas de Aragão, sócio da consultoria política, Arko Advice, a grande boa notícia na reforma ministerial é a mudança de postura do governo, mostrando-se menos teimoso e mais adaptável aos anseios do mundo político e empresarial. Para ele, o anúncio foi melhor do que o esperado. "Dilma foi esperta em criar fatos novos, como corte de 3.000 cargos comissionados, quando se esperava redução de 1.000; corte de 30 secretarias, de ministérios e de 10% dos salários de ministros", explica.

Destaques da Bolsa

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Entre as altas, as educacionais Kroton (KROT3, R$ 8,53, +10,35%) e Estácio (ESTC3, R$ 15,67, +8,37%) ficaram entre os melhores desempenhos. No radar das companhias, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro será trocado por Aloizio Mercadante. 

Já as ações do setor bancário passaram a subir forte após o anúncio da reforma ministerial feito por Dilma Rousseff. Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 15,92, +6,77%) foram os que mais subiram depois do anúncio, sendo que em apenas 1h as ações subiram 4%. Os demais bancos grandes sobem forte na Bolsa: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,97,  +4,06%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,01, +4,23%; BBDC4, R$ 22,51, +3,76%) e Santander (SANB11, R$ 13,45, +4,18%).

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O movimento positivo atingiu também as ações da mineradora  Vale (VALE3, R$ 17,82, +3,48%; VALE5, R$ 14,46, +3,88%), Bradespar (BRAP4, R$ 8,80, +4,39%), holding que detém participação na Vale, e as siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 3,16, +1,28%), CSN (CSNA3, R$ 3,78, +2,44%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,66, +3,85%) - todas que operavam no sentido negativo pela manhã.

As ações da Oi (OIBR4, R$ 2,94, +6,14%) dispararam nesta tarde em meio à euforia demonstrada pelo mercado com a reforma ministerial anunciada por Dilma. No radar da companhia, a Oi comunicou nesta manhã que foi atingida adesão mínima de dois terços dos acionistas para a conversão de ações preferenciais em ordinárias. A empresa informou que divulgará comunicado fornecendo o resultado final e das datas previstas para os próximos passos relativos à conversão voluntária de ações. 

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Quem caiu hoje foram principalmente as exportadoras como Fibria (FIBR3, R$ 54,23, -2,64%) e Suzano (SUZB5, R$ 18,92, -3,27%), impactadas pela queda do dólar, já que estas empresas possuem as suas receitas denominadas na moeda norte-americana. 

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