Itaú: banco lucra pouco e governo aperta muito

Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, é o primeiro empresário a apontar falhas no modelo de crescimento do governo Dilma; segundo ele, os investimentos não saem do papel porque as margens de lucro oferecidas ao setor privado são muito baixas e o governo seria "restritivo demais". "Os retornos serão aqueles que os empresários, de acordo com os níveis de mercado, demandam. Se não os investimentos vão para outros lugares". Ele afirma ainda que o lucro dos bancos no Brasil não é tão alto como se imagina

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247 - No dia em que comemorou seus 65 anos, a presidente Dilma Rousseff pediu um presente especial aos empresários: invistam. Dias atrás, ela também prometeu que 2013 terá um "pibão grandão". No entanto, o dado que ainda segura o crescimento brasileiro é a taxa de investimentos, que se situa aquém do necessário. E a expansão da economia puxada por estímulos ao consumo já mostra seus limites.

Diante desse cenário, o banqueiro Roberto Setubal, acionista e presidente do Itaú Unibanco, foi o primeiro grande empresário nacional a vocalizar a insatisfação do setor privado com o modelo de crescimento do governo Dilma. Segundo ele, o governo está sendo "restritivo demais". Ele afirma que, se não houver perspectiva de bom retorno, ou seja, margens de lucro compatíveis, os investimentos irão para outros lugares.

Setubal fez essas declarações à jornalista Ana Estela de Sousa Pinto, editora do caderno Mercado da Folha de S. Paulo. Eis algumas de suas posições:

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Volume de crédito

"Saímos de um baixo nível de crédito para um nível razoável, com níveis de endividamento que não permitem mais o mesmo crescimento e impulso."

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Disposição para investir

"Há uma coisa que desperta o espírito animal como nada mais: o retorno que o empresário obtém. Quando tem possibilidade de retorno sobre investimento, o empresário reage imediatamente. Talvez o governo esteja sendo um pouco restritivo demais."

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Infraestrutura

"O retardamento desses investimentos tem um custo muito maior para o país. É imperativo para o Brasil que se melhore rapidamente a infraestrutura. Isso daria ganhos de produtividade muito, muito relevantes para nossa economia. O Brasil precisa dramaticamente de ganhos de produtividade."

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Justo retorno

"É o pacote todo que tem que ser interessante -o retorno, o financiamento, as questões fiscais todas- para atrair bons empresários, que queiram de fato investir e ter o justo retorno. Temos que ser realistas: os retornos serão aqueles que os empresários, de acordo com os níveis de mercado, demandam. Se não, os investimentos vão para outros lugares e não para aqueles em que o Brasil precisa mais agora."

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Taxa de juros e lucro dos bancos

"É evidente que no Brasil a taxa de juros, mesmo com toda a queda, ainda é muito alta comparada com a lá de fora. Há razões para isso. O sistema financeiro está totalmente aberto a dialogar, encontrar soluções. Sou o primeiro da fila. Mas posso afirmar com muita segurança que o retorno dos bancos no país não é alto comparado com o resto do mundo."

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