Cruzeiro do Sul vende R$ 115 mi em ações antes da intervenção

Segundo informações do Valor, a instituição da família de Luis Octavio Indio da Costa já sabia dos problemas encontrados pela fiscalização do BC quando venderam os papéis

Cruzeiro do Sul vende R$ 115 mi em ações antes da intervenção
Cruzeiro do Sul vende R$ 115 mi em ações antes da intervenção (Foto: Folhapress)


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247 – Mais um indício de fraude do banco Cruzeiro do Sul foi descoberto. Desta vez, o Valor Econômico noticiou que duas semanas antes da intervenção do Banco Central, os controladores do Banco Cruzeiro do Sul venderam R$ 115 milhões em ações. A instituição da família de Luis Octavio Indio da Costa já sabia dos problemas encontrados pela fiscalização do BC quando vendeu os papéis Leia:
Leia na matéria de Fernando Travaglini e Vanessa Adachi , do Valor:

Duas semanas antes da intervenção do Banco Central, os controladores do Banco Cruzeiro do Sul venderam R$ 115 milhões em ações preferenciais da instituição. Os papéis foram comprados em leilão realizado na Bovespa por um único fundo de investimento, gerido pelo banco Morgan Stanley, e que tem apenas um cotista. A venda das ações, segundo comunicado do Cruzeiro do Sul divulgado ao fim da transação, no dia 18 de maio, teria sido feita para enquadrá-lo nas regras do nível 1 de governança da bolsa, que exige pelo menos 25% dos papéis negociados livremente no pregão diário.

Sabe-se agora que a primeira data cogitada pelo BC para decretar a intervenção era 25 de maio. Tudo indica que, quando os controladores venderam os papéis, já haviam sido informados dos problemas encontrados pela fiscalização do BC, inclusive porque foi dado um prazo aos donos do banco para que equacionassem os problemas. Conforme antecipou o Valor, o BC apontou a existência de créditos fictícios, o que levou à intervenção na segunda-feira.

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O comprador dos papéis foi o fundo Caieiras, com patrimônio de pouco mais de R$ 1,5 bilhão e posições especulativas em ações e no mercado futuro. Procurado, o Morgan Stanley disse que não se pronuncia sobre suas operações. O Cruzeiro do Sul e seus acionistas disseram que não comentariam a operação.

Tão incomum quanto a decisão de vender as ações na iminência da intervenção é a atitude de um investidor de comprar volume tão grande de papéis de um banco que, sabia-se no mercado, enfrentava problemas.

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A versão dos controladores para a operação, segundo uma pessoa a par do caso, é que na ponta final compradora estavam dois veículos de investimento de Luis Felippe e Luis Octavio Indio da Costa, pai e filho, donos do banco. O Morgan Stanley teria financiado a transação.

Paralelamente, para garantir o pagamento do empréstimo, teria emitido CDBs comprados pelos controladores com o dinheiro da venda das ações. A operação parece não fazer sentido, principalmente por ter ocorrido pouco antes da intervenção.

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O Cruzeiro estava desenquadrado do "free float" mínimo desde o fim de 2008, quando fez uma operação de recompra de ações para elevar o valor dos papéis.

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