Stiglitz: Brasil paga preço alto demais pela política de juros

"Há algo bastante peculiar sobre o Brasil: o fato de o país ter juros tão altos. Isso mostra que o setor financeiro não está funcionando como deveria. Quando você pega dinheiro emprestado com um juro tão alto, obviamente a dívida cresce muito rápido", diz o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, que também critica o ajuste fiscal; "O Brasil está pagando um preço muito alto por isso, um ciclo bastante incomum entre os países emergentes"

DAVOS-KLOSTERS/SWITZERLAND, 31JAN09 - Joseph E. Stiglitz, Professor, Columbia University, USA, at the Annual Meeting 2009 of the World Economic Forum in Davos, Switzerland, January 31, 2009. Copyright by World Economic Forum swiss-image.ch
DAVOS-KLOSTERS/SWITZERLAND, 31JAN09 - Joseph E. Stiglitz, Professor, Columbia University, USA, at the Annual Meeting 2009 of the World Economic Forum in Davos, Switzerland, January 31, 2009. Copyright by World Economic Forum swiss-image.ch (Foto: Leonardo Attuch)


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247 – Em entrevista à jornalista Giuliana Vallone (leia aqui), o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, afirma que o Brasil paga um preço alto demais tanto pela política monetária, como pela política fiscal.

"Há algo bastante peculiar sobre o Brasil: o fato de o país ter juros tão altos. Isso mostra que o setor financeiro não está funcionando como deveria. Quando você pega dinheiro emprestado com um juro tão alto, obviamente a dívida cresce muito rápido", diz ele.

Stiglitz reconhece que, "quando o governo tentou baixar os juros, que chegaram a 7,25% ao ano em 2012, a inflação voltou a ficar acima da meta". Por isso, diz ele, "tem algo especial sobre o processo inflacionário no Brasil e isso pode requerer uma cooperação maior entre trabalhadores e empresas, alguns acordos de congelamento de preços e salários, para quebrar o ciclo inflacionário."

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O economista afirma que "o Brasil está pagando um preço muito alto por isso, um ciclo bastante incomum entre os países emergentes". Ele também critica o ajuste fiscal conduzido pelo ministro Joaquim Levy. "O país já está passando por uma recessão e a austeridade vai piorar isso", afirma. "Essas políticas irão, muito provavelmente, reduzir ainda mais o crescimento econômico."

Caso da Grécia

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Stiglitz tem sido um critico contumaz das políticas de austeridade em outros países do mundo, como é o caso da Grécia. "O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras fez uma avaliação política de que era melhor permanecer em depressão econômica e se submeter às políticas de austeridade do que sair da zona do euro, ainda a maioria da população desaprovasse as medidas", afirma. "Como economista, eu acho eles deveriam ter saído do euro — e há vários colegas que concordam comigo. Era possível fazê-lo, não sem um grau de agitação, e isso teria tirado o país da recessão atual."

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