Dilma prepara operação “levanta-PIB”

Governo aposta na retomada das obras públicas para economia voltar a crescer fortemente; presidente também confia que a queda dos juros ainda vai transformar o ‘pibinho’ em ‘pibão’; economista e ex-ministro Delfim Netto concorda

Dilma prepara operação “levanta-PIB”
Dilma prepara operação “levanta-PIB” (Foto: Edição/247)


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Minas 247 - O governo prepara uma operação para enfrentar de frente o maior fantasma a ameaçar a popularidade recorde de Dilma Rousseff: o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos dois primeiros anos da gestão da presidenta. Os índices, até o momento, estão bem abaixo da média de seu antecessor, o também petista Lula. Nos oito anos no Palácio do Planalto, o governo Lula obteve uma média de 4,4% de expansão do PIB. Com Dilma, essa média é de 2,2%, ou metade.

Justamente nos dois anos imediatamente antes das eleições presidenciais - 2013 e 2014 -, o governo Dilma ficará mais parecido com o de seu antecessor e padrinho político. A equipe econômica já está preparada para abrir o cofre. Em outras palavras, além do estímulo ao consumo - via juros menores para o consumidor, o que começa a virar realidade, ainda que timidamente - o governo Dilma também vai gastar. Investimento público é um dos componentes do PIB.

Com as obras públicas, com ou sem parceria com a iniciativa privada, o governo federal espera aumentar as previsões do mercado para a expansão da economia nos dois últimos anos antes do encerramento do mandato de Dilma - ou primeiro mandato, dependendo das circunstâncias...

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Elas, as previsões, indicam uma média de expansão anual de 2,35%. O número é muito inferior ao de Lula, mas mesmo já é superior aos 2,2% dos oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Por isso mesmo, estão previstas mudanças também na comunicação oficial. A percepção comum, entre gente importante do governo, é que a situação não estaria tão ruim quanto pintada pela imprensa e pela oposição - com a ajuda do governo, que não estaria mostrando supostos “avanços”.

Para 2013, o mercado projeto PIB 4,1% maior, percentual que se repete em relação a 2014. A confirmar esses números, a economia brasileira, sob Dilma, terá expandido a uma média de 3,2%. Não é um número desprezível em um cenário de crise nas economias centrais, mas é o suficiente para gerar comparações com os últimos anos.

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Dilma quer evita-las. E vai abrir o cofre a partir deste semestre. Já deu o primeiro passo, depois que a Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, a Medida Provisória 564, que concede incentivos à indústria. A MP inclui setores no Programa Revitaliza, do BNDES, e também injeta R$ 45 bilhões do Tesouro Nacional no próprio BNDES, a fim de ampliar a capacidade de empréstimo do banco de fomento.

Na semana passada, Dilma lançou a pedra fundamental da Plataforma P-59 da Petrobras, que deverá ser concluído em 2014. A data, claro, não virá por acaso. Até lá, o governo federal prepara ações para estimular a economia que passam pela desoneração do custo da energia e a construção de rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, juntamente com a iniciativa privada. Nessa engenharia, a equipe econômica e a própria presidenta contam com a iniciativa privada.

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Mas a operação “levanta-PIB” aposta mesmo é nos reflexos dos cortes dos juros, na base e na ponta. Na ponta, ainda que bem aos poucos, a taxa cobrada dos consumidores e empresas, nos financiamentos concedidos por bancos privados, começa a cair, estimulada pela concorrência da Caixa e do Banco do Brasil.

Na base, a última baixa da taxa Selic, promovida pelo Banco Central na semana passada, jogou o juro para 8%, o menor da história. Em artigo no Valor Econômico, o ex-ministro Delfim Netto, mostrou estar confiante que os cortes vão acabar chegando ao PIB: “Vamos crescer pouco em 2012. Talvez nada muito diferente do que 2%, mas os efeitos das medidas já tomadas sugerem que deveremos estar rodando a 4%-4,5% no fim de 2012 com relação ao fim de 2011.”

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Ou seja, para Delfim, o “pibinho” já seria um PIB razoável na virada deste ano para o próximo, com tendência de alta ao longo de 2013 e 2014. Se a previsão dele e da equipe econômica - além da própria Dilma - estiver certa, a oposição terá mais dificuldades do que imagina nas eleições presidenciais. Se não, só Lula poderá ajudar a presidenta. A conferir...

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