Ibovespa cai 2% com áudio de Jucá sobre Lava Jato

Ibovespa registra queda de 1,89%, aos 48.780 pontos às 10h47 (horário de Brasília) desta segunda-feira, 23; já o dólar comercial tem alta de 1,23%, para R$ 3,5596 na compra e R$ 3,5614 na venda, enquanto o dólar futuro para junho avança 1,15%, para R$ 3,570 na venda; pesa no mercado o áudio do ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugerindo barrar a Operação Lava Jato

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BOVESPA (Foto: Aquiles Lins)


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Do Infomoney - O Ibovespa registra queda de 1,89%, aos 48.780 pontos às 10h47 (horário de Brasília) desta segunda-feira (23) de olho no mercado internacional e no noticiário político nacional. Investidores seguem aguardando o anúncio de medidas por parte do novo governo. Já o dólar comercial tem alta de 1,23%, para R$ 3,5596 na compra e R$ 3,5614 na venda, enquanto o dólar futuro para junho avança 1,15%, para R$ 3,570 na venda.

Pesa no mercado o áudio vazado pela Folha de S. Paulo em que o ministro do Planejamento, Romero Jucá conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, sugerindo barrar a Operação Lava Jato. "O caso Jucá é um problema sério. Mostra como a Lava Jato, uma das causas para queda de Dilma, ameaça o governo Temer. Além disso, a gravação e a divulgação da conversa indica briga de bastidor entre alas do PMDB", afirma o analista político da MCM Consultores, Ricardo Ribeiro.

Uma série de gravações registradas em março mostram que o atual ministro do Planejamento conversou Sérgio Machado, sugerindo que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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Machado temia que as apurações contra ele fossem enviadas de Brasília, onde tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), para a vara do juiz Sergio Moro, em Curitiba (PR). Para ele , esta mudança no caso seria uma estratégia para que ele fizesse uma delação e incriminasse líderes do PMDB. Machado disse que novas delações na Lava Jato não deixariam "pedra sobre pedra". Jucá concordou que o caso de Machado "não pode ficar na mão desse [Moro]".

Em outro áudio, Jucá diz para Machado que "caiu a ficha" de líderes do PSDB sobre o potencial de danos que a Operação Lava Jato pode causar em vários partidos. "Todo mundo na bandeja para ser comido", disse o ministro. Machado, que foi do PSDB antes de se filiar ao PMDB, afirma que "o primeiro a ser comido vai ser o Aécio [Neves (PSDB-MG)", e acrescenta: "O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...".

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Conforme ressalta a Rosenberg Consultores Associados, "a capitulação de Jucá se torna um revés significativo ao governo interino, exatamente em um momento de alta sensibilidade popular às investigações de corrupção".

Por outro lado, destaca Ribeiro, esta questão não afetará mudança da meta, que será aprovada, provavelmente nesta semana, ou no máximo na próxima semana. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou na sexta-feira a nova meta do resultado primário 2016, que será enviada ao Congresso com um déficit de R$ 170,5 bilhões. Meirelles avaliou que a meta foi desenhada dentro de "parâmetros realistas e próximos aos de mercado".

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Novas medidas

Jucá afirmou nas redes sociais que irá apresentar amanhã medidas para recuperar a economia e ajustar as contas públicas. "Os anúncios de medidas econômicas não se esgotam na terça-feira, vão continuar acontecendo, à medida que forem ficando prontas", disse Jucá em sua conta no Twitter, acrescentando que as medidas visam a melhorar o gasto público e as condições de investimento.

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Segundo o ministro, Temer vai hoje ao Congresso para se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O governo interino necessita do apoio dos parlamentares para aprovar medidas importantes de ajuste da economia.

Destaques de ações

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As ações da Vale amenizam as perdas mesmo com a derrocada do preço do minério de ferro. A commodity negociada em Qingdao registrou derrocada de 6,68%, a US$ 51,22. Ajuda a aliviar o cenário da companhia o Bank of America Merrill Lynch, que divulgou comunicado reiterando compra para as ações da mineradora, com a venda de ativos podendo surpreender.

Enquanto isso, em dia de queda do petróleo, com o brent em baixa de 1,62%, e com gravações reveladas de Romero Jucá aumentando a turbulência em relação ao governo Michel Temer, as ações da Petrobras também têm forte baixa.

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No noticiário da estatal, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, acertou com o atual diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, a sua permanência no cargo, segundo informações da coluna de Sonia Racy, do Estado de S. Paulo. Ex-Banco do Brasil, Monteiro foi para a petroleira com Aldemir Bendine e, por lealdade, não estava querendo ficar; porém, decidiu permanecer na companhia após o encontro.

Por fim, em entrevista ao Valor Econômico, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que o governo Michel Temer apoiará o projeto aprovado no Senado Federal que flexibiliza a exigência de ter a Petrobras como operadora única e obrigatória do pré-sal. Padilha sinalizou também que, mesmo com a permanente queda do barril de petróleo no mercado internacional, não haverá redução do preço da gasolina: "Se a Petrobras está em situação delicadíssima [...], seria irresponsabilidade".

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