Exclusivo: BB tenta injetar R$ 1,5 bi no Votorantim

O Banco do Brasil, comandado por Aldemir Bendine, tem uma bomba-relógio na mão: é o Votorantim, que não para de perder dinheiro; em abril, um pedido de aporte bilionário foi levado ao conselho, presidido por Nelson Barbosa, mas não foi aprovado; confira documentos internos obtidos pelo 247

Exclusivo: BB tenta injetar R$ 1,5 bi no Votorantim
Exclusivo: BB tenta injetar R$ 1,5 bi no Votorantim (Foto: Montagem/247)


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247 – No dia 21 de abril deste ano, o conselho de Administração do Banco do Brasil se reuniu para deliberar sobre vários temas importantes, como o próprio resultado financeiro da instituição. Discutiu-se naquela reunião, no entanto, um assunto muito mais explosivo. Tratava-se de um pedido de aporte de R$ 1,5 bilhão, que seria feito pelo BB em uma de suas subsidiárias: o Banco Votorantim, adquirido em janeiro de 2009, numa operação bastante polêmica. Por 49,99% das ações, o BB pagou R$ 4,2 bilhões.

Na reunião do dia 21 de abril, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, levou ao presidente do conselho da instituição, Nelson Barbosa, um “prato pronto”. Tratava-se de uma solicitação para que o BB aportasse nada menos que R$ 1,5 bilhão no Votorantim, que tem apresentado sucessivos prejuízos – foram R$ 597 milhões no primeiro trimestre deste ano.

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No encontro, Bendine teria dito a Barbosa que o assunto já havia sido tratado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. E foi então que Barbosa, frequentemente lembrado como possível sucessor de Mantega, se irritou. Diante de vários interlocutores, ele disse a Bendine que fizesse então com que o ministro da Fazenda assinasse o aporte bilionário.

Coincidência ou não, no dia 25 de abril deste ano, o tema foi retirado da pauta do conselho diretor do Banco do Brasil, onde o responsável pela condução do assunto tem sido o vice-presidente de Finanças, Ivan Monteiro. Sem o aval de Nelson Barbosa, que tem relação direta com a presidente Dilma Rousseff, para o aporte, o BB tenta agora encontrar uma nova saída para o Votorantim. Uma das possibilidades é a transferência de créditos podres dos bancos públicos para uma nova estatal que seria chamada de Empresa Gestora de Ativos (Emgea), como foi adiantado pelo 247. Outra possibilidade em discussão é a compra pelo BB, do restante das ações do Votorantim, da família Ermírio de Moraes.

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Gestão é do BB

O caso Votorantim é problemático para a direção atual do Banco do Brasil porque, nos últimos três anos, a gestão está nas mãos da própria instituição. Para o conselho do Votorantim, o BB indicou o presidente Aldemir Bendine e dois vices: Ivan Monteiro e Paulo Caffarelli. Os prejuízos, ao contrário do que ocorreu, por exemplo, com o Panamericano, não foram herdados. Nasceram na gestão atual.

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Internamente, o pedido de aporte do Votorantim ao BB dividiu a instituição. Um dos vice-presidentes que se mostrou refratário ao negócio foi justamente Ricardo Oliveira, da área de Governo, que acaba de ser demitido, em razão de um escândalo recente envolvendo quebra de sigilo bancário, e se sentiu abandonado pela atual gestão.

Ivan Monteiro tem o apoio incondicional de Bendine e Caffarelli. Ele é o candidato da dupla para a presidência da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco, hoje comandado por Ricardo Flores. No entanto, o rombo do Votorantim, provocado pela alta inadimplência no financiamento de veículos, pode atrapalhar seus planos.

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De acordo com documentos internos do BB, obtidos pelo 247, os aportes seriam realizados em três parcelas de R$ 500 milhões. Como Nelson Barbosa vetou a injeção de capital, tenta-se agora resolver o problema do banco com a limpeza de seu balanço e a transferência de créditos podres para a Viúva. Veja, abaixo, os documentos:

Na imagem abaixo, o parecer do BB que solicita ao Conselho de Administração aporte de R$ 1,5 bilhão no Banco Votorantim:

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Na imagem abaixo, a informação de que o tema foi retirado da pauta do conselho diretor, em razão de veto superior:

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Na imagem abaixo, o cronograma que estava previsto para os aportes, em três parcelas de R$ 500 milhões:

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